Consumado o "acordo" militar entre Colômbia e USA
O acordo militar que coloca nas mãos da Marinha do USA 7 bases militares colombianas está selado. As ações da diplomacia regional para evitar o remate do entreguismo de Uribe – nas reuniões da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) – foram um fracasso.
Este acordo se encontra em plena implementação, com a primeira doação de 48 milhões de dólares, a serem utilizados para a expansão da Base de Palenquero, a principal base da Colômbia, com a maior pista de decolagem e pouso no país, 3.500 metros e 2 hangares com capacidade para 60 aeronaves. Nesta base, o sistema de comunicações será melhorado para atender aeronaves C-17, que transportarão tropas e equipamentos pesados em zonas de guerra, bem como os AWACS, que podem sobrevoar vários países e interceptar todas as comunicações.
O acordo militar USA-Colômbia será utilizado para operações, supostamente, contra o tráfico de drogas, o terrorismo e contra os governos contrários ao USA, situação que evidencia uma hostilidade contra os países da região, cujas gerências nada fizeram de efetivo para impedir essa flagrante interferência nos assuntos regionais.
Obama requisita aliança ‘para o século XXI’ com Japão
Poucos dias depois de navios militares da Coréia do Norte e da Coréia do Sul terem trocado disparos na fronteira marítima do mar Amarelo, Obama desembarcou em Tóquio para uma reunião com o primeiro-ministro Yukio Hatoyama, cuja finalidade foi a de "renovar para século XXI" a aliança entre o imperialismo ianque e os chefes nipônicos. O sucessor de Bush chegou dizendo que "a aliança entre o USA e o Japão é a base para segurança e prosperidade não apenas para nossos dois países, mas para a região da Ásia e Pacífico". Em bom português, isto significa o reforço da escalada de provocações ao regime de Pyongyang que a tríade USA-Japão-Coréia do Sul levando a cabo não é de hoje, forjando mais um campo de batalha das guerras de partilha do mundo.
Vale lembrar que o embate naval ocorrido na costa ocidental da península da Coréia na terça-feira, dia 10 de novembro tem origens na imposição da Linha Limítrofe Norte pelo comando das Nações Unidas, encabeçado pelo USA, logo depois da guerra de 1950 a 1953 entre as duas Coréias. A Coréia do Norte nunca aceitou o estabelecimento fronteiriço unilateral. Poucos dias antes, 20 mil japoneses saíram às ruas na cidade de Okinawa para demonstrar repúdio à presença de bases militares ianques no seu país, e para exigir o imediato desmantelamento de todo o aparato militar que o USA mantêm em solo nipônico e a retirada dos 47 mil oficiais e marines intrusos que estão no Japão a serviço do imperialismo no oriente asiático.
O que afinal movia o ‘defensor’ dos curdos?
Acabou de vir à tona a informação de que o diplomata ianque Peter W. Galbraith, há tempos apresentado pelo monopólio mundial dos meios de comunicação como o maior paladino de defesa da causa curda, lucrou US$ 100 milhões intermediando a venda dos direitos de exploração de um campo de petróleo no Curdistão. Filho do reverenciado economista ianque John Kenneth Galbraith – um dos idealizadores das políticas de mitigação da crise capitalista da década de 1930, que ficaram conhecidas como "New Deal" – Peter W. Galbraith chegou mesmo a escrever parte da nova constituição iraquiana, imposta pelo USA após a invasão e o assassinato do presidente Saddam Hussein. Mais especificamente a parte do documento que concede amplos direitos de autonomia ao povo curdo, incluindo o controle sobre as reservas de petróleo localizadas nos territórios que habitam.
Pois agora foi recebida com escândalo a informação de que sua empresa recebeu 5% de comissão sobre a negociata que resultou na cessão de um campo de petróleo no Curdistão para uma empresa da Noruega, terra natal da sua esposa. Falso escândalo. Essa é a regra, não uma exceção no Iraque saqueado pelo imperialismo, vide os negócios fabulosos que o ex-vice presidente do USA Dick Cheney fechou em nome de suas empresas para fins de "reconstrução" do país, e como não deixa mentir a consolidação do controle sobre as fontes energéticas iraquianas nas mãos de transnacionais como a Exxon Mobile e a Shell, em amplo processo de rapina colonial imposto ao povo local – processo que a resistência iraquiana segue bravamente tentando interromper.
Fanfarronices de Chávez não interessam às massas
No domingo dia 8 de novembro, no seu programa propagandístico veiculado em redes de rádio e TV por toda Venezuela, o oportunista Hugo Chávez vociferou: "Se ocorrer ao império ianque — utilizando a Colômbia ou não, mas já sabemos por onde vem — agredir militarmente a Venezuela… aqui começará a guerra dos cem anos e essa guerra se estenderá por todo o continente. Saibam disso". Chávez mandou seu exército se preparar para a guerra e acusou a Colômbia de estar sob controle do USA. É verdade que a Colômbia vem se transformando em enclave ianque na América do Sul, mas não é preciso que um demagogo de marca maior venha alertar os povos da região sobre a presença do inimigo. A hipocrisia beligerante de Chávez mal esconde o fato de que, sob a administração do presidente "bolivariano" aparentemente anti-USA, o imperialismo continua arrancando o que quer da Venezuela. Quando não é o imperialismo ianque, é o europeu ou o russo. A verdade é que, antes de barrar os monopólios, Chávez gosta mesmo é de estimular a corrida entre eles por estas bandas do mundo, e sua verborragia não passa de fanfarronice para se manter em evidência. Ela em nada interessa às verdadeiras lutas das massas venezuelanas e latino-americanas.
E como em uma ópera bufa, encerrado o primeiro ato patético, o segundo veio a galope, com desculpas de que "não foi isso que quis dizer". E mais uma vez cai o pano até uma nova encenação.