Afeganistão
Resistência aniquila invasores da Otan
Soldados mortos durante ataque de bombas lançadas pela resistência
Um ataque de bombas lançado pela resistência contra tropas invasoras da Otan em 4 de abril deixou pelo menos 12 mortos e 26 feridos na província afegã de Faryab, norte do país.
Horas antes desse ataque, a Otan já havia anunciado outro ataque contra agentes da Força Internacional de Assistência à Segurança também no norte do país que resultou em duas baixas.
Desde o início do ano até essa data, 96 agentes da Otan, dos quais 52 ianques, foram aniquilados pela resistência.
O comando das forças invasoras da Otan também admitiu, em 9 de abril, a derrubada de um helicóptero não tripulado do tipo MQ-8 Fire Scout, no norte do país.
Fontes da Otan afirmaram que a queda foi “acidental”, porém a resistência anunciou que o helicóptero foi derrubado por disparos de guerrilheiros postados em esconderijos subterrâneos.
Novas fotos provocam ira de afegãos
Soldados ianques posam com corpos de afegãos
Diversos ataques com bombas realizados em 10 de abril deixaram pelo menos 11 policiais mortos na cidade de Herat, oeste do Afeganistão.
Na região da província de Helmand, sul do país, outro ataque se voltou contra o escritório do governador do distrito no bairro de Musa Qala, deixando oito policiais mortos.
No dia 16, após uma série de provocações das forças invasoras que incluíram a queima do Alcorão (livro sagrado islâmico) em uma base militar ianque, uma nova onda de ataques da resistência provocou dezenas de baixas entre as forças da reação. Vários prédios governamentais, prédios militares e embaixadas estrangeiras foram atacados na capital Kabul.
O jornal Los Angeles Times de 17 de abril publicou matéria com fotos de militares ianques posando com corpos de afegãos mortos.
Em uma dessas fotos, aparece um militar próximo ao corpo de um afegão e uma placa com os dizeres: “caçador de zumbis”.
O Los Angeles Times ainda afirmou que autoridades militares pediram ao jornal para não publicar as fotos “pelo temor de reações violentas”.
Iraque
Resistência mantém-se a postos
No dia 4 de abril o comboio militar que transportava o chefe de polícia de Duluiya, coronel Qandil Jalil, foi atacado pela resistência ao norte de Bagdá. Cinco policiais foram aniquilados pela explosão de um carro-bomba e outros dez ficaram gravemente feridos.
Vários ataques da resistência em todo o território iraquiano foram registrados também entre os dias 15 e 19 provocando um número ainda não divulgado de baixas entre as forças pró-ianques no país. Os alvos desses ataques foram instituições governamentais e postos de controle das forças de repressão.
Palestina
Centenas de crianças encarceradas em Israel
Com informações do Tribunal Mundial sobre o Iraque
Diversos soldados israelenses prendem criança palestina
Cerca de 4.500 palestinos, entre os quais centenas de crianças, encontram-se encarcerados em prisões israelenses, muitos deles sem julgamento ou culpa formada. Mais de 80% dos presos palestinos que são libertados sofrem com graves sequelas físicas e psicológicas. Segundo denúncia publicada pelo Middle East Monitor (Monitor do Oriente Médio), desde a ocupação sionista da Cisjordânia e de Gaza em 1967, mais de nove mil crianças palestinas (menores de 18 anos) já foram presas.
Marrocos
Ezedine Erroussi, “Greve de fome até a vitória ou a morte”
Publicamos trechos da carta do estudante marroquino Ezedine Erroussi, militante do movimento Via Democrática de Base, preso político encarcerado na prisão Aïn Kadouss en Fès. Ele e outros militantes estão, há mais de dois meses, em greve de fome. Ezedine e dezenas de outros militantes da Via Democrática de Base e de outras organizações democrático-revolucionárias do Marrocos encontram-se encarcerados por participarem de protestos populares naquele país.
“Diário da tortura:
Saudações militantes aos estudantes!
Saudações a todos os militantes do Marrocos!
Saudações de Resistência aos meus camaradas dessa prisão de sinistra reputação que estão em greve de fome ao meu lado desde o dia 23 de janeiro de 2012!
Saudações a todos os presos políticos do Marrocos!
Saudações a todos os mártires do povo marroquino!
Falarei de alguns episódios da tortura que tenho sofrido desde a minha detenção.
Fui detido no dia 1º de dezembro de 2011 por 30 agentes das forças de repressão que me golpearam com cassetetes até que perdi os sentidos. Me imobilizaram e me jogaram em um carro blindado. Me despiram, me insultaram e me golpearam violentamente. Repetidas vezes tive minha cabeça e meu abdome pisoteados. Um dos agentes colocou uma arma na minha boca dizendo “uma só bala basta para você e agora você verá horrores que nunca presenciou desde que nasceu”.
Fui levado até a delegacia e, chegando lá, me empurraram com todas as forças me jogando no chão, me amarraram novamente e me espancaram violentamente. Tive os olhos tapados. Sofri ameaças e novamente colocaram uma arma na minha boca e ameaçaram: “Vou arrebentar sua cabeça se não falar…”
Apesar de tudo, não me arrancaram nenhuma palavra. Então, começaram a arrancar meus cabelos de forma tão violenta que me arrancavam a pele junto. Suas perguntas se concentravam em detalhes sobre a Organização e a esfera de influência dos Basistes (Comitês de Base Populares). Me mantive em silêncio.
Como não arrancaram nada de mim, prosseguiram com a tortura. Me amordaçaram com um pano cheio de gasolina e me torturavam terrivelmente, tudo isso acompanhado de insultos.
Após mais de 6 horas de martírio, me lançaram nu em uma sela amordaçado e imobilizado.
Me torturaram psicológica e fisicamente e apesar disso tudo mantive-me calado.
O regime tem recorrido a outros métodos mais perversos e criminosos, recorrendo a parlamentares e a gente que se denomina “defensores de direitos humanos” para influir sobre minha família. Recebi a visita de um fiscal do Rei acompanhado do meu pai, era uma tentativa para abalá-lo psicologicamente.
Me neguei a confessar qualquer coisa e reiterei minha reivindicação de satisfação das reivindicações estudantis e de libertação dos presos políticos, únicas condições para que eu suspenda minha greve de fome. Meu pai respondeu ao fiscal do Rei: “Prefiro que meu filho morra, mas bem, do que viva humilhado, ele sabe o que faz e, se eu mesmo fosse estudante, estaria com ele na prisão”.
Nossa causa é justa e legítima. Nós, os militantes, adotamos nossas ferramentas democráticas para realizar nossos combates frente às políticas desse reacionário que é contrário aos interesses da nação, é um regime antidemocrático e antipovo. Será sempre o inimigo histórico de nosso povo que sofre com a pobreza e com a repressão.
Devido ao aperto das algemas, meus músculos têm sido estropiados e já não posso mover meus pés. Está claro que o regime está em um beco sem saída e me mantém preso em um hospital onde me mantém vivo com soro. Tudo isso para descumprir minha vontade de levar minha greve de fome adiante.
Atualmente meu estado de saúde está muito debilitado e já perdi 24 quilos, tenho vomitado e perdido sangue.
Estamos convencidos que nosso sacrifício não é mais que uma modesta participação na luta de libertação de nosso povo. Oferecemos nossa vida por nossa causa. Nossas convicções e nossas posições nos mostram que a prisão é uma continuidade da luta e não um momento de descanso.
Como dizia nossa mártir Saïda: “Aqui continuamos a luta para que ninguém esteja na prisão amanhã”.
Nosso principal objetivo é denunciar os crimes do regime e sua natureza antipovo.
Declaro à opinião pública nacional e internacional a continuidade de minha greve de fome ilimitada até o cumprimento das reivindicações estudantis e a libertação de todos os presos políticos.
Saúdo calorosamente os meus camaradas da Democrática de Base na prisão, saúdo igualmente os presos políticos.
Estou orgulhoso de pertencer a esta escola revolucionária que tem servido para alcançarmos nossos objetivos estratégicos: construir um regime democrático, a serviço dos interesses de nosso povo e de sua libertação, livrar a humanidade da exploração do homem pelo homem.
Sigamos sempre fiéis às lutas até a vitória ou a morte!
20 de março de 2012.”