No último dia 10 de janeiro foi a vez da administração da França anunciar, com orgulho, ter batido em 2011 o recorde de expulsão de estrangeiros do país, com um total de 32.922 deportações, superando em muito a meta de 28 mil estabelecida no início do ano passado (sim, os países “civilizados” têm metas de expulsão de pessoas, como metas de inflação e de crescimento da economia capitalista). O ministro francês do Interior, Claude Guéant, que é conhecido, veja, pelo empenho em caçar e expulsar estrangeiros do território francês, já anunciou que para 2012 a infame meta é de deportar 35 mil pessoas “ilegais” para seus países de origem. Mas o alvo da xenofobia estatal na França não são apenas os ilegais: em 2011 a concessão de vistos de trabalho no país caiu 26% e os de família – para os que têm parentes na França – foram reduzidos em 14%.
O governo racista de Nicolas Sarkozy – que também já foi um ministro do Interior implacável com estrangeiros, sobretudo árabes e africanos – vem relacionando sordidamente o aumento dos índices de violência na França à imigração.
Em outubro do ano passado a administração Obama anunciou que havia deportado 396.906 imigrantes “ilegais” no ano fiscal que terminou em 30 de setembro de 2011. Também foi um recorde. E de recorde em recorde os próprios Estados burgueses decadentes vão produzindo provas contra si mesmos da sua decadência e podridão, sendo que a escalada da xenofobia e do racismo é um atestado incontestável disto.
Israel prende sem julgamento
No Oriente Médio, desde o início de janeiro, estrangeiros pegos pela polícia na Palestina invadida pelo sionismo sem a documentação de permanência exigida pelos invasores para estar em Israel são passíveis de pena de três anos de prisão sem direito a julgamento. É isto o que prevê a recém-aprovada “Lei contra a infiltração”. Com ela, o sionismo visa tanto os ilegais quanto os refugiados árabes de conflitos do Norte da África, em clara violação das leis internacionais.