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Grécia começa 2013 com greve nos transportes coletivos
Os trabalhadores iniciaram 2013 com especial ânimo para a luta classista em países como Grécia, Espanha e Portugal, justamente as nações mais afundadas na chamada “crise da dívida”, nuance conjuntural e pontual da ampla crise geral de superprodução relativa do capital monopolista, com suas populações profundamente castigadas por uma onda sem precedentes de desemprego, cortes de salários e eliminação de direitos historicamente conquistados pelo proletariado.
Na Espanha, onde os salários estão congelados e o gerenciamento de Mariano Rajoy, mesmo assim, anunciou aumento de 8% nas tarifas de energia elétrica e de 3%, em média, nas tarifas de transportes públicos, milhares de trabalhadores da saúde saíram às ruas em Madri, em manifestação apelidada de “maré branca”, em protesto contra a ampliação da privatização na saúde pública pretendida pelo Estado espanhol, na primeira grande marcha popular de 2013 naquela nação.
Na Grécia, já no primeiro dia de 2013 os trabalhadores dos transportes realizaram a sua primeira greve do ano, contra o arrocho sem fim e em defesa dos seus direitos e salários, em um movimento que contou com o apoio da generalidade da população.
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Espanha: trabalhadores da área da saúde protestam contra arrocho
O “governo” de Antonis Samaras, atendendo a requisição da União Europeia e do FMI – como uma das “condições” para o “regaste” ao país -, decidiu equiparar os salários dos trabalhadores das companhias públicas aos salários dos funcionários dos ministérios às quais elas estão subordinadas, sendo que os tetos em questão, como o teto único do ministério grego dos Transportes e das companhias públicas de transporte, mais se assemelham a baixos pisos salariais, com os trabalhadores das ruas tendo seus ganhos rebaixados ao nível dos funcionários dos escritórios, cujos vencimentos já haviam sofrido drástica redução.
Mobilizações contra um sem número de medidas antipovo
“O trabalho de um empregado dos transportes urbanos é muito mais complicado do que o de um funcionário da administração e merece ser melhor remunerado”, afirmou o Sindicato dos Motoristas de Metrô de Atenas, em comunicado.
Desde o dia 1º de janeiro o salário mínimo dos trabalhadores gregos que têm mais de 25 anos de idade foi reduzido em 20% pelo gerenciamento títere de Atenas, passando a ser de 586 euros mensais, enquanto os trabalhadores menores de 25 anos estão ganhando agora apenas a 510,95 euros (os que estão empregados: o desemprego entre os jovens na Grécia já se aproxima da casa dos 60%, uma calamidade. Quanto à totalidade da população grega, o desemprego já bate na casa dos 25%).
Além disso, os trabalhadores gregos iniciam o ano castigados pelo começo da vigência de outras tantas e draconianas medidas antipovo, como o corte de todos os suplementos incorporados aos salários por razões familiares, drásticas reduções nas indenizações por demissão e novos cortes nas aposentadorias. Em muitos setores da economia grega, como o de comércio e varejo, foi oficializada a semana laboral de seis dias de trabalho sem pagamento de horas extras e sem qualquer reposição de tempo livre.
Em Portugal também houve greve dos transportes na capital Lisboa, no primeiro dia do ano novo, contra as alterações feitas pelo governo fantoche no Código do Trabalho português, o que, na prática e em suma, reduz os salários, e já foi agendado para o dia 17 de janeiro um grande protesto de trabalhadores ferroviários, na ativa e aposentados, contra o empobrecimento e os cortes salariais e nos valores dos subsídios para refeição e por trabalho noturno.
O ano de 2013 começa assim para os gregos e para os outros povos trabalhadores da Europa e do mundo: com arrochos cada vez mais draconianos, a exigir radicalização cada vez maior das lutas classistas em todos os continentes.