Em fase final, capitalismo tem recorde na formação de trustes

Em fase final, capitalismo tem recorde na formação de trustes

O mundo capitalista em crise registrou no ano que ficou para trás o seu maior volume de capital movimentado, US$ 4,68 trilhões, em fusões e aquisições de empresas em toda a história deste sistema produtivo fundado na propriedade privada e na exploração do homem pelo homem. O recorde anterior neste quesito havia sido registrado em 2007, justamente o ano imediatamente anterior ao da eclosão desta fase mais aguda da crise geral, na sequência da sua nuance que ficou denominada como “crise do subprime” no USA.

O dado é da consultoria internacional Dealogic e foi divulgado no início de dezembro, e, portanto, sequer abarcou uma das maiores fusões de grupos capitalistas transnacionais sacramentadas em 2015, que foi aquela entre as ianques Dow Chemical e DuPont, negócio que deu à luz a maior companhia de sementes e pesticidas do planeta, de valor calculado em US$ 130 bilhões. O novíssimo truste “DowPont” controlará, por exemplo, 17% do mercado global de “produtos agroquímicos”.

Já no início de novembro de 2015, o maior país imperialista do mundo já superava pela primeira vez na história a marca de US$ 2 trilhões movimentados em operações de fusão e aquisição de empresas um aumento de nada menos do que 55% em relação ao ano de 2014. Contabilizando a formação da “DowPont”, pela primeira vez desde 1999 o USA responderá por mais de 50% dos valores transacionados nestas operações de cunho monopolista em todo o mundo.

Foi no USA que se levou a cabo, em 2015, a terceira maior fusão de empresas da história do capitalismo: entre a Pfizer e a Allergan, em um negócio de 160 bilhões que resultou na maior companhia farmacêutica do planeta. As duas maiores operações deste tipo já registradas aconteceram no ano 2000, com a fusão entre as ianques Aol e a Time Warner, no valor de US$ 186 bilhões; e em 1999, com a fusão entre as alemães Mannesmann e Vodafone AirTouch, no valor de US$ 185 bilhões.

O ano de 2015 também foi de valores recordes no âmbito do processo de formação de monopólios cada vez mais gigantes na Europa e na Ásia. Pela primeira vez os dois continentes registraram mais de US$ 1 trilhão em operações de fusão e aquisição de empresas. Só a China foi palco de um crescimento de espantosos 61% entre 2014 e 2015 nos montantes movimentados para a formação de trustes, respondendo no ano que terminou há pouco por quase metade do capital movimentado neste sentido em toda a região da Ásia/Pacífico.

Nos primeiros dias de 2016, o The Wall Street Journal já preconizava que este ano que se inicia deve ser de novos recordes em matéria de formação e ampliação de monopólios em todo o mundo, superando os recordes registrados em 2015, dado que a crise sem fim impele os grandes grupos econômicos a buscarem novas fontes de lucros, por meio de fusões e aquisições.

Os informes do capitalismo internacional sobre fusões e aquisições sequer têm mencionado o quinhão que cabe ao Brasil e à América Latina em geral, em relação ao montante total movimentado nesta esfera em 2015, tamanho é o papel subalterno dos países desta região do globo em relação àqueles onde ora os grandes trustes crescem ainda mais, justamente para azeitar a rapina nas semicolônias do mundo.

Todos estes dados não podem ser corretamente interpretados senão à luz da ciência socialista, esta ciência que mostrou que, à propriedade e à exploração, o capitalismo em sua fase superior, última, parasitária mas também a véspera da revolução social do proletariado , adiciona o fundamento da centralização e concentração da produção nas mãos de conglomerados econômicos cada vez maiores.

Este caráter sem cujo entendimento é, nas palavras de Lenin escritas ainda em 1917, “impossível compreender seja o que for e formar um juízo sobre a guerra e a política atuais”, referindo-se “ao problema da essência econômica do imperialismo”. O imperialismo e suas guerras de conquista, pilhagem e rapina.

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