Aos companheiros de AND,
Agradecemos as recentes reportagens sobre a luta camponesa no Pará. Em uma região onde o controle absoluto dos meios de comunicação está nas mãos do latifúndio (recentemente, o provedor da internet de Santana do Araguaia tirou a mesma do ar para impedir que um comunicado do Iterpa pudesse alterar decisão judicial), a imprensa popular e democrática cumpre um grande papel. Por isso, solicitamos o mais urgente possível publicar a denúncia sobre os acontecimentos na Fazenda Cipó. Mesmo porque o próprio Iterpa (Instituto de Terras do Pará), como vocês podem ver no laudo de vistoria em anexo, comprova o que afirmam os camponeses. E em papel timbrado do governo do Pará se compromete com imediata vistoria. O latifúndio quer ganhar no grito! E nós não vamos deixar! E contamos com os companheiros para nos ajudar, divulgando os fatos. Esta denúncia está causando enorme repercussão na região, e precisa ser amplamente difundida. Obrigado. Saudações. Viva a Revolução Agrária!
Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres
Resposta
À Comissão Nacional das LCPs e aos camponeses do Pará,
Para nós é um dever e uma honra noticiar a luta dos camponeses pela conquista da terra e pelo fim do latifúndio. Para o entendimento dos leitores, achamos importante citar aqui trecho da denúncia enviada a nossa redação pela LCP do Pará:
“Na última semana retomaram os ataques na fazenda Cipó, área reivindicada por 69 famílias camponesas da região do Batista, Novo Horizonte, Sariema, Cahada Vermelha, e São Jancinto, no município de Santa Maria das Barreiras.”
A LCP denuncia a ação de 15 pistoleiros a mando de Vânia Banbinsk com reforço de pistoleiros de outros latifundiários. A área foi tomada há um ano e oito meses por 69 famílias camponesas que aguardam a regularização das terras pelo Incra e Iterpa.
No laudo técnico de vistoria citado pela Comissão Nacional das LCPs na carta, datado de 6 de outubro de 2014, o engenheiro José Lúcio da Rocha Vaz certificou que “não foi constatada nenhuma benfeitoria” na área reclamada por Honorato Babinski, “somente uma cerca de arame liso” e outro pedaço com estacas não furadas sem arame deteriorados pelo tempo. Não constatou nenhum funcionário ali trabalhando, “bem como a existência de qualquer cultura, implementação de projetos em andamento ou parados, ou a existência de máquinas naquele local”.
E relata a presença das famílias que estão há quase dois anos na área com plantio de mandioca, banana e abacaxi.
Já o documento com timbre do governo do estado do Pará citado pela LCP fala em, com a decisão do juiz e agora com o relatório de vistoria já entregue pelo técnico responsável, o Iterpa compromete-se em “acelerar a plotagem dos dados” e “o cadastramento das famílias da área”.
Agradecemos o envio da notícia e seguiremos acompanhando e noticiando as lutas dos camponeses do Pará.
Saudações de Nova Democracia!
A redação de AND.