Em honra de uma combatente

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Em honra de uma combatente

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http://jornalzo.com.br/and/wp-content/uploads/https://anovademocracia.com.br/54/07b.jpgNa manhã do dia 15 de maio faleceu no Rio de Janeiro, aos 62 anos, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, após passar dias internada em decorrência de um acidente de carro em Búzios (RJ).

Maria Augusta, ou Guta, como era chamada pelos amigos e companheiros, foi a única mulher incluída na lista de 15 presos políticos libertados pelos gorilas do gerenciamento militar após o sequestro do embaixador do USA, Charles Burke Elbrick, em 1969.

O sequestro do embaixador ianque foi uma ação conjunta das organizações ALN – Ação Libertadora Nacional e MR8 – Movimento Revolucionário 8 de Outubro, como forma de fazer repercutir para o Brasil e o mundo a resistência dos comunistas, revolucionários, democratas e do povo brasileiro contra o regime de opressão, exploração, miséria, censura, morte e torturas. Além disso, a ação revolucionária visava golpear o regime militar fascista naquilo que representava seu maior suporte e financiador: o Estado e o governo reacionário do USA.

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Guta desembarcando no México

Em troca da liberdade do embaixador foi elaborada uma lista de presos políticos, que seriam libertados e embarcados em um avião com destino ao México onde seriam exilados. Um comunicado das organizações que realizaram o sequestro deveria ser reproduzido em cadeia nacional pelos meios de comunicação.

Dentre os nomes da lista estava o da jovem revolucionária Guta.

Uma jovem de fibra

Logo que ingressou na Faculdade Nacional de Direito (1967), Maria Augusta participou ativamente do movimento estudantil no Centro Acadêmico Cândido de Oliveira, o CACO, iniciando sua militância no PCB e por acreditar e defender a luta armada ingressou na Dissidência da Guanabara (DI/GB), que mais tarde se converteu no MR8.

No início de setembro de 1969, os jornais de todo o país estamparam, na primeira página, a fotografia de 13 presos políticos em frente ao Hércules 56 da FAB. Em pé, apareciam Luís Travassos, José Dirceu de Oliveira, José Ibrahin, Onofre Pinto, Ricardo Vilas Boas, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, Ricardo Zarattini e Rolando Frati. Agachados, estavam João Leonardo Rocha, Agonalto Pacheco, Vladimir Palmeira, Ivens Marchetti e Flávio Tavares. Não aparecem na foto Gregório Bezerra e Mário Zanconato, embarcados em Recife e Belém, a caminho do México. Guta passou também por Cuba, Chile, Itália, Argélia e Suécia, regressando ao Brasil em 1979, após a anistia.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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