Iraque: oito anos de brava resistência ao invasor

Iraque: oito anos de brava resistência ao invasor

No dia 20 de março de 2003, o USA comandado por Bush e ajudado por forças militares requisitadas junto ao imperialismo britânico, desencadeou a partir do seu enclave no Kuwait uma violenta ofensiva contra o Iraque governado pelo presidente Saddam Hussein, dando início à criminosa invasão que até hoje, oito anos depois, os ianques tentam fazer funcionar, ou seja, fazer com que atenda plenamente aos interesses dos monopólios e às estratégias mais amplas visando a repartilha do mundo entre as potências capitalistas que, na época, já se atolavam na crise geral de superprodução.

Quando do início da invasão, os pretextos fundamentais para o ataque repercutidos pelos chefes das potências e pelo monopólio internacional dos meios de comunicação foram os de que no Iraque havia “armas de destruição em massa” e que o presidente Saddam dava guarita a terroristas que intentavam ataques ao “mundo civilizado”, tudo em meio ao rufar dos tambores da “guerra contra o terror”, nome genérico e demagogo da nova estratégia de dominação global por parte do USA colocada em prática no esteio dos “atentados” de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington.

Um dos principais arquitetos do álibi terrorista usado por Bush e ora reforçado por Obama foi o ex-secretário de Defesa ianque Donald Rumsfeld, o homem responsável pela célebre patranha “eu sei onde elas estão”, referindo-se às tais armas de destruição em massa que estariam sob o controle de Saddam, em uma frase-símbolo das mentiras que pavimentam os genocídios e os saques de toda ordem. No último dia 8 de fevereiro, por ocasião do oitavo aniversário da invasão, chegou às livrarias do USA o livro de memórias de Rumsfeld, no qual, com empáfia, mas com sinceridade, ele diz não se arrepender de coisa alguma, ainda que o suposto arsenal mortífero nunca tenha sido achado. Afinal, importavam – e ainda importam – menos os argumentos picaretas e mais os reais objetivos dos assassinos, estes inconfessáveis.

Corajosa insubordinação

A invasão do Iraque, ao lado da invasão do Afeganistão, constitui um dos maiores crimes levados a cabo pelo USA neste crescente de agressões, provocações e intimidações contra os povos ao redor do mundo, cenário onde se pode observar claramente os blocos de poder em conformação para as disputas por áreas de influência e, no horizonte, mais uma grande guerra imperialista, desaguadouro natural das contradições entre as potências econômicas e militares em declínio e aquelas em ascensão e do imperativo monopolista da expansão dos mercados e das fontes de matérias-primas.

Em oito anos de crimes cometidos por Bush e Obama no Iraque o saldo é de cerca de 110 mil civis mortos até agora, centenas de pessoas torturadas e humilhadas nas masmorras do imperialismo, como na prisão de Abu Ghraib, mais de um milhão de refugiados, as jazidas iraquianas de petróleo e gás entregues à rapina dos monopólios e toda a infra-estrutura do país destruída.

Não obstante, a resistência armada não esmorece na luta para expulsar o invasor do seu chão, honrando o povo com sucessivos revezes aos planos do USA, impondo milhares de baixas ao exército inimigo, sabotando as instalações dos monopólios do petróleo e, com suas retumbantes ações, agora colocando a nu a farsa da retirada dos soldados ianques encenada por Obama.

Agora mesmo, em meio às insurreições populares em todo o Norte da África e no Oriente Médio, o povo iraquiano está de ânimo revigorado para protestar contra a absoluta ausência de serviços públicos, a falta de água, comida e energia, contra a repressão e o esgoto que se acumula a céu aberto, enfim, contra toda a precariedade e os abusos impostos pelo invasor em conluio com os vende-pátria locais. Nas últimas semanas, vem aumentando o número de manifestações em Bagdá e em províncias do interior do país.

Por ocasião dos oito anos da invasão imperialista no Iraque, não há bem o que comemorar. Entretanto, há que se ressaltar que este tem sido um tempo de corajosa insubordinação e é preciso saudar aquele povo inquebrantável na sua luta para libertar sua pátria do jugo estrangeiro.

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