Na Grécia, ‘a mãe de todas as greves’

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Na Grécia, ‘a mãe de todas as greves’

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Provo grego: ânimo inquebrantável

O povo grego há mais de um ano vem dando eloquentes exemplos de ânimo inquebrantável na luta de massas contra os inimigos das classes populares, com a realização de várias greves gerais, inúmeras ações violentas contra bancos e prédios da administração estatal e com corajosos enfrentamentos com as forças de repressão. Novamente os gregos protagonizaram, nos dias 19 e 20 de outubro, uma greve geral de 48 horas com as massas trabalhadoras nas ruas, mais uma vez enfrentando a polícia com altivez, em um retumbante movimento classista chamado de “a mãe de todas as greves”.

A grande greve geral de 48 horas na Grécia – a sexta de dois dias desde que a chamada “crise da dívida” estourou no país – foi convocada em protesto contra a votação e a previamente anunciada aprovação no Parlamento grego de mais um “pacote de austeridade”.

Essa nova rodada de severas medidas antipovo requisitadas pelo FMI e pelo Banco Central Europeu (formado pelo grande capital financeiro franco-alemão) incluem mais cortes de salários dos funcionários públicos, demissões, aumento de impostos que incidem sobre o dia-a-dia da população e a suspensão das convenções trabalhistas que regem as relações patrão-empregado no setor privado, beneficiando as empresas, é claro.

Essas medidas foram exigidas como condição para a liberação de mais oito bilhões de euros de “ajuda” ao país, dinheiro que irá diretamente para os cofres dos grandes bancos das Alemanha e da França, os maiores credores do Estado grego falido.

Escaramuças no centro de Atenas

Na “mãe de todas as greves”, pararam os lixeiros, os controladores de voo, professores, médicos, enfermeiros, motoristas, maquinistas, operários, servidores da cultura, do judiciário, funcionários das aduanas, pequenos comerciantes, advogados e até arqueólogos, entre tantos outros. Algumas categorias profissionais já estavam em greve contra a opressão da União Europeia e a submissão e o autoritarismo do Estado grego.

Pararam, mas não ficaram parados. As classes trabalhadoras, de braços dados com a juventude estudantil, marcharam ininterruptamente durante dois dias pelas ruas da capital Atenas e de várias outras cidades do país, protagonizando episódios de bravos enfrentamentos com o corpo policial grego, um grande contingente transformado em verdadeira polícia política dos banqueiros das potências europeias, credores de uma dívida ilegal e imoral.

Enquanto os deputados “socialistas” atendiam com presteza o apelo do gerente Georges Papandreou para a aprovação ligeira de mais castigos ao povo, de modo que a subserviência à Europa do capital monopolista pudesse ser ostentada na cúpula da União Europeia que se realizaria no domingo seguinte, as massas rebeldes digladiavam-se com as forças de repressão no lado de fora do Parlamento, na Praça Syntagma.

Milhares de combativos trabalhadores mobilizados em defesa dos seus direitos e do seu país foram ferozmente atacados pela horda de choque da polícia grega, a quem foi incumbida a missão de não deixar o povo entrar no Parlamento – que foi isolado por uma enorme cerca metálica – para obrigar os covardes deputados, um a um, a votarem “não”. Imagens mostraram até idosos com as roupas incendiadas por bombas jogadas pela polícia. Um homem não resistiu à violência da repressão aos protestos e morreu. Dezenas foram presos e outras dezenas de pessoas ficaram feridas.

A juventude respondeu com paus, pedras, pedaços de mármore e coquetéis molotov aos agentes da repressão fortemente armados e atiçados contra seus compatriotas.

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