“Não esqueceremos”: Um ano da Batalha pela Educação no Rio

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“Não esqueceremos”: Um ano da Batalha pela Educação no Rio

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A escadaria da Câmara ficou lotada durante o ato que lembrou um ano das históricas manifestações dos educadores do Rio

No último dia 15 de outubro, centenas de pessoas promoveram uma vitoriosa atividade cultural na praça da Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro, para lembrar o confronto épico entre a juventude combatente e as tropas de repressão do velho Estado durante a greve unificada da educação no mesmo período do ano passado. Às vésperas da ocasião, no dia 8 de outubro de 2013, profissionais da educação que ocupavam os acessos à Câmara de Vereadores foram covardemente atacados por policiais, que atiraram bombas de gás e até paralelepípedos contra os trabalhadores do telhado do prédio da Câmara. Também nessa ocasião, um oficial da PM foi flagrado “plantando” um morteiro na mochila de um estudante para forjar um flagrante.

A indignação tomou conta da população carioca, que no dia 10 e no dia 15 de outubro de 2013 tomou as ruas da cidade aos milhares para responder aos ataques do Estado contra os educadores. Os dois dias de protestos foram marcados por grandes confrontos. No dia 15, os cães de guarda do gerenciamento Dilma/Paes/Cabral esperaram até que manifestantes se dispersassem para lançar o mais covarde de seus ataques até agora. Mais de 300 policiais cercaram um grupo com 80 pessoas que estavam sentadas nas escadarias da Câmara Municipal e simplesmente prenderam todos.

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Foram presos fotógrafos, cineastas, professores, servidores públicos e até um funcionário dos correios que passava pelo local. Apesar dos protestos que aconteceram nos dias seguintes, todos foram encarcerados e alguns demoraram semanas e até meses para serem soltos. Entre eles, o ativista da Frente Internacionalista dos Sem-teto, Jair Seixas, o Baiano. Ambos os policiais que o prenderam estão sendo alvo de inquéritos internos da PM por mentirem ao apresentarem as supostas provas contra ele. Surpresa: Baiano é acusado de incendiar o mesmo veículo que o levou à delegacia.

Outro preso nessa ocasião foi o cineasta Victor Ribeiro, que passou 11 dias no presídio de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Victor foi inocentado e o advogado Marino D’Icarahy, responsável por sua defesa, nem precisou arrolar suas testemunhas diante das inúmeras contradições no depoimento dos policiais que o prenderam. Além de cineasta, Victor é consultor da organização Witness no Brasil e ministra cursos de protocolos de produção de vídeo como prova.

Por essas e outras que manifestantes não deixaram passar em branco o 15 de outubro de 2014, aniversário da Batalha da Educação. Este ano, centenas de pessoas passaram pela Cinelândia entre 11h e 23h para participar das inúmeras atividades que aconteceram no local: teatro, cinema, música e muitas intervenções artísticas e políticas em defesa dos livres direitos de manifestação e organização. A todo momento, policiais observavam de longe a manifestação. Em um momento, um dos trogloditas ensaiou um início de tumulto, mas a massa não caiu na provocação e seguiu com sua vitoriosa atividade.

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— Essa atividade aqui serve para mostrar que quanto mais violenta for a ação da polícia e do Estado contra o povo, contra os trabalhadores, os estudantes, mais violenta será nossa resposta, maior será nossa organização. Hoje nós estamos aqui lembrando a data em que saímos às ruas contra a violência da PM, que atacou nossos professores e professoras a sangue frio. Mas muitos outros trabalhadores continuam por aí sendo atacados, humilhados e isso é só uma demonstração de que ainda temos muito trabalho a fazer. O nosso movimento está ganhando cada vez mais força e, em breve, voltaremos a escutar bem alto o grito das ruas — disse o estudante Hugo Salamanca, de 25 anos.

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