Em março deste ano a greve geral na Itália mobilizou 13 milhões de trabalhadores. Apenas seis meses após, novamente a classe operária se mobiliza contra as políticas econômicas de Berlusconi e mais de 10 milhões de trabalhadores italianos se manifestaram em 120 comícios organizados nas principais cidades do país no último mês de setembro.
As maiores concentrações ocorreram em Turim (sede da Fiat), com 300 mil trabalhadores; em Milão, 250 mil trabalhadores; em Roma e Nápoles, 150 mil, e em Bolonha 85 mil. A maioria das escolas fechou, assim como muitos bancos. Os serviços de saúde funcionaram apenas em caráter de emergência.
Nos últimos meses ocorreram dezenas de greves em diversas indústrias e as centrais sindicais já anunciaram para novembro nova greve geral de 24 horas, especialmente contra os anunciados planos de demissão de 1/5 dos operários da FIAT. As principais companhias italianas promovem dispensa em massa e, na última semana anunciaram mais 20 mil demissões. Só a FIAT seria responsável por 8 mil demissões, o que equivale a 20% dos postos de trabalho da indústria automobilística do país. Os operários denunciam que a política econômica de Berlusconi estaria agravando a desaceleração econômica e pode deixar 280 mil pessoas sem emprego.
As greves operárias transformam-se em luta política, ganhando a adesão de estudantes e diversos setores intelectuais, generalizando por todo o país manifestações de repúdio à política racista contra os imigrantes e contra a guerra do imperialismo ianque contra o Iraque. O rechaço ao imperialismo ianque foi demonstrado pelos manifestantes em Milão fechando as lanchonetes McDonalds e agências privadas de trabalho, além de ocupar a Cruz Vermelha acusando esta organização de cumplicidade com um centro de detenção de imigrantes. Em Firenze manifestantes sabotaram a construção da estrada de ferro de alta velocidade no vale do Mugello. Em Bolonha ocuparam um prédio público, a Escala Internacional dos Imigrantes, enquanto em Roma uma passeata noturna terminou com a ocupação de uma fábrica abandonada para dar-lhe finalidade social.
Greve geral na Espanha
O escritório comunitário de estatística, Eurostat, garante que a Espanha é o país com mais desemprego na Europa: 11,3% da população economicamente ativa.
Em março, mais de 100 mil trabalhadores, convocados pelas centrais operárias, se mobilizaram em Barcelona e Sevilha contra a Cúpula da União Européia e sua política de perseguição aos imigrantes. Alguns dias depois, uma nova mobilização antiimperialista reunia 300 mil manifestantes.
Em 20 de Junho estourou a greve geral na Espanha contra o decreto de Aznar que incentiva as demissões, reduz o auxílio aos desempregados no momento em que cresce violentamente o desemprego. Com adesão de 80% da classe, paralisaram todas as montadoras e siderúrgicas, todo o transporte urbano, escolas e universidades.
França
Logo após as eleições do governo Chirac, em 19 de junho estourou uma greve dos controladores de vôo.
A paralisação impôs o cancelamento de mais de 7 000 vôos. Os sindicatos denunciavam a imposição pela União Européia da centralização dos controles aéreos que acarretará em redução dos postos de trabalho e aumento dos riscos na segurança. A greve estendeu-se para Bulgária, Croácia, Itália, Hungria, Grécia, Irlanda, Portugal, Eslovênia, Espanha e Suíça.
Professores, estudantes e pais mobilizam-se contra a decisão do governo Chirac de aumentar o orçamento para a segurança nacional às custas de cortes substanciais nos recursos orçamentários para educação e radicalizam o movimento com greve geral da classe.
Portugal
A CGTP convocou uma greve geral no mês de setembro. Greves nos transportes uniu caminhoneiros de Portugal e Espanha, bloqueando todas as rodovias que ligam os dois países.
Alemanha
Maio. Greve de 15 dias dos operários metalúrgicos por aumento de salários. No mês de junho iniciou-se, pela primeira vez em 50 anos, a greve dos operários da construção civil, além de greves dos servidores públicos, professores e bancários.