Fábricas burguesas caem como castelo de cartas

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Fábricas burguesas caem como castelo de cartas

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Trabalhadores da Peugeot-Citröen protestam contra demissões

Se a crise geral que assola os monopólios vem explodindo nas nações ao redor do mundo como um rastilho de pólvora entre paiois, ela vem derrubando, a uma velocidade ainda maior, fábricas das empresas capitalistas de maior fama, deitando-as por terra como se fossem um castelo de cartas.

A Nokia, transnacional finlandesa de “telecomunicações”, fechou suas fábricas de telefones celulares no Japão e na própria Finlândia, colocando um ponto final na produção da última grande fábrica de telefones móveis do leste europeu. Já a transnacional de material esportivo Adidas anunciou o fechamento da sua única fábrica na China, em Xangai, por razões de “eficiência”.

Um dos setores mais castigados pela crise geral dos monopólios é o setor automobilístico, velho termômetro da atividade econômica capitalista. A todo momento surgem notícias de fábricas de carros desaparecendo ou operando a frações da sua capacidade de produção, o que por consequência assombra dezenas de milhares de operários de todo o mundo com o pesadelo do desemprego.

Em meados de julho o executivo-chefe da transnacional do setor automobilístico Fiat declarou ao jornal italiano La Repúbblica que uma em cada quatro fábricas da companhia em todo o mundo está ameaçada de fechar as portas devido à falta de demanda.

Recentemente a Opel, braço da ianque General Motors, marcou data para o fim da produção em uma fábrica na Alemanha, na primeira vez que uma grande fábrica de automóveis é fechada em território alemão desde a Segundo Guerra Mundial.

A também ianque Ford já decidiu fechar pelo menos uma das suas fábricas na Europa, onde a estimativa de prejuízo da companhia em 2012 é da ordem de um bilhão de euros. A candidata mais forte é a fábrica de Southampton, na Inglaterra, que, sem que as pessoas tenham dinheiro para comprar carro, está operando a menos de 33% da sua capacidade.  

No Brasil, a General Motors ameaça com a demissão em massa de milhares de trabalhadores por causa da intenção de fechar a sua fábrica de São José do Campos, no interior de São Paulo. Os números, entretanto, mostram que “silenciosamente” a empresa já desapareceu com 1.189 postos de trabalho entre junho de 2011 e julho de 2012.

França: monopólios capengas

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Marcha, em Paris, contra o fechamento a fábrica de Aulnay-sous-Bois

Na França, milhares de operários levaram a cabo em julho uma retumbante marcha em Paris para protestar contra os planos da transnacional PSA Peugeot-Citröen de fechar a fábrica de Aulnay-sous-Bois, nos arredores da capital gaulesa, a partir 2014, o que acabará com cerca de três mil empregos.

A empresa anunciou um plano que prevê a demissão de nada menos do que oito mil trabalhadores. Os sindicatos, entretanto, denunciam que a PSA Peugeot-Citröen está mascarando as consequências da sua própria “reestruturação” – cujos números admitidos já são infames -, tendo em vista que as estatísticas da companhia não levam em conta os empregos indiretos que o fechamento de fábricas do grupo vai eliminar, como em empresas fornecedoras de peças.

Números indicam que a PSA Citröen-Peugeot, moribunda por causa da crise geral de superprodução, já colocou 20 mil operários na rua ao longo das últimas duas décadas, tudo impunemente e sob as vistas grossas das sucessivas administrações do Palácio do Eliseu, sendo a de turno do “socialista” François Hollande.

Os monopólios de matriz francesa, por assim dizer, arrastam-se e se debatem em espasmos de moribundo em busca de alguma sobrevida, de algum ar. A gigante de telecomunicações Alcatel-Lucent citou o seu prejuízo de 254 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano como justificativa para anunciar a eliminação de cinco mil postos de trabalho em todo o mundo.

O mesmo número de demissões deve acontecer na Air France, tendo em vista que a inexorável contração do capitalismo global já interfere até mesmo no tráfego aéreo entre as nações. O laboratório Sanofi é outra transnacional francesa que revelou intensões de demitir.

A gigante siderúrgica ArcelorMittal está agonizando ante a baixa demanda, sobretudo do setor automobilístico, na mais clara tradução na prática da crise geral de superprodução relativa que acossa os grandes monopólios. O desemprego na França, que em julho subiu pelo 14º mês consecutivo, tende a bater em níveis recordes em um futuro próximo.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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