Iêmen: povo rechaça acordo com o imperialismo
A coalizão de parlamentares de oposição no Iêmen, o chamado Fórum Comum, aceitou o plano para pôr fim à crise apresentado pelo Conselho de Cooperação para o Golfo (composto por Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e Kuwait) e chancelado pelo imperialismo. Na prática, um acordo com o imperialismo feito pelas facções vende-pátria do Estado iemenita para a reestruturação do capitalismo burocrático local.
O acordo, sacramentado no dia 23 de abril, prevê a saída do “presidente” Ali Abdullah Saleh 30 dias após a assinatura do trato, com imunidade judicial para ele e seus filhos, e sua substituição por um “governo interino” com a seguinte composição: metade dos ministros do atual governo, 40% da oposição e 10% de representantes dos manifestantes.
O povo, cansado de tanta opressão e carestia, entendeu que a “saída para a crise” não passa de um arranjo para a perpetuação da precariedade generalizada das condições de vida e trabalho costurado entre todos os seus inimigos, ou seja, o governo atual, outras frações menos representadas e os oportunistas ávidos por comandar o gerenciamento do Iêmen para os monopólios e os países imperialistas.
No dia seguinte ao anúncio do acordão, milhares de pessoas voltaram às ruas da capital Sanaa e nas ruas permaneceram pelos dias subsequentes. Na terça-feira 26 de abril, Ali Abdullah Saleh jogou o exército contra as massas para conter a “marcha ao palácio presidencial” convocada por lideranças alheias ao pacto da reação. Dezenas de milhares de pessoas se reuniram naquele dia na praça de Sanaa em uma retumbante demonstração de que não aceitam mais uma conciliação antipovo no esteio dos levantes populares no chamado “mundo árabe”.