Luta pela terra

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Luta pela terra

Bahia: camponeses sob a mira de fuzis

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Policiais fortemente armados tentam, em vão, intimidar os camponeses
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As famílias camponesas do acampamento Pedro Pires Nogueira que lutam pela posse da Fazenda Canabrava Gleba 97 D, no município de Malhada, Norte de Minas Gerais, denunciam perseguições e incursões policiais na área em que vivem e trabalham desde setembro de 2009.

A área deveria ser vistoriada pelo do Incra, o que já foi determinado pelo decreto nº 2.250\97, mas, até o momento, isso não foi efetuado. Os camponeses denunciam que, em junho desse ano, foi realizada uma Audiência Pública com a presença de representantes do Incra e mais de 600 acampados e assentados. Nessa audiência, segundo os camponeses, os representantes do Incra teriam garantido que realizariam a vistoria. No entanto, o que se seguiu foi uma incursão de policiais militares de Malhada (MG), Guanambi e Salvador (BA), fortemente armados na área.

Os camponeses denunciaram, em nota, que a incursão policial, comandada pelo o capitão Cláudio Lopes, percorreu o perímetro da área e que os policiais fizeram ameaças contra as famílias prometendo retornar para despejá-las no dia 24 de agosto, o que não ocorreu.

Na “Carta Aberta ao povo de Malhada e região!”, as famílias da área Pedro Pires Nogueira, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Malhada e Região, a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado Bahia e a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Norte de Minas e Bahia protestaram contra a inoperância do Incra e as ameaças policiais e defenderam a decisão das famílias de permanecer na terra.

Fartura colhida pela luta camponesa

Comitê de apoio ao AND de Montes Claros

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A colheita farta é fruto do trabalho coletivo entre os camponeses

Nos dias 25 e 26 de agosto foi realizada a 3ª Festa da Produção Coletiva, na área Paraterra I, em Varzelândia, Norte de Minas Gerais.

Organizada pela Associação dos Pequenos Produtores de Varzelândia, a festa reuniu camponeses do Norte de Minas, do Triângulo Mineiro e de Rondônia. Também estiveram presentes operários da construção e representantes da Escola Popular Orocílio Martins Gonçalves, de Belo Horizonte e região; operários, estudantes e professores de Montes Claros, representantes do grupo de produção coletiva de mel Norte de Minas.

Durante esses dois dias, ocorreram o seminário sobre produção coletiva, atividades culturais e esportivas. O comitê de apoio ao AND de Montes Claros esteve presente, fez a divulgação do jornal e a cobertura dos acontecimentos.

O seminário sobre a produção coletiva reuniu cerca de 30 camponeses de diferentes áreas para trocar experiências e aprofundar a luta pela coletivização. Os camponeses falaram das dificuldades e também dos êxitos na luta pela produção. O grupo de produção coletiva de mel de Pedras de Maria da Cruz fez uma apresentação de como tem aprimorado as suas técnicas e aumentado a quantidade e a qualidade da produção através do trabalho coletivo.

Uma camponesa de Rondônia fez uma exposição prática sobre como beneficiar e embalar a pimenta produzida nas áreas. O grupo da área Paraterra I também fez a exposição sobre o trabalho coletivo de irrigação das roças de pimenta, verduras, grãos e legumes. A fartura da área salta aos olhos e hoje é uma das principais responsáveis pelo abastecimento do mercado local com produtos de qualidade, frescos e sem agrotóxicos.

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Dupla vencedora do torneio na festa da produção

Todos destacaram a importância da aliança operário-camponesa, do apoio de sindicatos classistas como o ‘Marreta’ de Belo Horizonte e da Federação dos Trabalhadores da Construção de Minas Gerais, que acreditaram e apoiaram a iniciativa do grupo de produção de mel, que hoje já é capaz de se manter e avançar com a sua própria produção.

Foi destacado que, para varrer o latifúndio é necessário e possível avançar na coletivização e ajuda mútua, para enfrentar as relações de produção desiguais entre o campo e a cidade, mantidas pelo velho Estado burguês-latifundiário.

Os produtores das diferentes áreas levaram uma parte da produção e montaram o Cantinho da Fartura, onde frutas, verduras, farinha, mel, pimenta, peixes, etc, foram exibidos e vendidos.

À noite, atividades culturais animaram a festa. Um “torneio de violeiros” contou com a participação de cinco duplas e foi vencido por uma dupla da região, “João e Damião”, que recebeu como prêmio uma viola caipira. O 2º lugar ficou com uma dupla composta por representantes da Escola Popular de Belo Horizonte, que doou o violão ganho como prêmio para a própria Escola.

Uma peça teatral foi apresentada pelo grupo formado pela juventude da área Paraterra I. Houve torneios de futebol masculino e feminino e um bezerro doado por apoiadores da luta camponesa foi rifado no encerramento da 3ª Festa da Produção Coletiva.

Os camponeses celebraram com entusiasmo o êxito dessa atividade e todos já aguardam com ansiedade a realização da próxima.

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