Bahia
Camponeses exigem libertação de presos políticos
No final do mês de abril a direção do MST conduziu milhares de famílias camponesas que marcharam por 100 km, de Feira de Santana a Salvador, e acamparam-se em frente à Secretaria de Agricultura declarando que só se retirariam do local quando sua pauta de reivindicações que incluía negociações para desapropriação de terras para fins de reforma agrária fosse atendida. Entre as reivindicações das famílias constava também a exigência da imediata libertação dos cinco camponeses presos políticos da Chapada Diamantina.
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O oportunismo eleitoreiro de Jaques Wagner:
boné do MST para fazer promessas falsas
Presos políticos do gerenciamento petista
A prisão arbitrária dos camponeses ocorreu no dia 25 de março deste ano em um acampamento na Fazenda Novo Horizonte/Conjunto, no município de Wagner, região centro-sul da Bahia. Cerca de 80 famílias se preparavam para desocupar a área após uma promessa de vistoria de outro imóvel quando uma ação policial comandada pelo tenente Jackson Cunha Lima invadiu o acampamento e, segundo denúncia dos camponeses publicada na página do MST na internet, derrubou barracos e destruiu pertences dos acampados. Durante a ação os policiais tomaram quatro espingardas de caça (cuja posse é permitida aos moradores de áreas rurais para fins de defesa) e utilizaram esse pretexto para criminalizar e prender os ativistas João Barbosa, Raimundo Januário, Gilberto Fernandes, Adailton Bispo e Erivaldo Alves acusando-os de "posse ilegal de armas". Os camponeses presos ainda foram forçados pela polícia a indicarem a moradia de outro ativista do movimento, José Carlos de Mello.
Manipulação eleitoreira
Durante esse protesto camponeses e a gerência de turno de Jaques Wagner (PT) firmaram o acordo para serem beneficiados com: a construção de cinco casas de farinha; kits de mecanização e de irrigação elétrica, laticínio e despolpadeiras de frutas; a construção da Adutora do Chapadão, em Vitória da Conquista; a construção da sede da Cooperativa Central dos Assentamentos da Bahia; a implantação do Centro de Cultura e Assistência Social e da Central das Associações Comunitárias de Ocupantes e Assentados do Semiárido Baiano; a elaboração e envio para o Incra de projetos produtivos para o cacau, café, mamona e leite nos assentamentos; entre outras reivindicações.
A direção nacional oportunista do MST comemorou na sua página da internet através de seu representante Márcio Matos, declarando que a marcha cumpriu um "papel importante, de pressionar os governos e ampliar o diálogo com a sociedade brasileira. Ela garantiu conquistas importantes, tanto do ponto de vista político, da nossa mobilização que é uma referência nacional, quanto do ponto de vista econômico, garantindo melhoria nas condições de vida dos nossos assentados".
Camponeses permanecem presos
Fato que nem mesmo a direção do MST pôde esconder, foi a manobra eleitoreira de Jaques Wagner – PT e companhia, que como Luiz Inácio em tempos de campanha também usou o boné do MST para prometer, enquanto a libertação dos cinco presos políticos da Chapada Diamantina permaneceram presos, ficando essa reivindicação "em aberto".
São Paulo
Latifundiários articulam cooperativa de pistolagem
Os latifundiários de Bauru, interior de São Paulo, anunciaram que estão se organizando para "resistir ao cerco" do movimento camponês às fazendas da região. Eles se reuniram no dia 27 de abril na sede Sindicato Rural de Bauru para traçarem ações conjuntas contra o movimento camponês.
Somente no último ano 12 latifúndios foram tomados por camponeses na região.
Alagoas
Latifúndio Riachão é tomado por camponeses
Cento e vinte famílias organizadas pelo MST tomaram na noite do dia 4 de maio o latifúndio Riachão, arrendado à Usina Cachoeira, de propriedade do grande burguês e latifundiário Carlos Lyra.
O Grupo Carlos Lyra faz parte de um conglomerado com outras empresas chamadas grandes irmãs": Grupos João Lyra, Corrêa Maranhão, Tércio Wanderley, Toledo e Andrade Bezerra que monopolizam 53% da produção e das usinas de cana-de-açúcar em Alagoas.
Pará
Camponeses tomam latifúndio em Xinguara
Camponeses ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar tomaram o latifúndio "Baixa da Égua", em Xinguara no sul do Pará. Este latifúndio é mais um dentre os milhões de hectares de terra da Agropecuária Santa Bárbara, propriedade do banqueiro Daniel Dantas.
Os camponeses já se preparam para iniciar o plantio das roças e a construção de um barracão.
Paraná
Acirra-se conflito por terras
O relatório da CPT também demonstra que o número de conflitos no campo triplicou no Paraná no em 2009 (42 casos), em comparação com o ano de 2008 (14 casos).
Também foram registradas denúncias de trabalho escravo em cidades como Adrianópolis, São Mateus do Sul, São João do Triunfo, Cerro Azul e Doutor Ulysses. Foram 16 ocorrências, nas quais foram libertados 227 trabalhadores, principalmente no corte de pinus (tipo de madeira).
Foram denunciadas também duas tentativas de assassinato em Cascavel, na Fazenda Bom Sucesso. Além desses casos, registrou-se o assassinato do dirigente camponês Keno por pistoleiros nas terras da transnacional Syngenta Seeds.