
Comitê de Boicote à Farsa Eleitoral realiza panfletagem na Central do Brasil, Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
No dia 1° de setembro, ativistas de diversas organizações populares reuniram-se na primeira reunião do Comitê de Boicote à Farsa Eleitoral do Rio de Janeiro.
Estiveram presentes representantes da Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo (FRDDP), União Popular Anarquista (UNIPA), Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), Liga Operária, Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo), Movimento Feminino Popular (MFP), Frente Internacionalista dos Sem-Teto (FIST) e do jornal A Nova Democracia, que disponibilizou a sua sede, em São Cristóvão, para realização da reunião. A Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) não participou dessa primeira reunião, mas enviou sua saudação ao Comitê se disponibilizando a participar das próximas atividades.
As diferentes organizações expuseram suas posições quanto à farsa eleitoral. Após o debate, foi alcançada unidade em torno das consignas de boicote à farsa e da necessidade de o povo se organizar e lutar por uma transformação radical da sociedade. Foi estabelecido: “Não vote! Viva a Revolução!” como a palavra de ordem central do comitê.
A primeira reunião aprovou uma série de tarefas e um planejamento inicial para a agitação e propaganda. Um panfleto foi preparado e, no dia 6 de setembro, o Comitê já realizava sua primeira agitação no centro da cidade: uma panfletagem na Central do Brasil, local histórico utilizado por inúmeras organizações para a propaganda revolucionária. Mais de 1.500 panfletos foram distribuídos para os trabalhadores e trabalhadoras que utilizam os trens da Supervia.
No dia 13, uma nova panfletagem, dessa vez com a ajuda de um megafone, foi realizada na Praça XV, em frente a entrada das barcas Rio-Niterói, também no Centro.
Os trabalhadores do Rio, que no período da farsa eleitoral são disputados por cabos eleitorais e bajuladores de todo tipo com santinhos e promessas, dessa vez perceberam um movimento diferente na cidade, não só na forma, mas com um conteúdo totalmente novo. A agitação realizada pelo Comitê e a convocação do boletim apresentaram um caminho completamente diferente, ou melhor, oposto ao oferecido pela grande burguesia, pelo latifúndio e pelo imperialismo:
“Precisamos seguir lutando cada vez mais e dando as costas pra esses processos eleitorais farsantes, nos quais são eleitas as raposas que irão tomar conta do galinheiro.
Mas precisamos ir além e perceber que só com uma Revolução podemos resolver de verdade os problemas do povo. Só com o povo exercendo o poder diretamente é que ele irá garantir saúde, educação, emprego e salário digno, segurança de verdade e terra pros camponeses que nela trabalham! É por isso que precisamos nos organizar mais. Precisamos nos organizar cada vez mais nos nossos locais de trabalho, universidades e escolas, além dos nossos locais de moradia! Nesses locais precisamos desenvolver comissões, associações e movimentos que sirvam para organizar a luta do povo sem depender das classes dominantes e de toda penca de políticos e oportunistas. Dia a dia precisamos ir construindo o Poder Popular, desenvolvendo, defendendo e aplicando um Programa Revolucionário que reflita as necessidades históricas do povo brasileiro.
Se você concorda com esse manifesto, participe do Comitê de Boicote a Farsa Eleitoral. O Comitê realiza reuniões, debates e diversas ações denunciando a farsa eleitoral e convocando o povo para se organizar e lutar.”
Goiânia
O Comitê Contra Farsa Eleitoral de Goiânia realizou um debate na escola estadual Maria da Terra durante o período noturno, no dia 29 de agosto. Além de debater a necessidade do boicote à farsa eleitoral, foi levantada a necessidade de avançar a organização popular para realizar uma transformação radical em nosso país. Estudantes e professores participaram com entusiasmo fazendo perguntas e expondo seus pontos de vista.
No dia 5 de setembro ocorreu um novo debate, dessa vez em Santo Antônio de Goiás. O debate foi realizado na Câmara Municipal e contou com uma pessoa defendendo o “voto consciente” e outra defendendo o boicote ao processo eleitoral ou o voto nulo. O debate foi bastante concorrido e contou, sobretudo, com a participação dos jovens. Muitas perguntas sobre como boicotar as eleições e quais as suas implicações foram feitas.
O Comitê realizou panfletagens e agitações na Feira da Lua, na Feira Vila Nova e também durante o desfile de 7 de setembro. Durante a parada militar, o gerente estadual Marconi Perillo retirou-se do palanque irritado com a agitação do Comitê e de outras organizações populares que abriram grandes faixas bem diante da sua cara com os dizeres “Fora corruptos”. A Polícia Militar tentou impedir a panfletagem e tomar as faixas, mas os manifestantes resistiram e ocuparam as ruas da cidade dando continuidade ao protesto.
Rolim de Moura – RO
No dia 3 de setembro, sem qualquer divulgação prévia, ocorreu mais uma sessão da Câmara Municipal de Rolim de Moura, em Rondônia, para aprovar o aumento de salário para os vereadores.
Mais uma vez os estudantes se reuniram para protestar e impedir o aumento de R$ 4.290 para R$ 8.000 tencionado pelos vereadores da cidade.
Policiais armados cercaram o prédio da Câmara Municipal para impedir a entrada de manifestantes no prédio.
Ainda assim 80 pessoas não se curvaram diante do aparato repressivo, entraram na sessão e fizeram grande agitação contra a manobra dos vereadores que, apressadamente, votaram, sob vaias e protestos, o aumento, não mais para R$ 8 mil, como pretendiam, mas para R$5.800.
Nas últimas semanas, a população de Rolim de Moura presenciou, apoiou e aderiu à luta encabeçada pelos estudantes. A luta contra o aumento dos vereadores englobou as mais sentidas reivindicações da população e também a bandeira da luta contra a farsa eleitoral.
Por diversas vezes, os estudantes percorreram as ruas e realizaram protestos diante da Câmara Municipal gritando em alto em bom som: “Eleição é farsa, não muda nada não. O povo organizado vai fazer revolução!”.
Os manifestantes consideraram o recuo parcial dos vereadores como uma vitória do movimento. Da luta contra o aumento dos vereadores surgiram novas organizações e outras se fortaleceram. No encerramento do último ato, já era feita uma nova convocação para novos protestos contra a farsa eleitoral.
Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, o Comitê Contra a Farsa Eleitoral imprimiu 10 mil panfletos e grupos de agitadores foram organizados para a distribuição em escolas, universidades, paradas de ônibus, estações do metrô, locais de trabalho, etc.
O blog boicoteaseleicoes.blogspot.com, criado há pouco mais de um mês, já recebeu visitas de várias regiões do país.
O programa Tribuna do Trabalhador, transmitido pela Rádio Favela todos os sábados das 8 às 10 horas, continua sendo um dos principais porta-vozes do Comitê. Dezenas de ouvintes já telefonaram e manifestaram, ao vivo, sua concordância, apoio e interesse em participar das atividades.
Uma festa popular para a arrecadação de fundos para as atividades do Comitê está sendo preparada e deve ser realizada na última semana de setembro.