No fechamento desta edição de AND recebemos a notícia da prisão, no dia 1º de agosto, de quatro refugiados políticos peruanos que viviam na Bolívia e participavam de um grupo multidisciplinar de investigação da realidade boliviana e latino-americana.
O Centro de Estudos Populares da Bolívia se transformou em referência na Universidade Pública de El Alto, cidade na periferia de La Paz, promovendo estudos e debates com estudantes e trabalhadores das classes populares.
Em vista do aprofundamento do fascismo aplicado por Evo Morales e o MAS, o CEP passou a divulgar materiais de denúncia e crítica ao reformismo e oportunismo do governo boliviano, que faz publicidade de um certo “processo de mudança”, mas na prática intensifica políticas funcionais ao capitalismo burocrático.
O último artigo do CEP publicado em seu blog http://estudioyrealidad.blogspot.com , A polícia e a delinquência do “processo de mudança”, foi traduzido por AND e publicado na edição 78, de junho último. No artigo, o CEP denuncia o general René Sanabria, que trabalhava cara a cara com o ministro Sacha Llorenti. Este, que comandou a operação de prisão dos membros do CEP, é ex ativista de “direitos humanos”.
Por essa razão, os participantes do CEP vem sendo perseguidos, o que culminou com a prisão de Hugo Walter Minaya, William Antonio Minaya, Blanca Riberos Alarcón e José Antonio Cantoral Benavides, refugiados peruanos, sendo que apenas um teria esse status reconhecido pelo Conselho Nacional de Refugiados.
A pós a prisão, os agentes do velho Estado boliviano anunciou que expulsará os detidos e os entregará ao governo peruano, já que eles seriam procurados pela “justiça” de lá.
Mais uma vez Evo e seus sequazes dá mostras de sua vilania. Diante da perda de apoio popular, já que a vida do povo só piorou com o “processo de câmbio”, o MAS promove feroz perseguição aos opositores, sob quaisquer desculpas, e mostra mais uma semelhança com os governos oportunistas de Chávez e Rafael Correa, entregando perseguidos políticos a governos que sabidamente desejam trucidá-los.
Entidades de luta pelos direitos do povo na Bolívia já estão se mobilizando para uma campanha pela libertação dos peruanos presos.