Engajados no engrandecimento da genuína música brasileira, alguns dos maiores instrumentistas do Rio estão ensinando choro, gratuitamente, a todo e qualquer interessado, tenha ou não experiência musical. A iniciativa foi batizada como Escola Portátil de Música — Oficinas de Choro, e constitui programa pioneiro desenvolvido sob a coordenação de Maurício Carrilho e Pedro Aragão no Instituto Jacob do Bandolim.
Um dos mais importantes programas de educação musical criados no Brasil, a Escola Portátil de Música , através da linguagem do choro, contribui para perpetuar esse gênero musical surgido por volta de 1880, no Rio de Janeiro, então Província da Corte Imperial. Há mais de 100 anos, pequenos grupos de músicos, muitos deles modestos funcionários públicos lotados no mais das vezes na Alfândega, nos Correios e Telégrafos, na Estrada de Ferro Central do Brasil etc., reuniam-se nos subúrbios cariocas e executavam valsas, polcas e xotes de maneira plangente, chorosa — que acabou conhecida como choro.
Criado no ano 2000 por Mauricio Carrilho, Luciana Rabello, Álvaro Carrilho, Celsinho Silva e Pedro Amorim, com o nome de Oficina de Choro, até 2003 o programa esteve sediado na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Obtido este ano um patrocínio, organizou-se na Ladeira da Glória o núcleo avançado, onde mestres como os violonistas Maurício Carrilho, Paulo Aragão e Anna Paes, o flautista Álvaro Carrilho, os cavaquinistas Luciana Rabello e Jayme Vignoli, o bandolinista Pedro Amorim, os percussionistas Celsinho Silva e Jorginho do Pandeiro, entre outros, ministram aulas gratuitas todos os sábados a nada menos de 400 bolsistas. Eles recebem todo o material didático (cadernos com histórias do choro, partituras, cds) e aulas de flauta, cavaquinho, violão, pandeiro, bandolim, saxofone alto, tenor e soprano, trombone, trompete e clarinete. As atividades do Núcleo começaram em abril num casarão do Século 18, e o horário dos alunos de nível avançado vai das das 9h às 12h. Para os iniciantes, das 14h às 17h.
Paralelo às aulas com instrumentos, os alunos estudam percepção musical e práticas de conjunto e de banda. O núcleo deixa à disposição deles um acervo de áudio e vídeo, uma pequena biblioteca e um banco de partituras para consultas. Qualquer aluno pode levar um CD por semana para casa e reproduzi-lo.. De curso livre da Escola de Música da UFRJ a idéia enfrentou muitos obstáculos até constituir a Escola Portátil:
— A reitoria da universidade — explica o flautista Álvaro Carrilho — foi substituída e os novos dirigentes não quiseram cumprir o que tínhamos combinado com a antiga direção. Queriam modificações que mutilariam o projeto, e tivemos de recusar. Foi quando uma empresa aceitou nossas condições para patrocínio, nascendo então a Escola Portátil de Música.
O Instituto Jacob do Bandolim, proponente deste projeto, foi criado em fevereiro de 2002 por músicos como Sérgio Prata, Hermínio Bello de Carvalho, Maurício Carrilho e Déo Rian para dar continuidade ao trabalho de divulgação iniciado pelo carioca Jacob Pick Bittencourt, o Jacob do Bandolim, que dedicou a vida a este instrumento, de 1918 a 1969. Instrumentista e compositor genial, Jacob foi também aplicado pesquisador da música brasileira, particularmente o choro.
Apesar da censura e dos impedimentos criados pelo monopólio dos meios de comunicação, que insiste em ditar gosto e comportamento à população — a Escola Portátil tem 450 candidatos à espera de vaga. Suas idades variam dos 7 aos 70 anos, e a fila inclui desde quem mal sabe pegar no instrumento musical, a quem já estão compondo e formando grupos de choro. Os estudantes não se limitam a cariocas: vem gente de Macaé, Rio das Ostras e Cordeiro, e de outros estados, como São Paulo.
Resistência à mediocridade
Curiosamente, a procura é mais intensa por parte dos que nasceram a partir dos anos 80 — quando, por pressão da mídia, as emissoras de rádio já abandonavam o choro em favor de música estrangeira da pior qualidade. Sua história é praticamente a mesma: entusiastas da música, descobriram o choro e imediatamente se dedicaram a tocá-lo. Quase todos, mesmo os que exercem outra profissão, esperam oportunidade para seguir a carreira de músico.
Marino D'Icarahy Júnior, advogado e professor de legislação e ética para a área de saúde, também estudante de pandeiro na escola, diz que este é o maior movimento musical do gênero feito no país. Uma iniciativa que confronta os interesses de quem costuma respaldar o descartável.Para ele, a escola luta contra o “império da mediocridade” existente no Brasil:
— Esse projeto é a materialização de um processo de verdadeira resistência militante dentro da mediocridade que está imperando no país, no que diz respeito principalmente a aculturação. E não é apenas o fato de ser um resgate da história da música popular brasileira, mas do verdadeiro movimento de resistência cultural, da sobrevivência da nossa música que está sendo destruída, contribuindo para que, cada vez mais, o nosso povo perca a sua identidade.
Prossegue Marino:
— Isso é muito grave, porque quem não tem a sua própria identidade, não sabe de onde veio, o que está fazendo e para onde caminha, e isso é o próprio processo de alienação que estamos vivendo. São poucos aqueles que têm energia para resistir a esta verdadeira avalanche que é a dominação do grande 'xerife' do mundo, os Estados Unidos, invadindo a nossa vida de todas as maneiras e a todo instante, de uma forma que nem todo mundo percebe, ficando completamente vulnerável. Os patrocínios americanos geralmente são dirigidos para os canais de aculturação ou deturpação da riqueza da nossa cultura. Vemos, por exemplo, o espaço que se dá para o pagode, que na verdade não existe como gênero musical. Ele é um sinônimo de festa de samba. Alguém dizia: “Vou a um pagode na casa de fulano”, significando que teria uma festa com sambas na casa de um fulano. Isso hoje foi deturpado e vemos letras e ritmos medíocres com o nome de pagode.
Desculpando-se com os que não conhecem a essência da mediocridade do que chamam pagode e a ele se dedicam, Marino, dentro do enfoque de aculturação ou deturpação da cultura brasileira, sustenta: — Isso sem falar em funk, rap e outras patetices. Com a Escola Portátil de Música, podemos nos considerar privilegiados, porque estamos fazendo resistência. Aqui é choro, levado a sério, ortodoxo, sem perder a sua principal característica, a improvisação. O choro deu origem à maioria dos ritmos brasileiros, entre eles, o maxixe e o baião.
Marino revela que a sua maneira de tocar o pandeiro mudou depois de ter conhecido a Oficina, há quatro anos, quando ela ainda funcionava na UFRJ:
— Eu considerava que batia pandeiro, e cá estou, aprendendo com o mestre Jorginho do Pandeiro, inventor de uma técnica que mudou a referência do instrumento, inclusive dentro do próprio choro. Tem uma forma de batida que privilegia bastante a acentuação de graves e agudos para não apenas dar ritmo, mas marcar os compassos e se responsabilizar, dentro do conjunto regional, pela sua marcação. Estou passando pelo dificultoso processo de desaprender o que pensava saber e aprender direito.
Ainda não cheguei lá.
Diante desse “império da mediocridade”, Álvaro Carrilho adverte que não se pode esconder ou aniquilar a boa música, mesmo que haja, como há, grande tentativa neste sentido, porque ela acaba aparecendo, justamente por ter qualidade. Álvaro faz uma comparação do nosso tempo com a época do surgimento do choro, quando não existia televisão, rádio, internet. O choro era conhecido através de uma espécie de boca-a-boca. Por onde passava, atraía a atenção. Assim é atualmente: na era da televisão, rádio, internet, o choro sobrevive; por onde passa encanta, atraíndo pessoas de todas as idades.
Álvaro diz que a divulgação da escola tem acontecido de boca-a-boca, porque a grande mídia não quer que a população tenha contato com a boa música.
— Eles tem medo do povo gostar, coisa que costuma fatalmente acontecer no primeiro contato. Isso porque, aqui no Brasil, o melhor entre os políticos usa a política do enquanto pior, melhor. É bitolar o povo para que ele não pense e peça mudanças.
O encanto da garotada
Mestre Álvaro fala com orgulho de seus alunos prodígios, entre tantos, o fenômeno Manuela Fernandes, 13 anos, e os Matutos de Cordeiro, grupo de jovens com idades entre 13 e 20 anos, oriundos daquela região serrana do Rio de Janeiro. Todos os sábados, desde a época da Oficina de Choro da UFRJ, eles vêm de sua cidade em busca de um bom ensino musical. Esses meninos já gravaram seu primeiro CD. E o mestre não contém sua admirição:
— Eles são fantásticos; estão tocando muito choro. Quatro já estão compondo! Carolina de Holanda, 26 anos, outra aluna brilhante, começou nos tempos da oficina da UFRJ e atualmente ajuda Álvaro Carrilho nas aulas de flauta, como monitora. Arquiteta e pianista clássica, Carol mudou completamente desde que conheceu o choro: trocou o piano pela flauta e está fazendo faculdade de música. Foi uma das primeiras a formar um grupo de choro, com os colegas Abdallah (violão de 7 cordas), Renato (pandeiro) e Dudu (cavaquinho).
Entre os iniciantes da turma de flauta estão: Jonas Rocha (10), Jeferson de Souza (16), Rachel Carneiro (18), Cíntia Albuquerque (23), Mariana Lopes (24), Débora Cardoso (29) e Josilene Medeiros (35). Rachel é apaixonada por música desde criança embora não tenha sido incentivada:
— Na minha família ninguém toca qualquer instrumento. Mas desde pequena eu gostava de música clássica e me interessei em aprender flauta. Logo passei a tocar em uma orquestra e ter os primeiros contatos com o choro. Conheci e gostei. Ainda estou cursando o ensino médio, mas pretendo prestar vestibular para música.
Jeferson cursa o ensino médio e também se dedica a ouvir e a tocar choro:
— Quando comecei a estudar música, percebi que existia algo muito mais elaborado do que aquilo que se ouve nas rádios. Descobri ritmos como o choro, o samba e a bossa, e hoje não quero mais ouvir as músicas sem qualidade. Como instrumentista, acredito que quem começa a tocar, não quer parar. Desejo seguir carreira de músico de choro.
A fonoaudióloga Débora Cardoso, casada com Abdallah, costumava acompanhar o marido nas aulas, como ouvinte. O fato é que cedeu aos encantos da música e, agora, faz parte do quadro de alunos e toca no grupo da Carol.
— Esperei para ver qual instrumento com que eu mais me identificava e decidi pela flauta. Aqui é maravilhoso, muita solidariedade e amizade entre professores e alunos. Durante os intervalos e quando acabam as aulas, nós nos encontramos nas dependências da escola e ficamos ouvindo música, porque em todo canto tem sempre alguém tocando ou ajudando o outro com dicas.
A fisioterapeuta Josilene Medeiros esperou quinze anos para conseguir realizar seu desejo de tocar choro. Começou a ter os primeiros contatos com o ritmo na adolescência, quando ouvia a Rádio Nacional e Rádio MEC, as poucas que tocavam choro. Decidiu estudar flauta, mas teve que adiar a idéia porque não tinha dinheiro para comprar o instrumento:
— Hoje trabalho em um hospital e pude comprar a minha flauta e começar a aprender.
O alto preço dos instrumentos musicais é barreira para muitos músicos que se esforçam para contornar a situação. Rachel, por exemplo, está estudando com uma flauta emprestada, Jeferson ganhou a que executa de uma professora e Cíntia trabalhou duro cinco meses para conseguir comprar a sua — em várias prestações.
O próprio mestre Álvaro Carrilho enfrentou esse problema. Ele começou a tocar a sua flauta de bambu, herança de seu irmão, o também flautista Altamiro Carrilho, ainda criança. Por volta dos 20 anos, já tocava em várias rádios, usando esta mesma flauta, sem poder adquirir o instrumento profissional. Quando se casou com dona Zélia e nasceram os filhos, teve que abandonar os seus projetos de músico. Para sustentar a família, foi trabalhar como representante de um laboratório. Sua primeira flauta profissional foi presente do filho violonista, Maurício,que com apenas 14 anos se apresentou ao lado do tio Altamiro, recebendo o primeiro cachê e com ele comprou o presente para o pai. Somente ao se aposentar, em 1981, Álvaro pôde se dedicar integralmente à música.
A imensa admiração pela música e pelo choro vale o sacrifício, na opinião de alunos e professores. Cíntia Albuquerque acredita que o choro é um grito de liberdade diante de toda uma massificação existente:
— Sinto que o choro é algo muito particular e uma maneira de reviver o que aconteceu há muitas décadas, sem que isso seja nostálgico, até porque ele não envelhece. Mesmo tendo surgido há mais de um século, permanece contemporâneo. Mas nos faz lembrar de uma época em que as pessoas eram menos massificadas e tinham acesso ao que era bom, a boa música.
Ela vê a Escola Portátil como uma espécie de resistência, e diz que estudar e divulgar o choro é uma maneira de afrontar a massificação vigente, cheia de músicas com letras medíocres e melodias pobres: — O choro é uma maneira de valorizar o que é nosso, porque é completamente carioca e brasileiro. Ele é um grito de liberdade diante dessa ‘porcalhada’ toda que ouvimos por aí na mídia — defende, observando ainda que — o choro tem o encantamento de nos permitir brincar com ele. Exige um embasamento, uma técnica, mas ao mesmo tempo permite que se brinque ao tocá-lo. Podemos criar em cima do que existe improvisando, e para isso precisa-se ter técnica, estudo. Costumamos dizer que quem toca choro, pode tocar qualquer tipo de música. Isso porque ele é muito bem elaborado. Tem uma divisão rítmica que exige mais do músico, tanto no improviso — às vezes está sendo executada uma música em determinado tom e a pessoa faz a sua improvisação em cima — quanto na reprodução fiel das músicas, sempre muito bem escritas.
Cíntia, que faz faculdade de musicoterapia, descreve:
— Um dia descobri uma letra que Vinícius fez para uma música de Pixinguinha. Chegando a Pixinguinha foi fácil de chegar ao choro. Gostei e tenho me aprofundado cada vez mais.
Música elaborada
A artista plástica, especialista em encadernação e aluna de violão, Márcia Cristina Paraguaçu, conheceu a escola este ano:
— Sempre gostei de tocar violão, inclusive, estudo violão clássico na escola Villa-Lobos, e conheço choro desde criança, porque minha mãe gostava de ouvir. Mas quando entrei para a escola e fui tocá-lo, descobri uma grande riqueza de variação de ritmo, que eu não imaginava. Em uma mesma música, por exemplo, encontramos três ritmos diferentes. Percebi também que ele não depende somente da partitura, mas de muita percepção de ritmo e melodia. Tem o improviso, que pede muito de harmonia, para o domínio do próprio instrumento e da parte teórica mais expressa, a teoria já aplicada na prática.
Márcia acrescenta:
— Fiquei maravilhada, porque o violão clássico, por mais difícil que seja, está escrito na partitura, mas o choro não. É necessário que a pessoa pegue na prática, ouvindo e exercitando a sua percepção. Ele tem me ajudado muito no violão clássico, me deixando mais solta e com mais percepção de ritmo. Muitos pensam que o clássico ajuda o choro, mas é o contrário: o choro ajuda o clássico. Na música clássica ficamos mais presos à partitura e isso torna difícil na hora de dar uma interpretação própria. No choro temos uma percepção nossa, é uma espécie de interpretação pessoal da música.
Mestre Álvaro Carrilho concorda com essa visão, e acrescenta que o choro dá um embasamento maior na hora de tocar outros gêneros.
— Os músicos eruditos, por exemplo, que são ligados ao choro, acham ótimo se aperfeiçoarem, porque ficam mais bem preparados tecnicamente para tocar, muitas vezes, óperas antigas complicadas. O choro tem 'jogo de cintura', quer dizer, dá para criar em cima da música.
Além de professores, monitores e alunos, a escola conta com vários colaboradores. É o caso de Caçula, 61 anos, cujo apelido, tão conhecido nas rádios e nas rodas de choro, já o fez esquecer-se do seu verdadeiro nome. Caçula é um chorão antigo, no melhor estilo dos músicos de rádio, que conheceu a época de ouro da rádio brasileira, os anos 50, quando começou sua carreira.
— Tenho saudade desse tempo. Se o rádio voltasse a ser o que era, iria correndo para lá novamente. Também fiz televisão, mas sempre preferi o rádio. Eu costumava acompanhar os artistas, as orquestras. Tudo era feito ao vivo, inclusive as propagandas. Foi um tempo maravilhoso. — A “mídia” só se interessa pelo vulgar e descartável e nessas coisas todas ela tenta transformar. Por exemplo, os cantores sertanejos do passado tiveram a sua luta para ocupar um espaço maior nos meios de comunicação, mas quando isso aconteceu, houve exagero e descaracterização. Perderam a característica de sertanejo, introduzindo órgãos, teclados, guitarras e se padronizando. Assim, vão ganhando dinheiro e ficando milionários, mas se o brasileiro tivesse oportunidade de conhecer a boa música, muitos artistas estrangeiros não estariam tão ricos.
O instrumentista lembra que, quando se vai pedir patrocínio para divulgação da música instrumental, recebe-se um “não” do mercado, que, ao mesmo tempo, gasta milhões de reais com a música medíocre. O próprio governo federal já conseguiu verba de empresas para fazer as suas propagandas, enquanto que ele mesmo deveria se preocupar com a divulgação da nossa música.
Choro ao meio-dia
Uma das alegrias de Caçula é participar da Escola Portátil. Todos os sábados ele aparece para conversar com os alunos sobre choro e passar seus conhecimentos de música.
— Eu dou uma mãozinha para eles, nos intervalos. Essa escola é maravilhosa e a casa parece ter sido preparada exatamente para as aulas. São muitos quartos e salas, além de um quintal maravilhoso onde nos encontramos para tocar, sempre ao meio-dia, em uma roda de choro emocionante, formada por professores e alunos da escola.
No momento, Caçula ministra aulas particulares de violão e tem contrato em algumas casas onde se apresenta. Diz:
— Além das rádios, eu participei de gravações de discos de carnavais da década de 60, fazendo parte das bandas. Também gravei um disco acompanhando Roberto Silva, em 1965. Agora estou preparando o meu primeiro disco solo, de música instrumental. Gosto de dizer que tenho orgulho de ter tocado com Pixinguinha e conhecido mestres como Canhoto, Dino, Meira, Orlando Silveira, Altamiro Carrilho, Benedito Lacerda, Rogério Guimarães, Garoto, Jacob do Bandolim, e muitos outros.
O núcleo fixo na Ladeira da Glória reproduziu outros projetos na cidade — e a implementação de núcleos intensivos, de curta duração, para o interior do Estado do Rio. São oficinas de choro com duração de até uma semana. A primeira delas aconteceu no último mês de julho, em Vassouras. As aulas foram ministradas em uma escola pública. Os alunos ali afirmaram ser essas aulas estimulantes, sem que alguém sentisse vontade de parar. Um caderno da Oficina de Choro foi distribuído a todos os alunos, contendo diversas partituras e um CD.
Bem, mas, qual foi o aproveitamento?
— No último dia os professores organizaram uma orquestra, com adolescentes tocando flauta, clarinete, trompete, sax, trombone, etc. Foi emocionante! —, assim recorda Álvaro Carrilho.