RJ: ato pela liberdade de Rafael Braga
Na tarde de 12 de abril, atendendo a convocatória do Comitê Pela Liberdade de Rafael Braga Vieira, ativistas e entidades populares realizaram um ato em frente ao Tribunal de Justiça, no Centro do Rio de Janeiro. Nesta data ocorreu uma Audiência de Instrução, onde o juiz ouviria os policiais e a testemunha da segunda prisão de Rafael Braga.
Segundo os organizadores, “depois de progredir para o regime aberto, Rafael foi preso acusado por tráfico enquanto ia na padaria pela manhã. Policiais o viram com tornozeleira e o abordaram dizendo que ele tinha envolvimento com o tráfico. Os policiais o agrediram e até o ameaçaram de violência sexual caso ele não assumisse uma determinada quantidade de drogas e o morteiro que os PMs forjaram”.
Uma nova audiência foi marcada para o dia 11/5, pois um dos PMs, testemunha de acusação, não compareceu, pois foi baleado. Assim, apesar de ter ouvido um dos PMs e a testemunha de defesa, uma nova audiência foi marcada para finalizar os depoimentos.
Rafael Braga é um jovem negro e pobre que, desde as jornadas de protestos de 2013, vem sofrendo perseguições e prisões de forma injusta e arbitrária depois de ter sido preso com uma garrafa de desinfetante, que a “Justiça” caracterizou como “artefato explosivo”. Para entender melhor o assunto, confira o artigo publicado na última edição de AND (nº 167), ‘Libertem Rafael Braga!’.
RJ: tiroteios levam terror ao Complexo do Alemão
Quando esta edição de AND estava sendo concluída, em 18 de abril, já duravam dias os confrontos entre a polícia e traficantes no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio. Na próxima edição traremos mais informações sobre os episódios ocorridos no Alemão, que são prosseguimento da política de criminalização da pobreza abordada em matéria publicada na página 8 deste número do jornal, ‘Polícias chacinam nove pessoas em uma semana no Rio de Janeiro’.
Os tiroteios deixaram dois mortos e pelo menos nove feridos , entre eles o menino Iury de Souza Calheiro, de 7 anos, que foi atingido por dois tiros na perna no fim da tarde de 15/4, dia em que começaram os tiroteios.
Depois de mais de cinco anos de ocupação militar, a dita “pacificação” segue mostrando a que veio, espalhando o terror e transformando as favelas do Complexo do Alemão em territórios inabitáveis.
ES: por melhorias no transporte
Moradores do bairro Grande Vitória, na capital do Espírito Santo, realizaram, na manhã de 13/4, uma manifestação exigindo melhorias no transporte público. Bloquearam os dois sentidos da Rodovia Serafim Derenzi pondo fogo em pneus.
Entre as reivindicações, a população local exigiu melhorias em relação ao horário dos coletivos, pois, segundo os moradores, após as férias os horários de ônibus nos bairros Santo Antônio, Universitário, Grande Vitória, São Pedro, Resistência, Estrelinha e Bela Vista não foram normalizados. Uma faixa foi colocada com a frase ‘Se não voltar os ônibus para o povo, vai ter protesto de novo!’. Além disso, o protesto também exigiu melhorias na unidade de saúde do local.
BA: trabalhadores exigem empregos
Na manhã de 12 de abril, um grupo de desempregados realizou uma marcha na Avenida Gal Costa até a Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador, reivindicando que trabalhadores da região de Pau da Lima e Sussuarana sejam empregados na obra de duplicação da Avenida Gal Costa. Eles denunciam que as construtoras excluem a mão de obra local e que pessoas que moram na região estão com currículo há um ano na empresa e não são contratadas. Durante o protesto, eles levantaram uma faixa com a frase ‘Desempregado na rua, governador a culpa é sua!’, em crítica ao gerente estadual Rui Costa/PT.
PR e SP: povo exige melhorias nas ruas
A população do Jardim Maria Luíza, em Araraquara (SP), ateou fogo em pneus e galhos bloqueando a passagem na Rua Januário de Freitas Jesus durante uma manifestação no dia 7 de abril. Os moradores protestaram contra o desvio no trecho da rodovia que liga Araraquara ao distrito de Bueno de Andrada, afirmando que muitos veículos passam pelo local em alta velocidade jogando poeira para dentro das casas. Eles também denunciaram que a mudança aumenta o risco de atropelamento de crianças.
Na tarde de 9 de abril, moradores do Jardim Barreto, em Ponta Grossa (PR), realizaram uma manifestação erguendo barreiras para impedir que veículos circulassem nas ruas da vila. O objetivo do protesto era exigir das “autoridades” melhorias nas ruas da região, asfaltamento e condições decentes para a circulação de automóveis. Os moradores reclamam também da quantidade de poeira que vai para dentro das residências quando algum carro passa. Durante o protesto uma barricada com pedaços de madeira foi incendiada.
AM: luta por moradia
Manifestantes bloquearam, na manhã de 13/4, a Rua Arthur Bernardes, no bairro São Jorge, Zona Oeste de Manaus (AM). Eles fazem parte das cerca de 400 famílias que tiveram as casas destruídas por um incêndio numa comunidade local no ano de 2012 e exigem a construção de um conjunto habitacional popular na região. Além disso, os manifestantes criticaram o atraso no pagamento do auxílio aluguel no valor de R$ 400, que estaria atrasado há dois meses.
Com suas casas perdidas e sem o dinheiro auxiliar, muitas pessoas têm encontrado enormes dificuldades para viver, o que tem gerado indignação. Durante o protesto, os manifestantes exibiram muitos cartazes com os dizeres ‘Moradia já!’ e ‘Governador, seja ágil ou vamos reocupar nossa terra!’.
SP: polícia reprime estudantes
Uma manifestação de estudantes da rede pública de São Paulo terminou em confronto, no dia 6 de abril, depois que a Polícia Militar agiu para tentar liberar as ruas da área central da cidade. Os jovens, em seu justo direito de manifestação, tentaram bloquear a Avenida Ipiranga, mas foram impedidos. Em seguida, eles continuaram seu protesto e tentaram fechar o cruzamento da Avenida Ipiranga com a São João. A polícia de Geraldo Alckmin/PSDB lançou bombas de efeito moral e gás de pimenta contra os estudantes.
A manifestação foi realizada contra o escândalo da merenda, que encontrou contratos superfaturados e pagamento de propina para políticos e agentes públicos em 22 prefeituras do estado. Durante a primeira quinzena de abril, os estudantes secundaristas de SP, que ocuparam inúmeras escolas ano passado, enviaram fotos e mensagens de apoio aos estudantes do Rio de Janeiro, que seguem ocupando dezenas de escolas na capital e cidades do interior.
SP: ônibus incendiado
Um ônibus foi incendiado, na noite de 11/4, no Jardim São Luís, Zona Sul de São Paulo. Pessoas atearam fogo em lixo e móveis pelas ruas do bairro. A manifestação foi realizada contra uma operação policial que deixou moradores mortos. Duas pessoas, entre elas um adolescente, foram detidas acusadas pelo incêndio.
Dias antes, em 3/4, outro ônibus já havia sido incendiado no bairro do Tremembé, na Zona Norte. A manifestação dos moradores teria ocorrido depois da morte de uma pessoa.
SP: servidores protestam
Servidores públicos de São Vicente, estado de São Paulo, realizaram uma paralisação em 12 de abril e fecharam a avenida da praia no sentido de Santos. A manifestação aconteceu por conta da falta de proposta da prefeitura quanto ao reajuste salarial, esperado desde o mês de fevereiro. Eles exigem o fim dos escalonamentos dos salários, a demissão de cargos de confiança, o pagamento das férias e cestas básicas, a reposição salarial e rechaçam a proposta da prefeitura de não haver reajuste neste ano de 2016.
RS: contra a violência policial
Na noite de 12/4, uma manifestação bloqueou a BR-290, no sentido capital-interior, em Porto Alegre (RS). Indignados, os manifestantes puseram fogo na pista na altura do km 99, a cerca de 2 km da ponte sobre o rio Guaíba. Eles denunciaram a prisão de duas pessoas pela Brigada Militar afirmando que elas não haviam cometido nenhum delito, além de criticar as abordagens violentas de policiais na região, um tipo de problema conhecido pelo povo pobre nas periferias de grandes centros urbanos de todo o país.