Professores municipais e estaduais, da educação básica à superior, se mobilizam em grandes greves. Eles exigem salários dignos, denunciando os diferentes governos que se negam a pagar o reajuste e piso salarial da categoria desde o início do ano, e exigem a revogação total do Novo Ensino Médio (NEM).
Professores e estudantes também se mobilizam juntos contra o NEM, e em muitas cidades os alunos se manifestaram em apoio à greve. Enquanto as lutas recebem amplo apoio de jovens e pais, o governo criminaliza as greves através do judiciário antipovo, declarando-as ilegal e lançando mão de medidas como cortes de pontos dos professores e aplicando multas milionárias aos sindicatos. Nada disso, porém, detém a luta em defesa da educação pública.
No DF, onde os professores não tinham reajuste há oito anos, as assembleias contam com mais de 10 mil profissionais. Lá, a greve se iniciou em 4 de maio. Desde então foram realizadas três grandes assembleias onde os trabalhadores entoaram Greve já! contra posições pelo adiamento da greve.
Um professor do Ensino Médio de Geografia da rede pública do DF deu uma entrevista ao AND denunciando o argumento dos governos:
— Os governos dizem que não têm dinheiro para pagar salários dignos. Como não têm dinheiro? Olha o tanto de isenção fiscal para as mega-empresas, perdão de dívidas…
Ele conclui apontando que a luta não é somente por salários, mas por uma educação que sirva ao povo e pela revogação do NEM.
No Rio de Janeiro (RJ), professores entraram em greve em 17/05 contra o menor piso salarial do Brasil. Seu reajuste, assim como o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) está sendo negado pelo governador reacionário Cláudio Castro (PL).
Já no estado do Paraná (PR), os docentes das sete universidades estaduais se encontram em greve por tempo indeterminado desde 15/05. Eles exigem reposição salarial diante da defasagem de 42%, acumulada há 7 anos, e denunciam o governador reacionário Ratinho Júnior (PSD), que ataca o caráter público, gratuito e de qualidade das universidades estaduais.
Greves municipais também tomaram grande proporção: em 10/05, professores de São João de Pirabas, no Pará (PA), iniciaram greve em 32 das 35 escolas do município e bloquearam a estrada PA-444. Bloqueios de vias e protestos em frente a prefeituras também foram feitos por professores em outros estados.
Sob o pretexto de “estar em consulta pública”, Luiz Inácio não revoga o NEM, escancarando o seu rabo preso aos grandes tubarões interessados na privatização da Educação pública através de projetos como o “Itaú Social”. Já os Projetos de Lei de alteração do NEM que rodam o Congresso são mais do mesmo, mantendo as eletivas anticientíficas e as brechas para a Educação à Distância (EaD) através da utilização de plataformas privadas.