Execução de paquistanês causa revolta
A execução de Mir Amil Kansi, condenado à morte por assassinar dois funcionários da CIA em 1993 – impelido pela revolta em relação a política norte-americana no Oriente Médio — provocou, no início de novembro, uma série de protestos anti-EUA no Paquistão. Milhares de pessoas se reuniram em um estádio em Quetta, cidade natal de Kansi, para homenageá-lo. Em Islamabad, o novo Parlamento do país interrompeu seus trabalhos e orou pela memória do paquistanês.O funeral de Kansi foi o maior realizado na cidade desde que se tem notícia. A chegada do corpo foi acompanhada por milhares de pessoas que gritavam slogans contra os EUA.
Protestos contra privatizações tomam a França
Os controladores de tráfego aéreo da França fizeram, na noite do último dia 25, uma greve de 32 horas com o propósito de reivindicar contra a privatização de serviços estatais no país. Vários vôos foram cancelados e caminhoneiros bloquearam dezenas de estradas — insatisfeitos com o fracasso das negociações que dividiu o movimento sindical da categoria. Milhares de trabalhadores do setor ferroviário e outros empregados públicos também aderiram à luta, organizando passeatas por todo país.
Polícia francesa espanca presos políticos estrangeiros
Submetidos à incomunicabilidade total, os 16 presos políticos antifascistas e comunistas do Estado espanhol, encarcerados na Franca, foram agredidos covardemente pela policia francesa.
Entre os dias 15 e 21 de outubro passado, o militante dos GRAPO, Fernando Silva Sande e o militante do PCE (r), Partido Comunista da Espanha (reconstituído), Jose Luis Elipe Lopes, foram brutalmente espancados por policiais quando estavam sendo levados ao presídio de Fleury-Merogis, onde permanecem desde sua detenção, em 9 de novembro de 2000, em presença do juiz Jean Louis Brugiére.
Sande e Lopes foram obrigados a tirar toda a roupa. Em seguida, foram golpeados covardemente com murros e chutes nas pernas, costas e braços. Por isso, o advogado dos presos políticos, mesmo impedido de se encontrar com seus clientes, apresentou, em Paris, uma denúncia judicial contra tais agressões.
Até o final de novembro último, nenhum familiar tinha obtido autorização para falar com os presos que, segundo consta, ficaram de tal forma feridos, que nem o próprio juiz Bruguiére pôde tomar o depoimento de Luis Elipe Lopes.
Na página da internet www.antorcha.org, está sendo feita a denúncia desta barbaridade do Estado francês contra os prisioneiros espanhóis, na qual seus companheiros afirmam: "esta terrível situação, que agora está se desenvolvendo com o objetivo de vingança, se une às que vem suportando, há dois anos, os militantes do PCR (r), e dos GRAPO, conhecidos como os "sete de Paris". Há três meses, os nove detidos no período de 18 a 24 de julho de 2002 estão em total incomunicabilidade, sem receber visitas, tendo suas correspondências roubadas, seus recursos econômicos barrados, sendo-lhes negado qualquer tipo de informação sobre seus processos jurídicos. A isso são acrescidos sérios problemas físicos que vários dos 16 presos apresentam, devido as péssimas condições dos cárceres franceses, sem atenção sanitárias e sem qualquer atenção médica, como é o caso do secretário geral do PCR (r), Manuel Peres Martines. Esta é uma situação de autêntica política de extermínio contra a dissidência revolucionária espanhola nos cárceres franceses".
O militante dos GRAPO, Marcos Martim Ponce, foi transferido do cárcere de Fresnes para Yvelines, onde se encontra recolhido num departamento disciplinar. Depois de permanecer três meses completamente isolado no presídio de Fresnes desde sua prisão, tomaram-lhe o rádio, fotos, cartas, livros e objetos de primeira necessidade e uso pessoal. Imediatamente o submeteram a comissão disciplinar do presídio, sem advogado nem intérprete. Foi condenado a 10 dias na cela de castigo, quando há 18 dias nela se encontrava. Finalmente, ao não ceder em suas reivindicações, foi transferido novamente de cárcere para o departamento disciplinar do presídio de Yvelines.
"O governo francês, e sua volta aos métodos fascistas aplicados na época de Vichy, está seqüestrando, mantendo incomunicáveis e torturando presos revolucionários, cujo único delito é o de lutar contra o regime fascista espanhol. A cooperação francesa, em matéria repressiva, com o regime espanhol traz conseqüências tão brutais como estas e somente a denúncia e solidariedade aos presos políticos farão com que essas vinganças fascistas sejam conhecidas, difundidas e combatidas pelos que são solidários e pelo povo em geral. Por isso, lançamos a denúncia da repressão fascista franco-espanhola contra o comunismo e o antifascismo espanhol. Por isso, seguiremos denunciando a criminalização e torturas aplicadas aos revolucionários presos", concluem os revolucionários espanhóis em sua página na internet, que, conforme denúncia publicada por esse jornal no numero anterior, corre risco de ser fechada.