Empreiteiras: a Copa do Mundo é delas!

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Empreiteiras: a Copa do Mundo é delas!

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Um levantamento feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e divulgado no último dia 8 de novembro deu conta de que as obras que estão sendo levadas a cabo visando a Copa do Mundo de 2014 no Brasil já ficaram 14,7% mais caras em relação ao que foi inicialmente previsto.

Em janeiro de 2011 a previsão de gastos com o total das obras para a Copa de 2014 era de vultosos R$ 23,8 bilhões. Agora, segundo a última estimativa, datada de quatro meses atrás, julho deste ano, os “investimentos” previstos já são da ordem de R$ 27,3 bilhões, e subindo. As empreiteiras vibram: a Copa do Mundo é delas!

Destes R$ 27,3 bilhões, R$ 16,2 bilhões vão sair dos cofres públicos administrados pelo gerenciamento federal, R$ 6,7 bilhões vão sair dos cofres públicos dos gerenciamentos locais (estados e municípios) e apenas R$ 4,2 bilhões do total das obras para a Copa do Mundo de 2014 vão sair do bolso da “iniciativa privada”, vulgo empresas capitalistas, que são quem vão lucrar, na Copa e depois ad infinitum, com toda a infraestrutura privatizada de estádios, aeroportos, portos etc, inclusive com preços aviltantes, por exemplo, de taxas de embarque, e com políticas de higienização, por exemplo, dos estádios de futebol.

Um caso emblemático de como a Copa do Mundo de 2014, a exemplo dos Jogos Olímpicos de 2016, faz a festa é dos capitalistas, e não do povo – que será achacado, vigiado, cerceado, reprimido, explorado e excluído antes, durante e depois dos “megaeventos esportivos” – é o das obras do aeroporto de Curitiba, capital do Paraná.

Propaganda fascista pró-Copa

Com orçamento inicial de R$ 41,3 milhões, já se admite que as obras no Aeroporto Internacional Afonso Pena não estarão concluídas quando a Copa chegar, momento em que, segundo as “autoridades”, o aeroporto terá capacidade para a circulação de 14,6 milhões de passageiros por ano, atendendo ao objetivo traçado na Matriz de Responsabilidades da Copa, lista de compromissos assumidos pela gerência semicolonial do Brasil com a Fifa.

Até lá, entretanto, a julgar por scripts pregressos e por casos agora mesmo em curso, a empreiteira responsável pelas obras deverá chorar, chantagear, corromper e se arranjar com o “poder público” de modo a arrancar aditivos contratuais que lhe garantam alguns milhões a mais em lucros, tudo em nome de que “tudo esteja pronto para a Copa”, frase mágica, como que um “abre-te, sésamo” dos tempos modernos, com que se abre as portas e fecha-se as cortinas para toda sorte de falcatruas, mesmo aquelas realizadas à luz da lei vigente no velho Estado brasileiro. É o caso da extensão para as obras da Copa do famigerado Regime Diferenciado de Contratações (RDC), dispositivo legal de burla da legislação de licitações com o qual o gerenciamento petista abusa em repassar recursos públicos para empreiteiras amigas no âmbito do assim chamado Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC.

Afinal de contas, no limite é para isso que a Copa do Mundo serve, especialmente quando realizada em uma semicolônia. Isso sem contar que o primeiro contrato para as obras no aeroporto de Curitiba foi cancelado, perdendo-se R$ 313 mil pagos pela Infraero por “estudos preliminares”.

Enquanto isso (tudo isso!) está no ar nas emissoras de TV um infame comercial veiculado por uma cervejaria parceira da corrupta Confederação Brasileira de Futebol (CBF), visando ridicularizar, esvaziar e desestimular todas as denúncias e os protestos populares contra a Copa do Mundo, contra seu caráter elitista e sua natureza capitalista, sanguessuga, com direito a um famoso ex-jogador de futebol vestindo a roupa do Tio Sam em sua pose clássica, de dedo em riste, mas de verde e amarelo, intimidando: “pessimistas, pensem bem!” – em nada devendo ao fascismo generalizado que caracteriza as ações das forças antipovo.

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