Romênia: aposentados se manifestam contra corte nos salários
Nos meses de maio e junho proliferaram as medidas antipovo tomadas pelos chefes da Europa do capital. Na Alemanha, a chefe Angela Merkel soltou um pacote de medidas que agravam a situação da classe trabalhadora. Haverá aumento dos impostos que incidem sobre o dia a dia do povo, serão eliminados 15 mil postos de trabalho na administração pública e estão cancelados os reajustes dos salários dos servidores previstos para a partir de 2011.
Vinte mil pessoas foram para as ruas em Berlim, no norte do país, e outras dez mil em Stuttgart, no sul, em repúdio a mais esta ofensiva requisitada pelas oligarquias financeiras e industriais do tripé anglo-franco-alemão no exato momento em que a Europa é o paiol da vez a ir pelos ares no rastilho de pólvora da crise geral do capitalismo. Para justificar a ofensiva sobre os direitos e garantias do povo, a chanceler alemã ecoou Margareth Thatcher ao alegar "tempos difíceis" e dizer que "as medidas são necessárias para o futuro", palavras similares às da "dama de ferro" quando ela moveu sua guerra contra os sindicatos britânicos na década de 1980.
Na Grã-Bretanha, o recém-empossado primeiro-ministro David Cameron comemorou a volta do Partido Conservador ao topo da gerência da potência capitalista insular aumentando os impostos e cortando 7,2 milhões de euros do orçamento, além de prometer uma reforma "massiva" da previdência e atacar os salários dos servidores.
Paris: greve de 24 horas
Na Itália, 100 mil trabalhadores se reuniram em uma vigorosa manifestação na capital do país, Roma, para protestar contra as "medidas de austeridade" anunciadas pelo magnata Silvio Berlusconi, e uma greve geral foi convocada para o dia 25 de junho.
O patronato também mostra os dentes. A Hewlet-Packard, por exemplo, que é a maior fabricante de computadores do planeta, anunciou no dia 1º de junho um plano para colocar nove mil trabalhadores de todo o mundo no olho da rua, sendo que 3.680 empregos serão limados só na Europa, a maioria justamente na Alemanha e na Grã-Bretanha, onde Merkel e Cameron acenam também com liberdades cada vez maiores para as empresas demitirem ao seu bel-prazer.
Grécia continua em luta
Na França, no dia 27 de maio, dezenas de milhares de pessoas trocaram o trabalho por manifestações em uma greve de 24 horas contra a reforma da previdência pretendida por Nicolas Sarkozy, que está empenhado em forçar os franceses a trabalhar depois dos 60 anos, idade legal para a aposentadoria no país. Sarkozy, como Merkel e Cameron, é mais um chefe de potência europeia ora pressionado pelo alto poder econômico do continente a tentar empurrar a crise com a barriga.
Na Espanha, os sindicatos também anunciaram uma greve geral, com data ainda a ser definida, depois que a administração Zapatero anunciou que empurrará goela abaixo das classes populares uma reforma trabalhista exigida pela Comissão Europeia e pelo FMI, cuja tônica é a redução do valor das indenizações para facilitar as demissões – reforma que deve ser levada a cabo na base do decreto, sem sequer passar pelo crivo legislativo.
Na Romênia, as massas se levantaram em protestos sem precedentes contra mais um "plano de austeridade" que se pretende levar a cabo em um país da Europa em crise. O governo romeno pretende cortar os salários dos funcionários públicos em 25% e as aposentadorias em 15%, mesma porcentagem que querem diminuir do valor do seguro desemprego. Tudo isso em um país onde 50% dos trabalhadores ganham menos de 200 euros por mês. Muitas categorias profissionais declararam greve por tempo indeterminado. Os aposentados foram em massa protestar na frente do Parlamento do país, e todos os transportes públicos de Bucarest chegaram a ficar parados por oito horas no dia 31 de maio.
Na Grécia, milhares de trabalhadores tomaram as ruas para protestar contra a reforma da segurança social, e já se prepara uma nova greve geral, a quinta neste ano, para quando mais esta contrarreforma antipovo for encaminhada pela gerência grega ao Parlamento local.