Falando em uma universidade ianque ao lado do secretário de Defesa de Bush e Obama, Robert Gates, e mais especificamente respondendo à pergunta de um estudante brasileiro que estava na platéia, a secretária de Estado do USA, Hillary Clinton, deixou claro que o mote para futuras ingerências ianques na América Latina é mesmo, ao lado do combate ao "narcotráfico", o esquerdismo oportunista.
Disse ela: "Acho que é importante que façamos todo o possível para impedir o sequestro da democracia por parte de gente que é escolhida uma vez e depois decide que não deve haver outra eleição real, ou que apele aos golpes militares". Poucos dias depois, falando no Centro Nacional contra o Terrorismo de Mclean, no estado da Virgínia — órgão criado por Bush —, o próprio Obama não se fez de rogado: "Nós e nossos aliados estamos transmitindo uma mensagem inequívoca: perseguiremos a Al-Qaeda onde quer que se escondam", completando que as "ameaças ao USA" não vêm apenas do Afeganistão e do Paquistão, mas também de lugares de todo o mundo.
É, de fat,o inequívoco: a desculpa para as ocupações imperialistas no Oriente Médio e na Ásia Central está formalmente alargada para justificar agressões nos quatro cantos do planeta. Antes mesmo desta espécie de "anúncio oficial", o USA já vinha utilizando este argumento para intervir na África, sobretudo na Somália, a fim de mitigar levantes populares.