Kadhafi, troféu da agressão à Libia

Kadhafi, troféu da agressão à Libia

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A Otan, com o apoio de seus ‘rebeldes’ na Líbia, assassinou, no dia 21 de outubro, Muamar Kadhafi e seu filho Mutassen. Com esse ato, pode-se dizer que puseram fim à resistência liderada pelo coronel líbio.

As primeiras e incertas notícias veiculadas pelas agências de notícias e jornais da reação davam conta da prisão de Kadhafi durante uma tentativa de romper o cerco das tropas da Otan em Sirte — sua cidade natal — em um comboio composto por mais de cem veículos. Depois, foi a notícia de que ele havia sido ferido nas pernas, mas respirava. Ainda foi anunciado que ele, gravemente ferido, morreu a caminho de um hospital.

Mas a sucessão de imagens divulgadas na internet desmentiram quaisquer boatos de queda em combate ou de resistência do ex-dirigente líbio. A última e mais consistente notícia sobre o seu assassinato, é que ele foi encontrado em um duto de esgoto de Sirte, provavelmente denunciado por pessoas que conheciam seu paradeiro.

Mesmo nesse aspecto, ele se diferiu bastante de Saddam Husseim, que antes e durante a agressão ao Iraque, armou as massas e foi capaz de desenvolver uma política de união nacional contra a agressão. Foi um Kadhafi desgastado e isolado quem caiu nas mãos do inimigo.

Em uma última possível manifestação de dignidade, Kadhafi não fugiu, permaneceu em território Líbio até ser morto, destino esperado por ele após as primeiras e frustradas tentativas de obter algum indulto das potências imperialistas. Quando descoberto, ele teria se rendido e pedido que não atirassem. As primeiras imagens mostram Kadhafi vivo e consciente, sem impor qualquer resistência e pedindo clemência. Posteriormente, a imagem dele morto, com a roupa ensangüentada e coberto de equimoses. O legista que examinou o cadáver de Muamar Kadafi assegurou que a causa de sua morte foi um tiro na cabeça, que atingiu a região temporal e saiu pela testa, e outro no estômago.

Em seguida também surgiram imagens de seu filho, Mutassem Kadhafi, em um cômodo, falando, fumando e bebendo água. Outros vídeos o mostram deitado, com a roupa tingida de sangue e depois morto com marcas de disparos.

Pai e filho foram trucidados, assassinados friamente após se renderem. Seus corpos foram exibidos como troféus e seus assassinatos narrados com histeria pelo monopólio das comunicações, exibidos para o deleite das hienas e abutres da reação. Uma mensagem clara do imperialismo e da reação para aqueles que pretendam seguir os passos da velha raposa líbia.

Do mesmo modo como deram sumiço com o corpo de Osama Bin Laden, a Otan desapareceu rapidamente com o corpo de Muamar Kadhafi, anunciando seu sepultamento em um lugar secreto, nas areias do deserto.

Imediatamente, Barack Obama se colocou à disposição do futuro novo governo títere da Líbia.

Após meses de bombardeios e destruição, o povo Líbio, subjugado durante anos por um governo de traição nacional, agora é submetido a um gerenciamento sob a batuta direta do imperialismo que armou e financiou seus ‘rebeldes’.

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