Iraque: novos fatos confirmam a farsa da retirada
No dia 6 de setembro de 2010, seis dias após a data do “fim da guerra” em território iraquiano anunciado por Obama, a agência internacional de notícias AFP não pôde deixar de soltar o informe “USA volta ao combate no Iraque”. A notícia era de que soldados ianques “auxiliaram” as forças de segurança iraquianas para se defenderem de um ataque da resistência armada à ocupação imperialista.
O fato de o USA ter deixado 50 mil soldados espalhados por todo o país invadido em 2003 já deixava claro que a retirada corneteada não passava de uma farsa — uma farsa para fazer a promessa eleitoreira de Obama passar por cumprida às vésperas de eleições legislativas no USA, nas quais a facção de Obama corre o risco de ser derrotada.
Denúncias dão conta de que três mil soldados de combate do Terceiro Regimento de Cavalaria Blindado desembarcaram no Iraque vindos diretamente de Fort Hood, no Texas, quase que ao mesmo tempo em que o primeiro batalhão do USA levantava acampamento e fazia o caminho inverso sob as lentes da CNN. Além disso, o USA duplicará o número de mercenários a serviço da invasão contratados junto a firmas de “segurança privada”.
Israel enxota crianças da terra que não é sua
A administração fascista do Estado de Israel anunciou que irá enxotar cerca de 400 crianças filhas de imigrantes do território roubado do povo palestino. A justificativa para mais esta infâmia por parte do sionismo foi dada pelas autoridades israelenses com a empáfia de sempre, e de quem tem o respaldo do USA para todas as suas barbaridades: “essas crianças não são judias”.
A decisão de expulsar crianças não-judias remete às humilhações impostas pelo nazi-fascismo ao próprio povo judeu na metade do século passado. Mas isso não constrange os chefes sionistas. A decisão foi aprovada pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A princípio, os alvos eram 200 filhos de trabalhadores filipinos, tailandeses, sudaneses e egípcios. Depois, o número foi revisado para cerca de 400, abarcando crianças de outras nacionalidades ou mesmo que tenham nascido na Palestina tomada pelo sionismo, mas que não são judias.
Um dos principais defensores da medida, o ministro do Interior e líder do partido de ultradireita Shas, Eli Yishai, disse que a presença dessas crianças em Israel “ameaça a totalidade da empreitada sionista”. Empreitada racista, colonialista e genocida. O mesmo Yishai ameaçou usar o braço armado da Polícia de Imigração de Israel contra as crianças a fim de recorrer a métodos “mais drásticos” caso elas não deixem a Palestina voluntariamente.
França: proletariado enfrenta Sarkozy
No início de setembro dois milhões e meio de trabalhadores saíram às ruas de várias cidades da França em protesto contra a “reforma” da previdência que o chefe francês Nicolas Sarkozy pretende lhes impor, atendendo à demanda do poder econômico e querendo aumentar a idade para a aposentadoria de 60 para 62 anos.
Em 1995, as massas da França foram às ruas e fizeram o então “presidente” Jaccques Chirac recuar em sua intenção de fazer uma contra-reforma da previdência. Sarkozy dá sinais de que resistirá mais do que seu mentor e antecessor, mas o mundo do trabalho tampouco irá arredar pé de sua luta, mesmo sob bombardeio da reação. Em meio ao levante nas ruas francesas contra mais esta etapa da destruição dos direitos e garantias historicamente conquistados pelo proletariado europeu, a revista britânica The Economist publicou um infográfico no qual os franceses aparecem no topo de um ranking dos povos que têm as aposentadorias mais longas, sem qualquer menção ao fato de que isso se deve à combatividade da classe trabalhadora da França, e não a uma eventual e supostamente justa necessidade de obrigar os franceses a trabalharem mais. É mais uma vez a burguesia e seus porta-vozes tentando fazer de suas reivindicações uma bandeira de todas as classes sociais, pela via da truculência do Estado que lhes serve e do engodo apregoado pelos seus contra-propagandistas.