Itália: estudantes contra cortes na educação
Na primeira semana de outubro ocorreram grandes protestos estudantis em várias cidades italianas. O motivo das manifestações são os cortes realizados pelo governo no orçamento para a educação.
Em Roma, milhares de estudantes se dirigiram ao Ministério da Educação, onde foi realizada uma gigantesca concentração. Houve enfrentamentos entre os manifestantes e as forças de repressão. Seis policiais ficaram feridos e dezenas de estudantes foram presos.
Em Turim, ocorreram pelo menos 15 prisões. Em Milão os enfrentamentos resultaram em vários feridos entre manifestantes e policiais. Em Palermo, milhares de estudantes marcharam pelo centro da cidade. Também há relatos de protestos em Florença e Pisa.
Guatemala: velho Estado assassina manifestantes
Manifestantes foram reprimidos na Guatemala
Camponeses e estudantes se reuniram no dia 4 de outubro e bloquearam vários pontos da rodovia Interamericana em protesto contra o aumento dos preços das tarifas de eletricidade e contra as medidas impostas pelo governo para a privatização de instituições de ensino.
Em Santa Maria Ixtahuacán, província de Solola, as forças de repressão abriram fogo contra os manifestantes matando seis camponeses e ferindo muitos outros, sendo 30 deles com disparos de armas de fogo.
Os manifestantes mantiveram o bloqueio na rodovia e anunciaram que prosseguiriam com os protestos contra as medidas antipovo do governo.
Grécia: greve combativa em estaleiro
Operários do Helénica Skaramangas enfrentam a tropa de choque
Trabalhadores do estaleiro Helénica Skaramangas enfrentaram as forças policiais em protesto contra a crise e o calote dado pelo exército grego, que não paga pelos serviços prestados por esses trabalhadores há meses.
Os manifestantes tentaram ocupar o Ministério da Defesa e não se detiveram frente à repressão, enfrentando a polícia com combatividade. Dezenas de manifestantes foram detidos e um novo protesto ocorreu em frente à delegacia para onde foram levados. Centenas de trabalhadores ameaçaram invadir a delegacia para retirar seus companheiros.
USA: greve dos empregados do Wal-Mart
No dia 10 de outubro, a página ‘Democracy Now!’ noticiou que os funcionários do Wal-Mart lançaram uma reclamação trabalhista em 28 lojas de 12 estados do USA, medida que constituiu a primeira greve de funcionários nos 50 anos de história da empresa. Segundo os organizadores, os funcionários estão protestando contra as tentativas da empresa para “silenciar as retaliações contra os trabalhadores que exigem melhorias no trabalho”.
África do Sul: mineiros da Amplats, sangue e luta
Desde 12 de setembro, os mineiros da Amplats, filial da Anglo American em Rustemburgo, no norte da África do Sul, que explora as jazidas de platina, encontram-se em greve. Os trabalhadores lutam por melhores condições de trabalho e salários. Desde o início do movimento, o velho Estado reprime de forma sangrenta os grevistas. Entre os dias 30 de setembro e 1º de outubro, cinco trabalhadores foram mortos pela polícia. No dia 4 de outubro, mais um mineiro foi morto pelas forças de repressão.
No dia 5, a Amplats anunciou a demissão de 12.000 dos 28.000 mineiros em greve. “Um total de 12.000 funcionários decidiram não comparecer aos conselhos disciplinares, não assistir às audiências e, portanto, foram demitidos por sua ausência”, anunciou a empresa em comunicado oficial.
A demissão em massa revoltou os grevistas e diversos setores das classes trabalhadoras na África do Sul se solidarizaram com o movimento doando alimentos para as famílias dos grevistas e contribuindo para o fundo de greve. Os mineiros exigem um aumento salarial para que passem a receber 16.000 randes (moeda sul-africana) mensais (o equivalente a R$ 3.600).
Indonésia: milhões de trabalhadores em greve geral
No dia 3 de outubro, aproximadamente três milhões de trabalhadores indonésios de várias fábricas e outros setores deflagraram uma greve geral exigindo aumento salarial e contra os contratos temporários. Segundo informações do diário local Jakarta Post, cerca de 80 parques industriais de 12 províncias foram totalmente paralisados.
Uma grande manifestação foi organizada pelos grevistas na capital Jacarta em 4 de outubro. Mais de 30 mil trabalhadores participaram dessa manifestação e anunciaram que as mobilizações serão mantidas até que as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas.
China: nova greve na Foxconn
Em 5 de outubro foi anunciada nova greve em uma fábrica da empresa taiwanesa Foxconn, dessa vez em Zhengzhou, região central da China. A fábrica produz componentes eletrônicos para a empresa Apple do ramo das telecomunicações.
Há denúncias de inúmeros suicídios de trabalhadores da Foxconn nas fábricas chinesas nos últimos anos. A última edição de AND repercutiu uma série de denúncias de maus tratos e péssimas condições de trabalho nessa empresa.
Essa nova greve sucede um enorme conflito ocorrido entre operários e as forças de repressão em setembro.