Nada como uma eleição para revelar o oportunismo de uma falsa esquerda que arrota a palavra socialismo em três de quatro frases que pronuncia e que, na prática, não passa de coadjuvante da farsa eleitoral. Do ponto de vista eleitoreiro, eles desempenham um papel quase irrelevante. Porém, do ponto de vista dos trabalhadores, desempenham um deletério papel, já que atuam no meio do povo e dos trabalhadores para induzi-los ao erro de participar do apodrecido circo eleitoral burguês.
A desculpa esfarrapada de que o espaço concedido pelo TSE serviria para realizar a denúncia política da exploração do capital e das candidaturas bancadas pelo imperialismo e a burguesia foi desmascarada por eles mesmos ao utilizarem este espaço para a apresentação de propostas eleitoreiras à moda de qualquer candidatura liberal. Isto prova que o que eles queriam mesmo era conquistar um votinho.
Passaram todos quase despercebidos pela massa de eleitores, principalmente para aqueles que viraram as costas às urnas (24%). Mesmo os que compareceram à votação, menos de 1% deram ouvidos à empulhação eleitoreira do PCB, PCO, PSOL e PSTU, muito abaixo também dos 3% que votaram em branco e aos 6% que anularam o voto.
Fazendo o balanço de sua campanha, Plínio Arruda disse que ela foi importante para despertar a juventude. Que juventude eles conquistaram com essa merreca de votos? Ainda mais que grande parte dos jovens de 16 a 18 se recusou a tirar o título de eleitor.
E não se cansam de enfatizar que participam do processo para acumular forças. Que forças estão acumulando? Para alcançar votos, fazem todo o tipo de concessão e vão cada vez mais para a direita, e ganham cada vez menos votos. Como na canção de Lupicínio Rodrigues, eles não passam de pobres moços que “fogem do céu por ser escuro e vão ao inferno à procura de luz”
A pérola da empulhação
O PCB de São Paulo, através do seu candidato a governador Igor Grabois – que no debate realizado na Unifesp de Guarulhos declarou que no segundo turno votaria nulo – mal acabou de contar sua mixaria de votos e já soltou em seu site uma carta cheia de “entretantos” e de “muito antes, pelo contrário” para indicar o “voto contra Serra”. Haja hipocrisia! Destacamos para os nossos leitores o final da missiva oportunista de 13 de outubro.
“Considerando essas diferenças no campo do capital e os cenários possíveis de desenvolvimento da luta de classes – mas com a firme decisão de nos mantermos na oposição a qualquer governo que saia deste segundo turno – o PCB orienta seus militantes e amigos ao voto contra Serra.
Com o possível agravamento da crise do capitalismo, podem aumentar os ataques aos direitos sociais e trabalhistas e a repressão aos movimentos populares. A resistência dos trabalhadores e o seu avanço em novas conquistas dependerão muito mais de sua disposição de luta e de sua organização e não de quem estiver exercendo a Presidência da República.
Chega de ilusão: o Brasil só muda com revolução!”
A quem o PCB quer enganar? Colocaremos lado a lado duas frases que revelam toda a confusão ideológica, principalmente, da direção desta organização que se diz comunista, destacadas da missiva oportunista:
“O PCB orienta seus militantes e amigos ao voto contra Serra.
Chega de ilusão: o Brasil só muda com revolução!”
Pobres moços, os militantes do PC Brasileiro, que cheios de vontade revolucionária se vêem sob uma direção eleitoreira, oportunista e revisionista.