Na madrugada de 18 de outubro, o soldado do exército fascista de Israel, Gilad Shalit, que passou cinco anos em poder da Resistência Palestina, foi libertado em troca de 1.027 prisioneiras e prisioneiros políticos palestinos.
Milhares de palestinos tomaram as ruas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia para comemorar a libertação de seus pais, mães, filhos e filhas, irmãos e irmãs, compatriotas, que enfrentaram duros anos nas masmorras de tortura israelenses.
Após sua libertação, Gilad Shalit foi imediatamente levado de Gaza para o Egito, onde foi entregue a autoridades no lado israelense da fronteira. O primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou esses acontecimentos como se fossem o cumprimento de uma missão de paz de um benfeitor, o que está longe de ser a verdade. Mais de dez mil prisioneiros políticos palestinos permanecem presos em Israel enfrentando atrozes torturas e isolamento nas prisões israelenses. Enquanto Netanyahu comemorou que um soldado retornou para casa com saúde, milhares de palestinos pagam com sangue nos cárceres israelenses e com os ininterruptos ataques contra a Faixa de Gaza.
Na senda do imperialismo ianque
A troca do militar sionista pelos prisioneiros palestinos foi fruto de um acordo entre Israel e o Hamas, principal força da resistência nos últimos anos.
Não se deve alimentar nenhuma ilusão em uma possível benevolência de Israel ou esperar um esforço de paz. Israel e seu exército sanguinário, em outras circunstâncias, não titubeariam em abandonar Gilad Shalit, e só não o fizeram porque não encontraram apoio político para isso. A gigantesca crise que abala os alicerces do imperialismo não deixa seus agentes incólumes. O cão de fila do imperialismo ianque no Oriente Médio, assim como seu tutor, o USA, já não pode mais cometer crimes e atrocidades sem provocar maremotos de massas em revolta. Todo o Oriente Médio encontra-se convulsionado por rebeliões populares e, nem mesmo em seu próprio território, o governo sionista tem vida fácil. Sucessivos protestos de massas sacodem o país que já não desfruta da “prosperidade” de outrora. As massas populares lutam contra a carestia de vida, a falta de produtos de primeira necessidade, por emprego.
A libertação dos 1.027 palestinos é resultado dessa situação que há de se agravar ainda mais com o tempo e com o acirramento da resistência popular.
Rebelião nas prisões sionistas
Nesse mês de outubro, milhares de prisioneiros políticos palestinos iniciaram uma greve de fome nos presídios israelenses. Massivas manifestações em toda Faixa de Gaza e Cisjordânia tem se levantado em apoio à luta dos prisioneiros palestinos e esse apoio tem se estendido para outros países e continentes.
Agências de notícias estrangeiras anunciam que os prisioneiros têm recusado a comida e os uniformes dos presídios, além de desrespeitarem os horários das chamadas.
A greve dos prisioneiros políticos palestinos é contra as péssimas condições carcerárias, contra as torturas impostas aos prisioneiros, contra o duro isolamento, pelo direito de receberem visitas e pelo reagrupamento de familiares detidos em uma mesma prisão, além do direito ao acesso à literatura e ao estudo.
Em Ramala, na Cisjordânia, milhares de manifestantes protestaram na primeira quinzena de outubro exigindo a libertação imediata dos prisioneiros e prisioneiras palestinos.