Existe nos bastidores da gerência Kassab um projeto macabro anti-povo encomendado pelas classes reacionárias. O plano da prefeitura é eliminar de imediato 1500 bancas de jornal da região central de São Paulo sob a absurda alegação de "fortalecimento da segurança pública". Com a argumentação esfarrapada de eliminação de "pontos cegos" nas ruas, a prefeitura de São Paulo culpa as bancas de jornal de obstrução da visão e ação dos policiais no patrulhamento (leia-se repressão às massas) nas ruas do Centro da capital.
Protesto dos jornaleiros no centro de São Paulo
Um abaixo-assinado promovido pelos jornaleiros do Centro de São Paulo pode ser visto em várias bancas e já conta com inúmeras subscrições contra mais esta medida antipovo da gerência Kassab (DEM).
No dia 23 de fevereiro os jornaleiros organizaram um combativo ato público que partiu da Câmara Municipal e se dirigiu até à sede da Prefeitura contando com a presença de aproximadamente 1000 pessoas entre jornaleiros e outros trabalhadores que prestaram seu apoio a categoria. A manifestação foi acompanhada de perto pela população que atentamente ouvia as reivindicações dos jornaleiros.
As bancas de jornal do Centro de São Paulo fazem parte da tradição do povo daquela cidade. Nelas os moradores têm seus pontos de referência, encontram informação, debatem a realidade do país disputando espaço para ler as manchetes do dia. Comerciantes e pedestres não têm do que se queixar da companhia das inúmeras bancas de jornal, pelo contrário, as tem como velhas companheiras há décadas.
Durante o protesto dos jornaleiros, vários trabalhadores alertaram que o projeto anti-povo da prefeitura visa atingir não somente as bancas do centro da cidade.
— Todas as bancas de São Paulo serão afetadas por esse projeto, eles começarão pelo Centro, onde existe uma maior concentração das bancas, e certamente também onde encontrarão maior resistência. Eles sabem que se vencerem nossa resistência , expandirão sua ação para todas as bancas da cidade – alertou um jornaleiro através do carro de som.
Outros gritavam: Banca não é ponto cego. Cego é quem não vê os reais problemas da cidade.
Os jornaleiros ainda denunciam o lobby de multinacionais ligadas aos setores de publicidade e distribuição do monopólio da imprensa para que controlem ainda mais a venda de seus produtos. De acordo com os jornaleiros, a prefeitura alega que quer criar um "novo conceito" do profissional que trabalha nas bancas, fala de "um novo tipo de concessão pública para o funcionamento das bancas" que trabalhariam como quiosques administrados por empresas privadas, que na prática seriam as grandes beneficiadas desse novo tipo de operação.
Segundo alguns trabalhadores entrevistados durante o ato essa medida significa "o fim da categoria, desemprego e a impossibilidade de sustentar suas famílias".