Uruguai: triunfo popular
Redação de La Verdad para AND
Montevidéu – Em dezembro, por uma esmagadora maioria de 62% (1,2 milhões de votos) contra 35%, foi derrotada a lei que permitia a privatização da empresa estatal Ancap*, que detinha, desde 1931, o monopólio na refinação do petróleo. Há um ano, por pressão do FMI, foi aprovada uma lei de “associação” que permitia ao futuro sócio privado — alguns dos monopólios imperialistas do ramo — gerenciar a empresa por 30 anos, o que significava uma privatização velada.
A redação da lei contou com o apoio da maioria da Frente Ampla, da esquerda reformista e “progressista”. Mas as forças das organizações classistas e o sindicato da empresa, com o apoio da esquerda autêntica, lograram mobilizar milhares de pessoas e, revelando uma elevada consciência, o povo castigou duramente o governo entreguista de Jorge Beatle e os partidos tradicionais da oligarquia uruguaia, agora isolados.
*Ancap — Administração Nacional de Combustíveis, Álcool e Portland.Órgão industrial do Estado uruguaio, criado em 15 de outubro de 1931.
Montesinos na química da cocaína
Lima – Luis Ureta Santander, membro do conhecido Cartel de Lima, afirmou que Vladimiro Montesinos era seu chefe e que o filmaram no instante em que estava observando “a pureza da droga”.
Santander foi processado no Primeiro Tribunal Anticorrupção por tráfico de drogas ao admitir sua participação no Cartel de Lima, supostamente liderado por Montesinos. A situação pega fogo em torno da questão, porque, agora, está confirmado: Montesinos utilizava não somente o avião presidencial para enviar drogas ao exterior, mas também navios da armada peruana.
Nepotismo e partilha do bolo
Lima – O ministro do Trabalho, Jesús Alvarado Hidalgo, havia exercido suas influências para contratar 15 familiares e amigos. Foi o que declarou Matute Mejía, funcionário do Estado. “Tínhamos 13 casos (que envolviam Alvarado); chegaram informações de um novo e acreditamos existir um outro”, afirmou. Até o momento, Toledo “aguarda” conclusões para tomar suas decisões finais frente ao caso.
O cômico do caso é que, se realmente quiserem fazer justiça a esse nível e investigar todos os parentes e amigos dos deputados e senadores que estão e que passaram pelo poder, terão que cassar quase todos os parlamentares. O que se passa realmente no Peru é uma luta vulgar, protagonizada pela classe dirigente lumpenizada que se encontra presa nas malhas do poder.