Na noite de 27 de outubro, estudantes da USP entraram em confronto com policiais militares dentro do campus da universidade.
O protesto teve início quando a PM prendeu três estudantes, acusando-os de consumo de drogas.
Indignados com a presença da PM no campus e com a prisão dos jovens, os manifestantes reagiram. A polícia tem feito abordagens constantes nos alunos e, há meses, há protestos de estudantes contra o convênio firmado entre a reitoria e a PM na USP.
Segundo a reitoria, o acordo foi feito após a morte do estudante Felipe Ramos de Paiva durante tentativa de assalto em maio deste ano, mas os manifestantes denunciam que a presença da polícia tem um conteúdo estritamente político e repressivo, devido às intensas lutas estudantis que vêm sendo travadas nos últimos anos na USP contra o autoritarismo do reitor José Grandino Rodas.
Diante dos protestos estudantis, os policiais atiraram spray de pimenta, agrediram os alunos com cassetetes e bombas de efeito moral. Os estudantes responderam a repressão com pedras e ergueram barricadas com objetos de madeira na entrada do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – FFLCH.
Na mesma noite um grupo de alunos ocupou a sala da administração da FFLCH em protesto contra a presença da PM no campus.
O monopólio da comunicação, ao abordar a manifestação dos estudantes, tenta criminalizá-la utilizando o consumo de drogas como tema principal para justificar a presença policial e a truculenta repressão, mas o fato é que há muito uma grande parcela dos estudantes da USP, que inclusive já realizou ocupações de reitoria, exige a retirada da polícia da universidade. A prisão dos três estudantes foi só o estopim da revolta.
Os manifestantes continuam ocupando o prédio do FFLCH e afirmam que só sairão do local após a revogação do convênio da universidade com a PM.