Governo avança com o projeto imperialista de ocupação da Amazônia

Governo avança com o projeto imperialista de ocupação da Amazônia

Segundo dados levantados pelo The Intercept, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), com o objetivo de vender terras e avançar com o latifúndio na Amazônia, contratou a InterAmerica Group, uma empresa de lobby sediada em Washington, para lhe representar em reuniões no congresso e agências federais ianques.

A InterAmerica oferece um “pacote informativo” sobre o potencial de desenvolvimento da região amazônica que coloca como atrativo aos empresários ianques a grande “oportunidade” de nela desenvolver indústrias de gás, mineração e o agronegócio, como grande desafio de “garantir a conservação da floresta”.

A empresa de lobby foi fundada por Jerry Pierce Jr. e tem como vice-presidente a brasileira Kellen Felix. Jerry Pierce Jr., que é fortemente vinculado ao Partido Republicano (USA) e atuou na campanha de Trump e de George W. Bush, inclusive na arrecadação de financiamentos, declarou que Trump e Bolsonaro são uma benção para o avanço dos negócios ianques na Amazônia.

Só nos últimos 50 anos um quinto da floresta amazônica foi devastado e, segundo dados apurados pelo The Intercept, se esse quadro alcançar dois quintos, chegaremos a um “ponto de não retorno”, do qual não será possível recuperar os danos causados pela atuação perversa do agronegócio na região. Esse ponto de não retorno pode causar consequências drásticas para o mundo inteiro, inclusive a desertificação do bioma. O jornal destaca ainda que, só no estado do Amazonas, se concentrou, não por mero acaso, um terço das queimadas e do desmatamento nos últimos meses.

O atual presidente, Jair Bolsonaro, tutelado pelo Alto Comando das Forças Armadas, numa tentativa grotesca de retirar a responsabilidade das queimadas dos latifundiários e de sua própria posição serviçal de garantir o avanço do agronegócio e empreendimentos imperialistas no Brasil, responsabilizou as Organizações Não-Governamentais (ONGs) pela devastação da região. Bolsonaro acusou-as de sabotar o governo devido à ruptura da atual gerência para com suas demandas, e as acusou por “tentarem trazer problemas para o Brasil”. Na últimas semanas, o que ficou conhecido mundialmente como “Dia do Fogo” – série de queimadas realizadas por latifundiários em apoio ao governo de Jair Bolsonaro na Amazônia Legal, que engloba nove estados brasileiros – escancarou para todo o mundo o perverso projeto de impulsionar a mineração e o agronegócio, principalmente criação extensiva de gado e depois soja para exportação, no território brasileiro.

A ação de empresários no desmatamento

O The Intercept ainda divulgou em outra matéria a relação entre Jair Bolsonaro e o avanço do agronegócio na região impulsionado, inclusive, por empresários ianques, como Steve Schwarzman, um dos fundadores da Blackstone, e Mitch McConnell, senador do Partido Republicano.

A Blackstone, que afirma “estar comprometida com um gerenciamento ambiental responsável”, é a principal acionista e investidora da empresa Hidrovias do Brasil, com a qual Jair Bolsonaro, no início de seu mandato, estabeleceu uma parceria para privatizar e desenvolver a BR-163. A rodovia foi construída no meio da floresta amazônica com a finalidade de servir como rota de escoamento da produção de soja e de outras commodities que vêm, principalmente, do Mato Grosso, área conhecida como “corredor da soja”.

A área no entorno da BR-163 é palco de ação de grileiros (respaldados pelas empresas citadas e pelo governo) responsáveis por desmatamento e queimadas abundantes. Sua expansão e “desenvolvimento” significam, na realidade, aumentar a repressão e exploração dos indígenas e camponeses que habitam a região e transformar a degradação da floresta amazônica em um negócio lucrativo. Não por mero acaso, a BR-163 é também palco de bloqueios e resistência, e a própria Hidrovias do Brasil reconhece o impacto dessas ações no aumento de lucro.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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