A gerente Dilma Rousseff fala na solenidade de lançamento do Programa de Concessões de Rodovias, Ferrovias e Trem de Alta Velocidade
O gerenciamento petista acaba de anunciar um novo pacote de privatizações do patrimônio público nacional, engrossando o caldo da rapinagem mais descarada em nosso país, honrando com esmero os compromissos assumidos por Dilma com o imperialismo, o latifúndio e a grande burguesia nativa – compromissos estes que lhe garantiram a anuência dos maiores inimigos das massas trabalhadoras para suceder Luiz Inácio como seu testa de ferro à frente do velho Estado brasileiro.
No último dia 15 de agosto Dilma abriu a porteira para a “concessão” – eufemismo com o qual o gerenciamento petista intenta fazer fumaça à palavra “privatização” na crônica sobre seu turno de gerenciamento do velho Estado – para 7,5 mil quilômetros de rodovias e 10 mil quilômetros de ferrovias federais.
Trata-se de uma manobra totalmente voltada para escoar minério de ferro e a produção do agronegócio, ou seja, trata-se de o gerenciamento petista atendendo às demandas dos grandes burgueses e dos grandes latifundiários, tudo sob a patuscada de que a melhora deste tipo de infra-estrutura é sinônimo de melhora das condições gerais de vida para o povo.
E aqui reside a especialidade do PT, aquilo que lhe credenciou como alternativa para garantir os interesses dos grandes capitalistas na semicolônia Brasil, ou seja, a capacidade de apresentar o que é bom para as classes dirigentes como bom para as classes oprimidas.
Um exemplo: o gerenciamento Dilma fez correr a notícia de que ganhariam as licitações as empresas que se apresentassem com os menores pedágios embaixo do braço na hora do leilão, e que os pedágios só poderiam começar a ser cobrados depois de serem concluídos pelo menos 10% das obras de melhoria previstas nos contratos de “concessão”.
Apenas 12% das estradas são asfaltadas
Mero cacarejo! Quando o processo das novas privatizações for concluído, o Brasil, que já é o país com maior número de estradas onde se cobra pedágio em todo o planeta, terá 22.973 quilômetros de rodovias nas mãos de empresas privadas, quase o dobro de quilômetros rodoviários privatizados do que a nação que vem a seguir nesta contagem, a Alemanha, mas com a “curiosidade” de que apenas 12% das estradas brasileiras são asfaltadas. Se essa proporção crescer com as novas privatizações, isso acontecerá de acordo com as demandas da exportação de commodities, e não de acordo com as necessidades do povo.
Eike Batista, homem mais rico do Brasil, rei do minério de ferro, mal conteve seu entusiasmo diante do novo pacote de privatizações de Dilma, dizendo que se trata de “um kit felicidade para o Brasil”, ou seja, para ele próprio. Outro exultante com as novas privatizações é Jorge Gerdau, presidente do Grupo Gerdau e entranhado no “governo” Dilma na condição de coordenador da Câmara de Gestão e Planejamento do Governo Federal.
O que não se fez muita questão de ressaltar é que 80% dos custos das obras serão financiados pelo BNDES, o que significa dizer que quase tudo o que se fizer nas estradas e ferrovias a serem privatizadas será pago pelo erário público. Não por acaso no dia do anúncio do assim apelidado “PAC das Concessões” nada menos do que 30 dos mais conhecidos empresários brasileiros estavam em Brasília para ver aquilo com os próprios olhos e, depois, reunirem-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para porem mãos à obra.
A nova rodada de privatizações incluirá ainda o repasse de portos e novas “concessões” de aeroportos, a serem anunciados em um futuro breve. A festa parece tão convidativa que o PSDB, fração do Partido Único que mais diretamente concorre com o PT por “mandatos” para gerenciar os interesses dos monopólios, chegou até a divulgar uma nota cumprimentando Dilma pela, digamos, iniciativa.
Esta é a estirpe de oportunistas que gerencia a nação brasileira para os capitalistas de toda sorte, garantindo-lhes tudo o que for preciso para se intensificar a rapina do patrimônio do povo e a exploração sem limites das massas trabalhadoras.