Enquanto o USA, o resto da “comunidade internacional” — coletivo das potências imperialistas — e o monopólio internacional da imprensa andam apontando o dedo, aparentando escândalo, ao suposto fato de que Muammar Khadafi contratou mercenários para reprimir as revoltas populares na Líbia, pouco se fala sobre os sanguinários assassinos profissionais recrutados pelos ianques para ajudar os exércitos invasores no Iraque e no Afeganistão a tentarem vencer as bravas resistências armadas nestas duas nações.
Agora mesmo um relatório recém-apresentado pelo Congresso do USA revelou que há quase 19 mil mercenários a serviço do USA no Afeganistão, mais precisamente 18.919. O número é três vezes superior ao registrado no fim do primeiro semestre de 2009 e o maior já utilizado pelo imperialismo ianque em suas agressões e invasões ao redor do mundo.
No Iraque, milhares de mercenários ajudam a sustentar a farsa da retirada do exército ianque do país. Não é segredo para ninguém que a famigerada empresa agenciadora de assassinos Blackwater — hoje rebatizada de Xe Services, justamente para tentar disfarçar a má fama — é uma grande contratista do Pentágono. O monopólio da imprensa, porém, encampa a demagogia da “comunidade internacional” quanto aos mercenários de Khadafi sem dizer uma palavra sequer sobre os mercenários de Obama, mesmo depois de a própria organização Human Rights Watch dizer que a maioria dos relatos sobre os supostos mercenários africanos contratados pelo governo Líbio são absolutamente inverossímeis.