Seguindo "orientação" do Ministério Público, o governo do Rio Grande do Sul determinou o cancelamento dos convênios com o MST que mantinham escolas itinerantes em acampamentos de Sem-Terra.
Crianças brincam em escola itinerante
As escolas funcionavam há mais de 13 anos nos acampamentos do estado do Rio Grande do Sul e cumpriam o papel de instruir centenas de crianças.
A política de ataque às escolas para os filhos dos camponeses, muitas vezes a única opção para as famílias educarem seus filhos, já estava em andamento. No ano passado, o Governo do Estado atrasou em 9 meses os salários dos educadores e não fornecia material didático.
Súbito, sem qualquer consulta às famílias, o governo do estado determinou a transferência das crianças acampadas para escolas municipais das cidades mais próximas. Mesmo os prefeitos protestaram contra a decisão, alegando não possuírem recursos para receberem as crianças.
De acordo com a coordenação das escolas itinerantes, o prefeito de São Gabriel, Rossano Gonçalves (PDT), declarou que prefere que as escolas itinerantes atendam as crianças do município. As escolas itinerantes custam R$ 16 mil ao Governo do Estado, enquanto apenas São Gabriel precisaria desembolsar R$ 48 mil em transporte escolar para atender estas crianças.
Como protesto, uma sala de aula foi montada no meio do asfalto e bloqueou o trânsito na BR-386, no norte Gaúcho. No sul do estado, aulas foram ministradas em frente à Coordenadoria Regional da Educação de Pelotas. Em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, famílias se recusaram a matricular seus filhos nas escolas determinadas pelo Ministério Público.