Notas Internacionais

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Nova rebelião estudantil no Chile

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Estudantes chilenos enfrentaram jato de água e bombas de efeito moral por mais de três horas

Milhares de estudantes secundaristas chilenos voltaram a enfrentar a polícia no dia 15 de março, na capital Santiago, em uma nova manifestação por uma educação pública gratuita e democrática.

Logo após os manifestantes terem se reunido para o protesto, a polícia agiu com truculência, alegando que a passeata ‘não tinha sido autorizada pela Intendência de Santiago’.

Os aparatos repressivos utilizaram jatos d’água, bombas de efeito moral e a cavalaria para dispersar a manifestação. Os estudantes responderam a covardia policial com paus, pedras e garrafas. Barricadas foram erguidas nas ruas. O trânsito da Avenida Alameda foi bloqueado.

Depois de mais de três horas de confronto, pelo menos 50 manifestantes foram detidos e três policiais feridos, um deles em estado grave, segundo agências de notícias chilenas.

Vários organismos internacionais têm criticado o abuso da força por parte da polícia para reprimir as passeatas estudantis. A federação de alunos da Universidade do Chile denuncia que policiais invadiram a sede do órgão e espancaram quem estava ali no momento.

Os estudantes, amplamente apoiados pelos profissionais da educação chilenos, exigem a reforma do atual sistema educacional, herdado do gerenciamento militar de Augusto Pinochet (1973 a 1990), que reduziu a menos da metade a participação pública e intensificou a inclusão das instituições privadas.

Colômbia: estudantes em luta contra privatização do ensino

Milhares de estudantes entraram em confronto com a polícia em pelo menos três cidades da Colômbia durante os protestos contra a privatização do ensino superior ocorridos no dia 7 de março.

Em Cali, ônibus foram incendiados e ruas bloqueadas pelos manifestantes. A polícia interveio com bombas de efeito moral e jatos d’água para reprimir a manifestação. Os estudantes revidaram com paus e pedras. Pelo menos seis policiais ficaram feridos.

Sindicatos que apoiam o movimento estão convocando uma greve geral para os dias 12 e 13 de outubro. Uma grande manifestação contra o sucateamento do ensino está sendo organizada para acontecer durante o mês de setembro.

Mãe da Praça de Maio é agredida na Argentina

Nora Centeno, militante argentina das Madres de Plaza de Mayo (Mães da Praça de Maio), foi golpeada por três homens que invadiram sua residência por uma casa vizinha na cidade de La Plata, no último sábado (10).

Quando Nora perguntou o que se passava, um dos homens desferiu um golpe em sua cabeça e a jogou no chão. Ela foi amarrada e arrastada até o quintal, onde estavam sua nora e filha.

“Como disse a eles que não tinha nada, me arrastaram até o quintal uns vinte metros. Neste momento lhes disse que era uma Mãe da Praça de Maio e pedi que não me batessem mais… Eles se irritaram mais ainda, me deram uma coronhada e me arrastaram de novo até a casa porque disse que tinha 500 pesos guardados.”

“Eles ficaram uma hora em minha casa e me torturaram. Não foi um assalto ou roubo”.

Um dos homens disse: “Vocês sabem como é isso. Vamos te dar um tiro”. Em seguida os covardes começaram a gritar e a agredi-la ainda mais.

Nora Centeno é mãe de um desaparecido político durante o regime militar fascista na Argentina, além de ser uma das fundadoras das Madres de Plaza de Mayo.

USA: polícia volta a reprimir o ‘Ocupem Wall Street’

Dezenas de manifestantes foram presos durante um protesto do movimento Occupy Wall Street (Ocupem Wall Street) realizado em Nova York na noite de 17 de março.

A marcha havia reunido centenas de pessoas no Zuccotti Park, local onde o Occupy começou, para comemorar os seis meses do movimento, criado para protestar contra a crise econômica e o poder dos monopólios. A polícia interveio com truculência para reprimir o protesto. Os manifestantes reagiram e três policiais ficaram feridos.

Diversas outras marchas menores foram realizadas em Nova York durante a tarde do dia 17. Pelo menos 15 pessoas foram detidas, aumentando ainda mais o número de manifestantes presos em protestos contra o sistema, que já ultrapassa os 6 mil no USA, como AND denunciou em sua edição nº 87.

Peru: população contra projeto Conga

No dia 16 de março, a população do povoado de Yanacocha, província de Cajamarca, deteve sete militantes de uma ONG local. Os supostos ongueiros – que depois se revelaram trabalhadores da ONG “Foncregro”, propriedade da mina Yanacocha – distribuíam material escolar e em troca pediam o apoio do povo ao Projeto Conga, um projeto de mineração a céu aberto contra o qual a comunidade vem lutando há vários meses.

Mineiros em greve

Durante as duas primeiras semanas de março, os mineiros cortaram estradas e declararam greve indefinida. Eles receberam o apoio de várias organizações camponesas. As manifestações se espalharam por Puerto Maldonado, Apurímac, Ayacucho e La Libertad. O saldo dos enfrentamentos entre os mineiros e os policiais foi de três mineiros assassinados e 32 feridos. Os mineiros protestam contra um decreto governamental que proíbe a prática independente da mineração e os obriga a formalizar a atividade ou deixarem de trabalhar. O governo havia enviado 700 policiais para reprimir os manifestantes na região de Madre de Dios e o clima era tenso. “Por culpa do governo estamos reclamando… porque os decretos nos satanizam e nos criminalizam, aqui já não existimos os informais, agora somos todos ilegais”, disse Juan Luna, um dos garimpeiros de Madre de Dios.

A paralisação seguiu até 15 de março, quando os mineiros cancelaram a greve para iniciar uma mesa de diálogo. O Peru registra, atualmente, mais de 200 conflitos sociais, a maioria deles relacionados a projetos energéticos e de mineração. Durante o gerenciamento fascista de Alan García cerca de cem pessoas morreram em confrontos desse tipo.

Egito: protesto na embaixada do USA

Em 9 de março, dezenas de manifestantes ficaram feridos durante um confronto com a polícia em frente a embaixada do USA na capital Cairo.

Os egípcios protestavam contra a ingerência ianque nos assuntos internos do país.

Alguns dos manifestantes que foram feridos pela polícia foram levados por seus companheiros a ambulâncias que chegaram ao local logo após o início do confronto.

Antes dos enfrentamentos com os aparatos repressivos, os manifestantes cantavam palavras de ordem e sustentavam cartazes contra a presença do USA.

O recente retorno ao país de alguns ‘ativistas’ ianques, acusados de gerenciar ONGs com financiamento ilícito, com a permissão do gerenciamento egípcio, provocou indignação entre a população.

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