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Trabalhadores resistem ao abuso patronal em fábrica na Argentina

Rafael Gomes

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Trabalhadores da Kraft resistem no interior da fábrica

Mais de 300 soldados da Guarda Civil e da Polícia Montada de Buenos Aires foram mobilizados para fazer o despejo de trabalhadores que ocupavam a fábrica Kraft Foods, situada em General Pacheco, após o anúncio da demissão de 160 empregados, incluindo delegados, membros da Comissão Interna e membros do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação.

O despejo expedido pelo Juiz de Garantias 1 de San Izidro, Ricardo Costa, e executado pela procuradora Laura Capra e pelo chefe de polícia Osmar Nasrallah. A violenta ação das tropas policiais, deflagrada às 17:00 do dia 25 de setembro, deixou ao menos quatro trabalhadores feridos e outros 65 detidos.

As 160 demissões foram anunciadas pela Kraft Foods após retaliação à exigência feita pelos trabalhadores por medidas eficazes da empresa para a melhoria das condições sanitárias visando combater a epidemia de Influenza A. Os operários denunciam que dentre as trabalhadoras, muitas, que estão grávidas, correm risco de vida com a iminência da doença, mas seguem trabalhando mesmo assim.

No dia 8 de agosto, o Ministério do Trabalho da Argentina ordenou que a Kraft Foods readmitisse os funcionários demitidos, mas a empresa ianque não quis acatar a decisão do Ministério.

Em entrevista à Rádio Coletiva, da Argentina, uma trabalhadora que se identificou como Patrícia descreveu o ocorrido na fábrica:

"Às cinco horas, quando eu terminei a negociação dentro do Ministério do Trabalho, a polícia começou a dispersar as pessoas que estavam do lado de fora, que eram todos trabalhadores/as que vieram para apoiar a luta pela reintegração dos nossos colegas e pela nossa reclamação que cobra pelo nosso salário que a empresa nos deve. Às nossas companheiras a fizeram ajoelhar-se e aos nossos companheiros de trabalho lhe bateram em suas cabeças. À noite, fomos informados de que a polícia viria a tiros, era como um estado de sítio dentro da fábrica. Isto não é um despejo, é para matar trabalhadores. Isto é como uma ditadura".

Mesmo assim, a polícia não conseguiu retirar os trabalhadores do local e, depois de brava resistência, o movimento segue firme no interior da fábrica.

Militante pelos direitos democráticos é preso na Índia

https://anovademocracia.com.br/http://jornalzo.com.br/and/wp-content/uploads/58/14b_GHANDY-346.jpgEm 20 de setembro último, o Estado reacionário indiano anunciou a prisão de Kobad Ghandy, mas o Comitê para a Libertação de Presos Políticos — CRPP da Índia denuncia que sua prisão ocorreu de fato no dia 17 de setembro. Durante três dias ele foi mantido em detenção secreta ilegal até que o Estado reacionário anunciasse sua captura.

Durante três dias e noites, Kobad Ghandy, que conta 63 anos de idade, foi mantido acordado. O CRPP denuncia que ele sofre de grave doença cardíaca, câncer de próstata e necessita de uma dieta balanceada. O Comitê acusa a polícia de "jogar com a sua vida", recusando-lhe os cuidados médicos.

Kobad foi preso por agentes do serviço de inteligência no sul de Delhi enquanto esperava um ônibus. As forças de repressão acusam-no de pertencer ao Comitê Central do Partido Comunista da Índia (Maoísta) e de pregar o maoísmo nos distritos de Pune, Nagpur, Bombaim, Nashik, Raipur, Patna, Ranchi e Bhubaneswar.

Kobad foi casado com a intelectual revolucionária Anuradha Shanbag, que morreu de malária quando dava aulas nas regiões de floresta em Jharkhand, em abril de 2008. Eles viveram várias décadas trabalhando em áreas rurais, primeiro em Nagpur, no final dos anos 1970 e início dos anos 80, desenvolvendo as atividades do Comitê para a Proteção dos Direitos Democráticos.

O CRPP divulgou denúncias de maus tratos a Kobad em sua detenção ilegal e exige que ele receba assistência médica adequada e dieta, sua retirada da cela superlotada, direito a leitura, direito de escrever e o cumprimento do estatuto dos prisioneiros políticos.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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