À medida que as contradições do capitalismo se aprofundam, a aguda crise sistêmica, que é em síntese crise política, pouco a pouco vai empurrando o imperialismo para o seu desfecho previsível e inevitável: a guerra.
As potências altamente militarizadas aprofundam seus esforços pela partilha e repartilha do mundo, com o USA, superpotência hegemônica e seus aliados, reforçando suas ocupações e agressões aos povos do mundo todo. As demais potências seguem conformando blocos para medirem forças entre si no contexto de um rearranjo das influências sobre zonas estratégicas do globo. A Rússia tem seu lugar e suas ambições como superpotência militar e atômica. A China, amealha mercados orientais, expande suas fronteiras comerciais em todo o mundo e se arma em sua sanha por atingir o status de superpotência.
O USA vive um ciclo muito profundo e longo de crise. Desde os anos de 1970 os ianques não vêem os gráficos de sua economia em curva ascendente. E os desastrosos efeitos da crise têm se desenvolvido em ciclos cada vez mais curtos.
A situação se agrava no Paquistão e Coréia (dois países detentores de tecnologia e/ou arsenal atômico).
Toda a realidade demonstra a gestação de uma crise ainda maior, que deixará à mostra não a suposta vitalidade que o imperialismo tanto busca demonstrar, mas sim a crise profunda na qual o capital monopolista transnacional está metido. Para as massas, o agravamento de toda esta situação certamente resultará — já está resultando — em maiores agressões por parte dos poderosos. A contrapropaganda do imperialismo e seus lacaios insiste em dizer que "o pior já passou". Falam de superação, mas ampliam as políticas anti-povo. Falam de reaquecimento da economia enquanto a Ásia, África e América Latina são diuturnamente sangradas para financiar as "ajudas emergenciais" das transnacionais e monopólios.
E é justamente em momentos como esse, quando o imperialismo agoniza em meio a aguda crise, que se desenlaçam os momentos cruciais para a luta revolucionária. Uma crise de superprodução de grandes proporções como essa, em 1929, só pôde ser superada temporariamente através da corrida armamentista e a destruição das forças produtivas e mercadorias na 2ª Grande Guerra Imperialista. O ew Deal, ensalsado até hoje como o plano econômico que tirou o USA da crise, teve pouco efeito prático, exatamente como as medidas tomadas hoje pelos mandatários do imperialismo e os gerentes semicoloniais de plantão. A saída para as crises do capitalismo (até que sobrevenha outra em menos tempo) é sempre através das guerras menores ou maiores.
Rufam os tambores da guerra imperialista
Sobre este pano de fundo, o novo chefe do imperialismo ianque vem se mostrando tão ou mais sanguinário do que o próprio Bush, seu antecessor, com a "Doutrina Obama" vestindo com roupas novas as velhas operações assassinas do complexo militar-industrial sob seu comando. A despeito das ilusões vendidas sob o slogan eleitoreiro da "mudança", a própria estrutura do alto escalão decisório do USA não deixa dúvidas sobre o propósito de continuar com a violência e a guerra na ordem do dia. Nada mais significativo do que a manutenção no cargo do secretário de defesa de Bush, Robert Gates, mas ele não é único belicista dos quais Obama se cercou.
Tocando as ações criminosas do USA ao redor do mundo estão ainda a secretária de Estado Hillary Clinton, que apoiou a invasão ao Iraque e declarou que seu exército deveria "acabar" com o Irã, faz incursões de inspeção de tropas, tenta dividir a resistência nacional afegã dizendo ter que separar os que "entraram na guerra momentaneamente" dos "fundamentalistas".
Também participam do governo Obama inúmeros outros quadros imperialistas, como Brent Scowcroft, conselheiro de Segurança Nacional de Gerald Ford e de Bush pai, e Zbigniew Brzezinski, conselheiro de Segurança Nacional de Jimmy Carter e velho ideólogo do intervencionismo ianque. Agora ambos voltam aos seus cargos para darem sua valiosa contribuição para a continuidade da "Doutrina Monroe", agora rebatizada de "Doutrina Obama". Há ainda Dennis Ross, homem de confiança do sionismo a quem Obama confiou o cargo de conselheiro especial para o Golfo Pérsico.
Aliás, os afagos no sionismo são a prova maior de que só se iludiu com o marketing da "mudança" quem quis. Ainda em campanha, Obama prometeu, por exemplo, continuar ou aumentar o financiamento das forças militares israelenses, o que significa mais opressão e morte para o povo palestino. A disposição declarada em respaldar o Estado facínora de Israel lhe rendeu apoio entusiasmado da alta oficialidade sionista, com direito a meia dúzia de militares da reserva gravando um vídeo de apoio ao então candidato do Partido Democrata.
A destinação de mais quase US$ 100 bilhões para o financiamento das guerras e ocupações empreendidas pelo USA mundo afora, o reforço de 20 mil soldados ianques no Afeganistão, os repetidos massacres na Ásia Central, e a manutenção das tropas invasoras no Iraque não mostram outra coisa senão que o festejado Obama na verdade não passa de mais do mesmo.
Agressão, tropas de ocupação e bases em todo mundo
O USA mantém cerca de 300 mil soldados espalhados por aproximadamente mil bases militares instaladas em mais de 140 países, a maioria na Europa e na Ásia, especialmente na Ásia Central e no Oriente Médio. Este imenso aparato representa 95% de todas as bases militares mantidas por todos os países do mundo em territórios estrangeiros.
Na região do oceano Pacífico, o maior enclave militar ianque se encontra no Japão. São 63 mil marines no total e várias bases mantidas inclusive por meio de recursos dos trabalhadores nipônicos, com o governo japonês repassando dezenas de milhões de dólares aos militares do USA a título de apoio financeiro. Entre as bases ianques no Japão está a de Kadena, na ilha de Okinawa, onde pousaram os 12 aviões de guerra F-22 Raptors enviados pelo USA para reforçar a tropa depois que a Coréia do Norte realizou seu último teste nuclear.
Na Coréia do Sul são 37 mil soldados ianques. Na Península das Coréias, onde atualmente o imperialismo ianque, com sua costumeira arrogância, condena o governo norte-coreano por executar supostos testes atômicos, criou-se uma situação delicada com deslocamentos de tropas de consequências imprevisíveis. Obama gesticula demagogicamente, como se a Coréia do Norte fosse utilizar bombas atômicas com o propósito de destruição em massa. Dessa forma o USA busca um novo Pearl Harbor, 11 de setembro, um novo Iraque ou qualquer outro "inimigo" que faça jus ao nome para reforçar sua aliança com o Japão e Coréia do Sul, armando-os até os dentes e reforçando sua própria presença na historicamente conturbada fronteira oriental da China e da Rússia. Diga-se de passagem, o único caso na história em que artefatos nucleares foram utilizados para "destruição em massa" foi o das explosões das bombas de Hiroshima e Nagazaki em agosto de 1945 pelo USA, no maior atentado terrorista da História.
Ali perto, nas Filipinas, há 600 soldados ianques garantindo a recolonização do arquipélago com alto poder de fogo, além de atuar juntamente com as forças reacionárias do velho Estado no combate à Guerra Popular dirigida pelo Partido Comunista naquele país. Entre eles estão 130 homens dos corpos de elite, que participam de assassinatos políticos de sindicalistas, agricultores e dissidentes, tudo sob a mais absoluta impunidade. E foi durante uma visita oficial à capital filipina, Manila, que no último dia 1° de junho o Secretário de Estado do USA, Robert Gates, atiçou os ânimos na região ao dizer que os norte-coreanos estariam prestes a lançar um míssil de longo alcance que poderia atingir o Alasca, o Havaí, ou o próprio Japão.
No Cáucaso, as tropas da Otan, em sua maioria formada por ianques e britânicos, vão aos poucos ocupando a Geórgia para garantir os interesses ocidentais em uma região que já foi palco de conflitos durante as duas guerras mundiais, e que nos tempos que correm vem sendo o desaguadouro das tensões que sobem das contradições entre o imperialismo ianque e o imperialismo russo. O Kremlin, da oligarquia gangsterista do aparato de inteligência que gravita em torno de Putin e Medvedev, controla um gigantesco arsenal militar e nuclear e já deixou claro que está no páreo dos esforços correntes de repartilha do mundo.
É também para conter a expansão da influência da Rússia em uma região que tem ainda como vizinhos a China e o Irã que os ianques vêm mantendo e reforçando um grande efetivo militar no Afeganistão. Em 2001, o USA se valeu de cerca de 12 mil soldados para invadir o país. Agora, o efetivo invasor conta com 38 mil militares. E a máquina assassina não pára de ser azeitada: dados da U.S. Air Force mostram que entre 2004 e 2007 o total de munição disparada por aviões ianques no Afeganistão subiu de 163 toneladas para 1.956, um aumento de 1.100%.
Tudo indica que a ocupação do Afeganistão será mantida, mas a prioridade de Obama na Ásia Central é na verdade o Paquistão, que desenvolveu armas atômicas e que, por isso mesmo, sofria sanções comerciais já antes do 11 de setembro de 2001. Naquele ano, pouco depois dos ataques a Nova York, mais precisamente no dia 21 de setembro, o então senador ianque Joseph R. Biden, do Partido Democrata, disse o seguinte, em nome da administração Bush: "Guerra é guerra. Estamos dispostos a levantar as sanções impostas ao Paquistão pelos testes nucleares de 1998 e dar ao país o que for necessário para convencer seu governo a colaborar conosco". Hoje, Joe Biden é o vice-presidente de Obama, vice-chefe do imperialismo ianque, que, ao contrário do que a lenga-lenga pacifista tenta fazer crer, não está aí para fazer um só soldado arredar pé das ocupações criminosas do USA. Ao contrário. Ao USA, é necessário no mínimo neutralizar o Paquistão, uma vez que seu parceiro estratégico na região é o Estado indiano, que tem uma antiga disputa com o Paquistão.
No Golfo Pérsico são mais de 20 mil marines prontos para entrar em combate, a postos em países oprimidos por monarquias despóticas sócias do USA, como Oman, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Kuwait e Bahrein, onde fica também o Estado Maior da Quinta Frota da Marinha ianque. Só na Arábia Saudita são três grandes bases militares, mais de cinco mil soldados e uma poderosa esquadrilha de caças, bombardeiros, aviões invisíveis e de espionagem.
A Europa não quer combater em seu próprio chão
E é para o Cáucaso, Ásia Central e Oriente Médio, ou mesmo para o extremo oriente que o imperialismo europeu quer levar a guerra que está ajudando a germinar. Além de as classes dominantes do continente estarem há tempos se esmerando para empurrar a atuação da Otan cada vez mais para o leste, os mais recentes sintomas desta preocupação da alta cúpula européia tiveram como protagonistas dois dos seus mais altos representantes: Tony Blair e Nicolas Sarkozy.
No início de junho o ex-primeiro-ministro britânico tentou atiçar os ânimos para uma nova ofensiva de Israel sobre a Faixa de Gaza. Falando em nome do Quarteto de Madri (grupo de pressão formado por ONU, USA, União Européia e Rússia, que visa empreender esforços conjuntos em prol de demandas comuns dos mais poderosos grupos imperialistas), Blair mais uma vez ameaçou o povo palestino, dizendo que a gente de Gaza deveria "aprender a lição" e decidir de uma vez por todas "isolar os extremistas", referindo-se na verdade a quem está na linha de frente da resistência corajosa e inquebrantável às agressões sionistas.
Já o presidente da França, poucos dias antes, foi pessoalmente inaugurar uma base militar do seu país em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. A nova base, marítima e terrestre ao mesmo tempo, abrigará até 500 soldados franceses e terá a retaguarda de três aviões de combate de última geração, que ficarão estacionados em uma base aérea próxima ao local. É a primeira vez em muitas décadas que a França cria uma base militar fora de sua área de influência tradicional, que fica no entorno das suas ex-colônias africanas. As novas instalações ficam na margem do Golfo Pérsico, diametralmente opostas ao Irã, separadas apenas por uma centena de quilômetros de um dos possíveis campos de batalha de uma nova guerra de grandes proporções. Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes Unidos, tem mantido fortes laços de cooperação com Paris e Washington.
Não obstante o fato de querer evitar que a Europa seja mais uma vez o epicentro de um grande conflito, os manda-chuvas do continente não se incomodam que seja ali o centro operacional da próxima guerra imperialista. São centenas de bases ianques instaladas em solo europeu. Elas estão na Grécia, Hungria, Islândia, Dinamarca, Noruega, Holanda, Luxemburgo, Portugal, Espanha, Itália, Albânia, Polônia e República Tcheca, além do incrível número de 227 bases na Alemanha. São mais de 100 mil soldados do USA distribuídos desde a Península Ibérica até os Bálcãs. Há ainda a questão do escudo anti-mísseis, estratégico no âmbito das contradições inter-imperialistas, que já está sendo montado nos países do leste europeu que tiveram experiências como democracias populares e fazem fronteira com ex-repúblicas soviéticas localizadas a oeste de Moscou.
A Rússia, por sua vez, não deixa de evidenciar que, como potência nuclear, não admitirá a perda de suas áreas de influência e domínio. Em maio último, o governo Russo recusou-se em participar da cúpula da OTAN, demonstrando que possui meios e estratégia próprios no operativo dos seus planos de rapina.
Na África, ocupações da ONU
Na África, o USA mantêm tropas em países como o Egito, tradicional aliado dos ianques e que faz fronteira com a Palestina ocupada pelos sionistas. O país é o segundo maior beneficiário das ajudas financeiras ianques, ficando atrás apenas de Israel. Washington também controla uma grande base com dois mil soldados no Djibuti, na região do Chifre da África, à margem do estreito de Bab-el-Mandeb, porta para o Mar Vermelho e para o Golfo de Acaba, caminho marítimo para a Arábia Saudita e para a Península do Sinai.
Mas na África as ocupações estão a cargo mesmo é das chamadas "forças de paz" das Nações Unidas, que não fazem mais do que cumprir a agenda do imperialismo com missões atualmente em curso na Libéria, Costa do Marfim e Sudão.
As massas brasileiras não podem se iludir com qualquer uma dessas missões "pacificadoras", nem tampouco cair na cascata de que toda a rede militar e o aparato bélico ianque ao redor do mundo em algum momento se prestam a livrar quem quer que seja do tráfico de drogas ou do terrorismo. Trata-se de uma gigantesca engrenagem de ocupações e matanças a serviço do imperialismo.
Esses dados demonstram o quão é importante manter o mundo todo militarizado para o imperialismo. Porém, o próprio exército ianque tem limitações que impedem a ocupação efetiva por suas tropas de todas as áreas consideradas estratégicas. Quando não podem utilizar tropas lacaias de outros países, como no caso do exército brasileiro no Haiti, recorrem a outro ponto muito importante de sua estratégia de dominação, que é a Guerra de Baixa Intensidade. É o que pode ser observado nos planos imperialistas para a América Latina, que ao lado de acordos comerciais bilaterais incluem cláusulas militares que implicam na insidiosa presença de assessores militares e mesmo tropas, mas preconizando ações "cívicas" e "cidadãs", fortalecendo as "autoridades locais", etc. (ver matéria na página 15)
Matança desenfreada
Segundo o Centro Palestino de Direitos Humanos, 1.434 pessoas foram mortas na última grande ofensiva militar sionista na Faixa de Gaza, em dezembro de 2008 e janeiro deste ano, incluindo 960 civis, 239 policiais e 235 militantes. Israel admitiu a morte de 309 civis inocentes, entre eles 189 crianças e jovens com menos de 15 anos de idade.
No Iraque, os números mais conservadores informam 45 mil mortes violentas em razão da ocupação ianque, a maioria por execuções. Os números mais realistas e menos mascarados dão conta de quase 100 mil mortos desde 2003. Entre março e abril deste ano, a quantidade de pessoas que perderam a vida no Iraque subiu mais de 250%.
No Paquistão, já são mais de 2 milhões de refugiados em razão da ofensiva do exército paquistanês no Vale do Swatt, no noroeste do país, com os bombardeios não poupando sequer as escolas muçulmanas, identificadas como "esconderijos de terroristas". Os ataques vêm contando com logística ianque e financiamento britânico. O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, anunciou durante visita ao Paquistão no final de abril um reforço de caixa de 10 milhões de libras para ajudar o títere Pervez Musharraf a rechaçar a insurgência e arrasar seu próprio país a fim de abrir caminho para mais uma ocupação duradoura.
No Afeganistão, os dados oficiais — os da ONU — dão conta de que o número de civis mortos aumentou 40% em relação a 2007, a maioria vítimas dos covardes bombardeios aéreos levados a cabo por aviões de combate do USA em vilas do interior do país.
Fermenta a rebelião dos povos
Para o proletariado e as massas exploradas e oprimidas de todo o mundo, somente a luta revolucionária pode significar uma saída verdadeira, a da destruição do imperialismo.
Embora a corrida armamentista imperialista e as agressões contra os povos tenham se intensificado ao longo dos anos, 2008 foi também o ano com o maior número de baixas entre as forças de ocupação no Afeganistão. E não é apenas lá que o imperialismo vem encontrando dificuldades. Em todos os lugares a luta das massas se avoluma, impondo revezes aos inimigos invasores. Após anos de contra-revolução e agressão, os povos do mundo em luta têm imposto derrotas fragorosas ao imperialismo e forjado vanguardas provadas na luta, capazes de dar-lhes uma perspectiva revolucionária.
As lutas de libertação nacional como as do Iraque, Afeganistão, Palestina e Peru, entre outras, e as Guerras Populares dirigidas por autênticos Partidos Comunistas na Índia, Turquia, Filipinas e Peru, ganham novo impulso e são partes vitais do esforço em prol da emancipação dos povos de todos os continentes, da destruição completa do imperialismo e todos os reacionários, da Revolução Democrática ininterrupta ao Socialismo.
Por fim, a deflagração da guerra imperialista apenas, como fato isolado, não conduz à revolução de forma espontânea. De fato as duas grandes revoluções, na Rússia em 1917 e na China em 1949 se processaram em momentos de aguda crise e no momento em que foram deflagradas as duas grandes guerras imperialistas; no entanto, só foi possível um desenrolar revolucionário porque naqueles países havia partidos revolucionários que prepararam e dirigiram as suas respectivas revoluções.
Hoje, assim como ontem, é reforçada a argumentação de Mao Tsetung, dirigente da grande guerra de resistência contra o imperialismo japonês (entre outros) e da Revolução Chinesa: "Ou a revolução conjura a guerra imperialista ou a guerra imperialista atiça a revolução".