Chile: Juventude volta a enfrentar a repressão em gigantesco protesto
Estudantes chilenos saem às ruas mais uma vez no dia 25 de abril
As ruas de Santiago voltaram a ser palco de violentos enfrentamentos entre manifestantes e a tropa de choque da polícia fascista chilena no dia 25 de abril, durante uma gigantesca manifestação em defesa da educação pública. A repressão utilizou bombas de gás lacrimogêneo, carros blindados, jatos d’água e motocicletas para dispersar a multidão.
Os manifestantes, em sua maioria estudantes, exigem mudanças no ensino, gratuidade para a educação superior e lutam contra as medidas de privatização da gerência Sebastián Piñera. Além da capital, os protestos também ocorreram nas cidades de Talca, Concepción, La Serena, Osorno e Chillan. Segundo os organizadores das passeatas, mais de 50 mil pessoas participaram.
Os massivos e radicalizados protestos no Chile em defesa da educação ocorrem há meses. No país, o ensino superior é completamente privado. O governo anuncia “reformas”, como uma tributária com a qual pretende arrecadar cerca de US$ 700 milhões dos quais boa parte será destinada para a educação, segundo o Ministério da Educação. Mas os estudantes afirmam que a medida não vai atender as suas reivindicações de reforma no sistema, exigida há um ano. Eles dizem ainda que a educação superior está sendo usada para gerar lucros e não para o benefício dos estudantes e profissionais do ensino.
Bahrein: protestos durante prova da fórmula 1
Manifestante protesta contra condições de vida cada vez mais degradantes
No dia 19 de abril, a população do Bahrein realizou gigantescos e combativos protestos na véspera do primeiro treino livre da corrida da Fórmula 1, que anualmente é realizada no país. As manifestações por uma verdadeira democracia no país também se espalharam por diversas aldeias no entorno da capital Manama.
A polícia utilizou bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. Os confrontos entre manifestantes e a repressão já vinham acontecendo durante a semana.
Os protestos no Bahrein, como parte dos grandes levantes que vêm ocorrendo nos países árabes desde 2011, já havia cancelado o Grande Prêmio em 2011. A realização do GP da Fórmula 1 deste ano custa cerca de 40 milhões de dólares ao reino, que é também sede da V Frota do USA.
As “autoridades” do país, lambe-botas do imperialismo, lançam comunicados criminalizando a luta do povo contra o empobrecimento e a carestia de vida, qualificando os milhares de manifestantes como “vândalos” e “bandidos”. Mas não dizem que os grandes protestos que vêm ocorrendo nessa semicolônia são exatamente devido ao fato de o povo viver em condições cada vez mais degradantes.
Tunísia: Dia dos Mártires é reprimido pela polícia fascista
Tropa de choque reprime brutalmente os manifestantes
No último 9 de abril, a comemoração do ‘Dia dos Mártires’ na Tunísia foi marcada por violentos confrontos entre manifestantes e a tropa de choque da polícia fascista no centro da capital Túnis.
O Dia dos Mártires lembra os tunisianos mortos na sangrenta repressão por tropas francesas em uma manifestação em 9 de abril de 1938.
No protesto ocorrido nesta segunda, os policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo ostensivamente e agrediram brutalmente os manifestantes que estavam na simbólica Avenida Bourguiba, local interditado a manifestações desde o dia 28 de março. As pessoas presentes no protesto afirmaram aos meios de comunicação da Tunísia que há muito tempo não se via tamanha repressão.
Após o início da ação policial, centenas de pessoas conseguiram se reagrupar na Av. Mohamed V, paralela à Bourguiba, gritando a palavra de ordem “Fora! Fora!”, o mesmo grito de repúdio aos invasores franceses em 1938. Dois jornalistas foram agredidos pela polícia.
No dia 7, um sábado, uma manifestação de desempregados também havia sido dispersada violentamente.
Bolivianos enfrentam a repressão
Pelo menos três manifestantes foram presos em 24 de abril, numa manifestação na capital La Paz, durante o primeiro dos dois dias de protestos por melhores salários para os trabalhadores do país.
A manifestação começou na cidade de El Alto e prosseguiu até o centro de La Paz.
A polícia foi enviada para conter os trabalhadores que, em resposta, lançaram pedras e ‘bananas’ de dinamite contra a repressão. Os porta-vozes do gerenciamento oportunista de Evo Morales alegaram que as ações partiram de “provocadores infiltrados na marcha”, mas líderes sindicais responsabilizaram a polícia, aumentando a insatisfação popular que Evo enfrenta em vários distritos bolivianos. Pelo menos 10 policiais ficaram feridos durante os confrontos.
Os trabalhadores protestam contra o crescente aumento do custo de vida e exigem um reajuste salarial superior a 8%.
Nesse mesmo dia, médicos e estudantes de medicina tentaram ocupar a sede do Ministério da Saúde, em protesto contra o aumento da jornada de trabalho dos médicos e enfermeiros, que passou de seis para oito horas diárias. Os manifestantes foram reprimidos com canhões d’água. Um estudante foi detido.
República Tcheca: 100 mil em protesto
Cem mil pessoas foram às ruas de Praga, capital da República Tcheca, no dia 20 de abril, contra as políticas antipovo do gerenciamento do primeiro ministro Petr Necas, que tem promovido o aumento dos impostos e cortes nos serviços públicos, pensões e aposentadorias. A insatisfação popular se agravou com algumas denúncias de corrupção envolvendo partidários de Necas.
Estes foram os maiores protestos nas últimas décadas no país, convocado por mais de 20 centrais sindicais. Nas manifestações, milhares de trabalhadores, estudantes e aposentados carregavam faixas e gritavam as palavras de ordem: “Abaixo o governo!” e “Parem os ladrões!”, numa demonstração de repúdio popular às exigências da União Europeia. Os manifestantes partiram do centro de Praga até a Praça Wenceslao.
China segue reprimindo lutas populares
No último dia 2 de abril, pelo menos 22 pessoas de etnia mongol foram presas pela polícia chinesa após um protesto contra a apreensão de terras na região autônoma da Mongólia Interior. As informações partiram de uma ONG, o “Centro de Informações de Direitos Humanos do Sul da Mongólia”, sediada em Nova York.
Mais de 80 policiais utilizaram de extrema truculência para dispersar uma manifestação de centenas de mongóis do vilarejo de Tulee, perto da cidade de Tongliao. Essa manifestação foi mais uma entre as centenas que vêm acontecendo atualmente na China, incluindo as turbulências entre os povos de minoria étnica muçulmana uigur, no oeste do país, e entre os tibetanos, no sudoeste.
Na Mongólia Interior, cinco pessoas ficaram feridas em estado grave após se juntarem para bloquear um trator de uma empresa florestal apoiada pelo governo fascista chinês. Os moradores do vilarejo estavam impedidos de trabalhar em suas terras. Segundo um manifestante entrevistado pelo Centro de Informações, a polícia agrediu os manifestantes com bastões, mulheres foram puxadas pelo cabelo e jogadas em carros policiais.
O Estado fascista da China e seu gerenciamento revisionista não encontram outra solução para os problemas sociais que não seja através da brutal repressão contra os povos que se levantam contra a miséria e a opressão. Em dezembro do ano passado, A Nova Democracia produziu um vídeo sobre o levante popular no vilarejo de Wukan, quando camponeses tomaram as ruas contra os despejos forçados.
Argentina: 30 anos da Guerra das Malvinas
Em 2 de abril, durante o feriado em homenagem aos argentinos mortos durante a Guerra das Malvinas, que completou 30 anos, movimentos populares foram até a embaixada britânica, em Buenos Aires, protestar sustentando a palavra de ordem ‘Fora ingleses das Malvinas’.
O protesto partiu do bairro de Retiro em direção à embaixada. No trajeto os manifestantes paravam em frente e hostilizavam representações do capital britânico.
Chegando no prédio da embaixada, a polícia reprimiu o protesto com bombas de efeito moral e jatos d’água. Os manifestantes arremessaram coquetéis molotov e pedras contra a tropa de choque e o edifício. Um grupo de pessoas encapuzadas tentou ultrapassar a barreira de contenção feita pela polícia.
Bandeiras do Reino Unido foram queimadas e os argentinos mortos durante a guerra foram homenageados aos gritos de “Pátria sim, colônia não”.