RJ: PM e Guarda Municipal reprimem blocos
Na madrugada de 10 de fevereiro, uma festa de carnaval realizada na Praça 24 de Outubro, popularmente conhecida como Praça de Inhaúma, na Zona Norte do Rio de Janeiro, acabou em confronto entre populares e os agentes de repressão.
A PM afirmou que seu objetivo era interromper o som alto no local, porém quem estava na festa diz que os policiais agiram com truculência usando bombas, spray de pimenta e, inclusive, disparos de armas de fogo. Em resposta às provocações da PM, pedras e garrafas foram lançadas. Dois policiais ficaram feridos.
Já na madrugada de 13/2, um bloco carnavalesco terminou em tumulto após a Guarda Municipal tentar dispersar a multidão de forma truculenta no Centro. O Technobloco, bloco não-oficial do carnaval carioca, teve início na Praça Tiradentes e seguiu para a Praça Mauá se juntando ao bloco Não Aguento Mais Fanfarra.
Os foliões não aceitaram a intervenção da Guarda Municipal e permaneceram cantando em frente aos agentes de repressão. Segundo os presentes, os guardas agiram de forma agressiva e prenderam quatro pessoas, que foram encaminhadas para a 5ª DP.
Nos últimos meses, a GM intensificou a repressão aos vendedores ambulantes que trabalham no Centro do Rio, e no carnaval não foi diferente. Várias denúncias de roubos de mercadoria por parte dos guardas foram feitas nas redes sociais durante os dias de festejos em diversos pontos da cidade, principalmente na região central e na Zona Sul.
BA: camelôs protestam no carnaval
Barricada incendiada pelos vendedores em Salvador. 8/2
Na segunda-feira de carnaval, dia 8 de fevereiro, vendedores ambulantes realizaram um protesto na passagem de trios no circuito Barra-Ondina, no Farol da Barra, em Salvador (BA). A manifestação criticou a proibição da venda de determinadas marcas de cerveja, pois no carnaval da capital baiana de 2016 só foi permitido comercializar apenas uma marca nos dois principais circuitos. Os ambulantes afirmaram que a polícia estava roubando suas mercadorias durante as festividades. Durante a manifestação, houve confronto entre os agentes de repressão e os trabalhadores, que não se intimidaram e lançaram objetos contra os guardas.
— Somos pais de família e não temos o mesmo tratamento que os comerciantes de camarotes e blocos têm. Os fiscais chegam revirando os nossos isopores. Além disso, o lucro é mínimo, porque cada caixa de cerveja custa R$ 21, e a gente só lucra R$ 9 por caixa. Muitas pessoas deixam de consumir cerveja porque preferem outra marca —disse o presidente do Sindicato dos Ambulantes de Salvador, Nilton Ávila, em declaração à Agência Brasil.
Em 9 de fevereiro, último dia de carnaval, outra manifestação foi realizada no Porto da Barra. Os manifestantes queimaram caixas de papelão e outros objetos no meio da rua. Durante o protesto, eles cantavam: “O povo unido jamais será vencido”.
GO: protesto contra aumento da tarifa
Jovens foram às ruas da capital goiana e realizaram uma manifestação combativa em 12/2
Em 12 de fevereiro foi realizada a primeira manifestação contra o aumento da tarifa nos ônibus em Goiânia. Como aconteceu nas principais cidades brasileiras, o aumento da passagem do transporte “público” chegou, na capital goiana, aos R$ 3,70.
A população, já revoltada com o péssimo serviço, se indignou ainda mais. O ato contou com cerca de 200 pessoas, que saíram às ruas em uma manifestação combativa demonstrando toda a revolta popular. As empresas do transporte, com medo do povo, retiraram os ônibus dos terminais e deixaram os trabalhadores a mercê. Arrogantemente, os representantes das empresas de transportes declararam que, apesar do aumento, não haverá melhoria alguma no serviço.
O povo marchou pelas ruas do Centro da cidade e chegou até o Terminal Praça da Bíblia gritando palavras de ordem exigindo que se revogue o aumento. Esse foi o primeiro protesto e os manifestantes afirmam que muitos outros virão.
SP, RO e PE: contra falta de luz
Na manhã de 6 de fevereiro, um grupo de manifestantes se reuniu na estrada que liga Iperó a Sorocaba, em São Paulo. A população reclamava da falta de energia nos bairros Nova Era, Santo Antônio e Bairro do Morro. As “autoridades” afirmaram que a falta de luz teria sido causada por uma forte chuva que atingiu a região. Os manifestantes fizeram uma barricada de objetos e a incendiou para fechar a via.
Quatro dias antes, outra manifestação contra a falta de luz já havia sido realizada no distrito de Vista Alegre do Abunã, cerca de 300 km de Porto Velho, em Rondônia. Na ocasião, os manifestantes bloquearam a BR-364 no sentido Acre.
No fim de janeiro, manifestações foram realizadas na Região Metropolitana de Recife, em Pernambuco, pelo mesmo motivo de falta de energia elétrica. No dia 30/1, moradores de Aguazinha, Águas Compridas, Alto Nova Olinda e Sapucaia, na cidade de Olinda, bloquearam três pontos da Segunda Perimetral Norte. Os manifestantes incendiaram carcaças de veículo, móveis e pneus para bloquear o trânsito.
Impaciente com o descaso, em várias partes do país, a população não mais pede, mas coloca fogo na rua para exigir um direito básico.
RJ: servidores vão às ruas
Milhares de servidores públicos compareceram à manifestação que lotou a escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) no último dia 3 de fevereiro em protesto contra o pacote de medidas apresentadas no dia 2/2 pelo gerente estadual Luiz Fernando Pezão e exigindo o pagamento de salários atrasados.
Além de trabalhadores de diversas categorias do funcionalismo público, muitos jovens se somaram ao protesto levantando a palavra de ordem contra o aumento das passagens. Em seguida, o ato saiu pelas ruas do Centro e foi em caminhada até a Cinelândia.
RS: rodoviários exigem pagamento
Rodoviários da viação Vicasa, em Canoas, Rio Grande do Sul, realizaram um protesto na garagem da empresa na manhã de 10 de fevereiro. Por cerca de três horas, os trabalhadores impediram a circulação de algumas linhas. O motivo da manifestação foi o atraso nos salários.
Em declaração ao jornal Zero Hora, Mauro Santos, presidente do Sindicato dos Rodoviários da Região Metropolitana, disse que “o dinheiro deveria ter entrado até o quinto dia útil do mês para todos, mas não entrou”.
SP: a justa revolta dos trabalhadores rodoviários
O Comitê de Apoio ao AND da região de Campinas (SP) esteve recentemente com trabalhadores rodoviários da cidade e apurou uma série de denúncias sobre a situação do transporte. Como acontece em outras cidades, a privatização do direito de ir e vir é aprofundada ano após ano, contando para isso com a atuação do sindicato patronal das empresas de transportes rodoviários e a Secretaria de Transporte, afetando os usuários e, principalmente, os trabalhadores.
Recebemos denúncias, sobretudo, da situação dos trabalhadores da empresa do grupo Belarmino, um dos maiores grupos exploradores do transporte público do país. Os trabalhadores, que conversaram com o AND sob a condição de preservarmos suas identidades, acusaram o grupo de participar de licitações fraudulentas e pagar propinas para se beneficiar nesses processos e da precarização das condições de trabalho dos funcionários (tanto dos motoristas e de funcionários internos, como mecânicos, trabalhadores da área de limpeza etc.), além de demissões e assédios contra funcionários mais combativos que não admitem os crimes trabalhistas na empresa. Motoristas enfrentam atrasos no pagamento de seus salários e vale alimentação, o que levou a deflagração de greves no fim do ano passado e início desse ano. Eles denunciam que são forçados a exercer dupla função devido a demissão em massa dos cobradores no ano passado, o que os obriga a dirigir, calcular e entregar o troco, além do cuidado com o trânsito e a segurança dos passageiros no ato do embarque e desembarque. O Ministério Público do Trabalho cobrou, no início do ano, o fim da dupla função exercida por motoristas e a luta da categoria prossegue para que essa determinação seja de fato cumprida.
A revolta dos trabalhadores rodoviários se soma a da população, principalmente da juventude secundarista, que vem realizando protestos combativos contra os aumentos abusivos das tarifas que já sofreram dois aumentos em menos de 3 meses. Nos protestos em Campinas, são levantadas as palavras de ordem contra o aumento e por melhorias nos transportes, melhores salários e condições de trabalho para os trabalhadores rodoviários.
A luta travada na cidade de Campinas contra a máfia dos transportes se estende há muito tempo e continuará se estendendo enquanto o direito de ir e vir continuar sendo tratado como mercadoria.
Protesto na PB-057
Em 3 de fevereiro, moradores do distrito de Pirpiri, na cidade de Guarabira, no Agreste da Paraíba, fizeram uma manifestação num trecho da rodovia PB-057 contra o alto índice de acidentes e exigindo uma lombada no local. A população afirma que o Departamento de Estradas e Rodagem (DER) teria prometido a lombada, mas até aquela data ela não tinha sido construída. Durante o protesto, os manifestantes incendiaram uma barricada de pneus e móveis.
Brigadas de AND no Rio de Janeiro!
No início do mês de fevereiro, o Comitê de Apoio ao AND do Rio de Janeiro realizou brigadas de venda e distribuição do jornal em locais públicos da cidade. As brigadas de divulgação são umas das principais formas de levar o AND até as mãos dos trabalhadores e trabalhadoras, e os apoiadores de nosso jornal no Rio têm tomado excelentes iniciativas neste sentido.
Brigadas realizadas no início deste mês de fevereiro:
2 de fevereiro: brigada de distribuição em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Mais de mil exemplares de edições passadas do jornal foram distribuídos no bairro.
3 de fevereiro: brigada de venda na manifestação dos servidores na ALERJ. 79 exemplares vendidos.
4 de fevereiro: brigada de venda nos trens da Central do Brasil. 60 exemplares vendidos.
PB e AL: contra o descaso
Moradores do Conde, na Região Metropolitana de João Pessoa, Paraíba, bloquearam a BR-101 na entrada da cidade em protesto contra a falta de água. Com cartazes e uma barricada de pneus queimados, a população perguntou: ‘cadê a água do Conde?’. O protesto foi realizado em 3 de fevereiro.
No mesmo dia, no Povoado Barro Vermelho, localizado próximo a um parque de Arapiraca, em Alagoas, moradores interditaram uma das entradas da região. Depois de cerca de 90 dias sem luz, eles fizeram uma barricada de pneus, galhos e outros objetos para protestar.
SP: povo não aceita pedágios
Em 12 de fevereiro, manifestantes bloquearam a Rodovia Ronan Rocha (SP-345), entre os municípios de Franca e Patrocínio Paulista, em São Paulo, contra a possível instalação de pedágios na região. Durante o protesto, um manifestante foi atropelado por uma motocicleta. A população, que já havia realizado manifestação anteriormente, reclama de duas novas praças de cobrança na Ronan Rocha e entre Cristais Paulista e Jeriquara, na Rodovia Candido Portinari (SP-334), onde ocorreu a primeira manifestação.
TO-447 bloqueada
No dia 8 de fevereiro, a imprensa de Tocantins informou que havia chegado ao fim o protesto de centenas de pessoas que bloquearam a TO-447 por cerca de 18 horas exigindo que o “governo” estadual tomasse medidas em relação às más condições do trecho da rodovia que liga Paraíso do Tocantins a Chapada da Areia, na região central do estado. Manifestantes afirmam que a péssima condição da estrada atrapalha a circulação de ambulâncias, o andamento do comércio local, etc.
RS:operários manifestam
Uma manifestação de funcionários da General Motors (GM) bloqueou parcialmente a rodovia Freeway no início da manhã de 5 de fevereiro. Segundo representantes dos metalúrgicos, eles criticavam o não pagamento da última parcela do Programa de Participação nos Resultados (PPR) da empresa, que deveria ter sido depositado no mês de janeiro.
AM: protesto por mais ônibus
Centenas de pessoas fecharam os dois sentidos da Avenida do Turismo, na Zona Oeste de Manaus, Amazonas, na tarde de 12 de janeiro, após serem informados que as três únicas linhas de ônibus que atendem a região não passariam mais por ali. Revoltados, os manifestantes fizeram uma barricada com objetos, colchões e pneus no meio da rua.
PR: contra os alagamentos
Moradores de Uvaranas, no Paraná, fecharam a Avenida Carlos Cavalcanti em protesto contra os alagamentos que acontecem na região após as chuvas. A manifestação ocorreu em 4 de fevereiro e os habitantes exigiram a limpeza das galerias de esgoto que estavam entupidas. Uma barricada de pedaços de madeira foi erguida e incendiada pela população.
“Justiça” proíbe protestos na MG-050
A “justiça” do município de Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Minas Gerais, proibiu moradores do distrito de Azurita, às margens da MG-050, de realizar protestos que fechem o tráfego da rodovia.
Segundo o jornal Estado de Minas, “O pedido de liminar em ação movida pela AB Nascentes das Gerais, concessionária que administra 344 quilômetros entre Juatuba, também na RMBH, e São Sebastião do Paraíso, na divisa com São Paulo, foi deferido pelo juiz do fórum do município, localizado a cerca de 60 quilômetros de Belo Horizonte, e prevê multa que varia de R$ 10 mil a R$ 200 mil em caso de descumprimento. O trecho que corta Azurita é um dos que apresenta atrasos na execução de obras, conforme mostrou reportagem publicada ontem pelo Estado de Minas”.
Moradores da região haviam realizado manifestações exigindo “uma definição para o pagamento de desapropriações realizadas para a duplicação, readequações no trânsito, desviado para dentro do distrito, acesso às ruas e pontos de ônibus”. Novamente, a “justiça” mostra seu caráter de classe em favor dos grandes empresários e contra o povo, que simplesmente reivindica melhores condições em seu bairro ou local de moradia.
RO: por transporte escolar
Os moradores do Conjunto Habitacional União, em Vilhena, Rondônia, realizaram uma manifestação reivindicando transporte escolar para as crianças da região no último dia 4 de fevereiro. A Avenida Perimetral, que dá acesso ao conjunto e à zona rural de Vilhena, foi interditada pelos manifestantes, entre elas muitas mulheres e crianças. Uma manifestante segurava um cartaz com a frase ‘Ônibus já, nossos filhos têm direitos!’.
As aulas da rede municipal começaram no dia 1º de fevereiro e os pais são obrigados a levar seus filhos para escolas distantes da região. Problemas deste tipo são bastante frequentes em vários rincões de norte a sul do Brasil e anos se passam sem que as “autoridades” estaduais tomem providências para facilitar o transporte de crianças e jovens para suas escolas.