Luta pela terra

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Luta pela terra

Bahia

Pataxós lutam por suas terras

Desde março já circulavam inúmeras notícias sobre a luta dos indígenas Pataxó, no Sul da Bahia, pela posse de suas terras originárias, e sobre as investidas de bandos de pistoleiros que fizeram disparos e incendiaram moradias nas aldeias. A Polícia Federal já havia cumprido, também em março, mandados de prisão contra lideranças indígenas e reprimido populações inteiras. Os Hã Hã Hãe lutam há quase trinta anos pelas terras onde hoje estão situados os latifúndios.

Em 15 de abril, cinco latifúndios foram retomados pelos Hã Hã Hãe, no município de Pau Brasil, elevando para 12 o número de terras retomadas pelos Pataxó na região. As primeiras notícias davam conta de forte tiroteio entre indígenas e bandos de pistoleiros desde as 6 horas da manhã.

Em 22 de abril os Hã Hã Hãe foram expulsos de cinco dessas áreas por bandos de pistoleiros que chegaram durante a madrugada fazendo disparos e ateando fogo nos barracos. Os indígenas impuseram resistência para que as famílias, aproximadamente 600 pessoas, pudessem se retirar. Um pistoleiro morreu na troca de tiros e um indígena foi ferido na perna.

As famílias se instalaram em áreas próximas e afirmam que seguirão lutando pela posse de suas terras.

Minas Gerais

Bando armado a serviço do latifúndio expulsa famílias

Em 17 de abril, cerca de 80 famílias camponesas organizadas pelo MST ocuparam o latifúndio Inhumas, à margem da BR-050, próxima a Uberaba, no Triângulo Mineiro.

No dia seguinte, por volta das 5 horas da manhã, um grupo de segurança privada da Empresa Máster invadiu o acampamento fazendo disparos e agredindo as famílias. Logo em seguida, agentes da polícia florestal chegaram à área e chamaram reforço policial que atuou na expulsão das famílias.

Sem qualquer mandado judicial, a PM de Uberaba prendeu as lideranças Edvaldo Soares e Adelson Luís, e escoltou os ônibus da Usina Vale do Tejuco que conduziram as famílias expulsas da área para a Praça Pio XII, em Uberaba, onde elas receberam a solidariedade da população.

O latifúndio Inhumas faz parte de um latifúndio ainda maior que foi desmembrado em três partes. As outras duas áreas são ocupadas por um imenso canavial explorado pela Usina Vale do Tejuco, que integra o Consórcio CMAA – Companhia Mineira de Açúcar e Álcool.

    

Distrito Federal

Pistoleiros atacam acampamento no DF

No dia 21 de abril, após uma semana de várias ameaças e disparos efetuados contra a área, o acampamento 8 de Março, localizado em Planaltina – DF foi atacado por pistoleiros fortemente armados.

A ocupação do latifúndio Toca da Raposa pelos camponeses foi realizada no dia 8 de março e as famílias organizadas pelo MST afirmam que parte das terras do latifúndio pertence à União e foi grilada pelo produtor de soja Mário Zanatta. [fonte: mst.org.br]

Alagoas

Camponeses comemoram Corte Popular

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Camponeses tomam as ruas de Capela comemorando o Corte Popular

Em abril a Liga dos Camponeses Pobres do Nordeste e a Coordenação dos Camponeses de Capela realizaram a Festa da conclusão do 1º Corte Popular em uma área camponesa de Alagoas.

Centenas de camponeses compareceram à Festa do Corte para celebrar a conquista. Em seu comunicado, os camponeses informam que “a cidade de Capela foi tomada por centenas de bandeiras vermelhas empunhadas pelas mãos dos camponeses que cantavam com ardor as canções de luta e com a mesma energia repetiam as palavras de ordem dos camponeses combativos como: É terra, é terra pra quem nela trabalha. E viva agora é já a Revolução Agrária!

Professores e estudantes de Alagoas e de Pernambuco compareceram à festa, bem como camponeses oriundos dos municípios de Messias, São Miguel Milagres, Marechal Deodoro.

 As famílias receberam da Assembléia Popular da área os certificados de posse de seus lotes.

 Os camponeses ressaltam que, nos últimos seis anos, as famílias camponeses de capela resistiram a tentativas de reintegração de posse, fizeram bloqueios de rodovias e retomaram o latifúndio Pitombeira. Elas Enfrentaram o latifúndio, despejos violentos e a truculência policial, a perda de lavouras e as falsas promessas do Incra. Mas sua persistência e decisão foram decisivas para a conquista do Corte Popular.

Professores e estudantes de Pernambuco e Alagoas constituíram o Comitê de Apoio aos Camponeses, realizando a 1º reunião na própria Festa do Corte. O Comitê já iniciou suas atividades, recolhendo assinaturas em apoio a luta dos camponeses através do blog: comitedeapoioacapela.blogspot.com.

Ameaça de despejo na fazenda Pitombeira

Comitê de Apoio a Área Revolucionária de Capela

As mais de 300 famílias camponesas do acampamento das terras anexas da fazenda Pitombeira estão prestes a perder suas moradias, plantações e vínculos com a terra na qual vivem e trabalham há mais de seis anos. A justiça emitiu um mandato de reintegração de posse solicitado pela SAPEL, entidade do Grupo João Lyra, arrendatária da fazenda Pitombeira e seus anexos, pertencente à usina João de Deus.

Vale ressaltar que esta usina decretara falência no ano 2000, com milhões de reais em dívidas acumuladas com bancos oficiais e com órgãos oficiais como o INSS, valor este bem superior ao da propriedade citada.

O proprietário da usina “João de Deus” alega que as referidas terras anexas lhe pertencem, embora não haja nenhum documento no cartório da cidade que comprove sua alegação. Apesar disso, a “justiça” impôs setenta dias para a retirada dos camponeses do local, prazo que se esgotará no próximo mês de maio.

Em 2006, os camponeses daquela área foram acolhidos pela Liga dos Camponeses Pobres – LCP. De lá para cá, esses trabalhadores sofreram já dois despejos (2009 e 2010), em ambos conseguiram preservar suas lavouras.

Todavia, pelo que se apresenta, o próximo despejo será ainda mais intransigente. Não haverá espaço para negociação e, como de costume, o que ficará da ação do Estado será: destruição (de barracos, lavouras), desespero, caos e desesperança como aconteceu na reintegração de posse em janeiro deste ano em Marechal Deodoro.

Nesse contexto, desigual, contraditório e parcial, é oportuno a manifestação uníssona da sociedade, quanto a seu desacordo, repúdio e insatisfação com as circunstâncias impostas aos homens e mulheres, crianças e idosos da área camponesa em que vivem e trabalham os camponeses de Pitombeira e terras anexas.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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