Uma onda de protestos populares marca as grandes cidades, principalmente São Paulo, onde moradores de favelas e usuários do transporte coletivo urbano que, com razão, protagonizaram dois levantes que sacudiram regiões da cidade.
Moradores da favela Bela Volpi protestaram contra a repressão policial, em 18 de fevereiro, uma segunda-feira, fecharam por duas vezes a pista local da Marginal Tietê, zona norte de São Paulo. A primeira ocorreu no sentido Ayrton Senna/Castello Branco, junto à Avenida Tenente Amaro Felicíssimo da Silveira, região da Vila Maria. Os manifestantes atearam fogo em pneus, para fazer o bloqueio da pista local que durou cerca de uma hora. Com a chegada da Tropa de Choque, começou um confronto entre policiais e manifestantes. Ninguém soube informar o número de envolvidos e nem se houve ou não feridos. A segunda interdição se deu na Avenida Tenente Amaro, próximo ao local anterior, mantendo-se até aproximadamente 22 horas.
Em busca de mais informações sobre o acontecimento, na favela Bela Volpi, a reportagem do AND se deparou com a desconfiança dos moradores, que evitam dar informações a desconhecidos, o que é uma forma de defesa perfeitamente compreensível.
Próximo a Bela Volpi existem outras favelas e a situação se repete. É o mundo do proletariado mais empobrecido e oprimido, com regras próprias. Em meio à repressão policial e ao tráfico local, a lei do silêncio fala mais alto. Mas haverá mais protestos. É questão de tempo. E chegará a hora de deixarem de ser oprimidos…