Protesto de motoristas e cobradores paralisa centro de São Paulo
No dia 25 de novembro, um protesto de motoristas e cobradores de ônibus paralisou, em frente à Câmara Municipal, o trânsito no centro de São Paulo. Mais de 400 ônibus bloquearam as vias da cidade. Sem receber o vale-refeição do mês, os funcionários, em sua maioria da Expresso Paulistano, realizaram um apitaço, a fim de chamar a atenção dos vereadores para o problema. Segundo o secretário-executivo do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de São Paulo, Francisco Xavier da Silva Filho, a intenção é instaurar uma CPI para investigar de quanto é a receita e o gasto no sistema.
Confronto entre a PM e camelôs causa tumulto na 25 de Março
São Paulo – No dia 11 de novembro a Rua 25 de Março, centro, foi palco de mais um conflito envolvendo os ambulantes ilegais, a Guarda Civil, a Polícia Militar e a fiscalização. Insatisfeitos com a ação da Guarda, que tentava retirá-los do ponto, os camelôs resistiram, ameaçando atear fogo num carro da prefeitura. Recebida a pedradas pelos ambulantes, a PM revidou com bombas de gás lacrimogêneo. Na confusão, que uniu cerca de 800 manifestantes, pelo menos três ficaram feridos. Um apitaço dos ambulantes fez com que, temerosos, os comerciantes fechassem as portas. Segundo o oficial de gabinete da Subprefeitura da Sé, Márcio Dollabella, a operação tem como objetivo regularizar a situação da rua, já que, apenas, 160 ambulantes têm permissão para trabalhar na região.
Mobilização estudantil sacode Fundação Santo André
Os estudantes do Centro Universitário Fundação Santo André iniciaram uma mobilização contra os aumentos sistemáticos das mensalidades promovidos pelo atual reitor da Fundação, Odair Berbelho, com o apoio do prefeito petista de Santo André, João Avamileno.
Tudo começou quando, no dia nove de outubro, o Conselho Universitário da Fundação aprovou um reajuste de 13,5% nas mensalidades. No mesmo dia, uma assembléia estudantil – com mais de mil alunos – decidiu iniciar uma campanha contra o aumento. Para Alexsandro Carvalho, do Centro Acadêmico Honestino Guimarães, além dos aumentos estarem acima da inflação, não há transparência contábil para justificar qualquer medida desta natureza. “O reajuste é absurdo, porque, nenhum trabalhador teve aumento neste país, sem falar dos altos índices de desemprego”, declarou Alexsandro, que é aluno de Sistemas de Informação.
Os estudantes reivindicam reajuste zero, além de nenhuma sanção aos colegas inadimplentes. No dia 22 de outubro, depois de várias manifestações, inclusive uma passeata até a Prefeitura da Cidade, a Reitoria foi ocupada pelos estudantes. Mais de 200 alunos da Santo André permaneceram oito dias na ocupação. Pressionado, o reitor diminuiu o índice de reajuste para 3,5%. Embora considerem que o recuo da Reitoria foi uma primeira vitória da mobilização, os estudantes continuam exigindo a suspensão total dos aumentos.
Na verdade, a região do grande ABC tem na Fundação Santo André a única possibilidade de acesso à universidade de qualidade e com baixo custo. A medida da Reitoria vai acabar expulsando os estudantes de baixa renda da universidade. A Fundação Santo André tinha, ao ser criada, um caráter público que possibilitava amenizar esta forma de exclusão educacional. Quando foi fundada, em 1962, era uma Fundação de direito público, ligada ao município e totalmente gratuita. Com o passar dos anos, vieram as mensalidades, mas, ainda, existia um subsídio municipal sobre 30% dos custos da Fundação. Até que a atual gestão petista da Prefeitura resolveu transformá-la em uma Fundação de direito privado. Embora a Prefeitura continue mantendo o controle político-administrativo, o financiamento da Fundação é totalmente oriundo das mensalidades pagas pelos alunos.
Os estudantes da Fundação seguem a luta pelo reajuste zero das mensalidades e, mais que isso, preparam, para o próximo ano, uma campanha pela estadualização da Fundação Santo André e sua transformação na Universidade Pública do ABC.
Camelôs endurecem resistência contra guarda municipal
Rio de Janeiro – O dia 29 de novembro, uma sexta-feira, ocorreu, no centro da cidade, mais um conflito entre ambulantes e a guarda municipal. Uma verdadeira batalha teve início às 12 horas, quando a guarda chegou ao Largo da Carioca e iniciou a repressão para retirada de todas as barracas consideradas ilegais.Irritados com impostos, contribuições ilegais e toda a sorte de chantagens de que são vítimas, os camelôs reagiram, com paus e pedras.
A guarda municipal retornou, às 13h, redobrando a violência, no que foi contida por um cerco efetuado por camelôs, nova carga de pedradas, lançamento de bombas amarradas às pedras e, até mesmo, disparos de morteiros. Às 16h15, a guarda volta a atacar os camelôs. Explosões são ouvidas próximo à Rua dos Andradas. Às 16h49, a guarda bate em retirada na Rua Uruguaiana, acossada pelos camelôs. Às 17h os camelôs se preparam para nova resistência, arrastando latões da Comlurb na pista da Avenida Rio Branco. Com a chegada da PM a guarda se retirou.
Na Rua Gonçalves Dias, em frente à Galeria dos Empregados do Comércio, um segurança, preocupado com o tumulto, atirou para o alto, provocando pânico entre as pessoas que, na tentativa de se protegeram, se deitaram no chão ou entraram nas lojas. O saldo do sétimo confronto entre camelôs e a guarda municipal foi de oito pessoas feridas no decorrer do confronto, entre elas, dois guardas.
A batalha foi interrompida somente após a chegada do batalhão de choque da polícia militar que intermediou negociações entre os camelôs e a guarda. No mesmo dia, em Copacabana, camelôs manobravam pela Rua Figueiredo Magalhães, evitando que a guarda tomasse suas mercadorias.
A primeira prisão de um guarda municipal, que apontava uma pistola contra ambulantes, foi efetuada no dia 5 de dezembro, pela PM, no centro da cidade. Outros membros da guarda entraram em conflito com a PM durante sete horas, desde às 10:h30, quando um guarda municipal disparou tiros de pistola de uma joalheria, sendo preso pela PM. Às 16, camelôs cercam guardas e disparam morteiros nas ruas do Ouvidor e Quitanda. Às 16h30, nova carga de morteiros contra a guarda, na Rua Sete de Setembro. Às 17h10, um camelô espancado por guardas e cinco minutos depois, outro guarda é detido pela PM, acusado de tentar alvejar camelôs com uma pistola. A chegada do batalhão de choque, da PM, apressa o fim do tumulto.
Cresce a luta contra a ocupação ianque em Alcântara
Duas grandes manifestações foram realizadas, no mês de novembro, no estado do Maranhão, em repúdio à ocupação ianque do Centro de Lançamentos de Alcântara. Os dois protestos denunciaram o ultrajante acordo firmado pelo governo lacaio de FHC, em abril de 2000, que entrega o CLA para o domínio do imperialismo norte-americano. Como fora denunciado em entrevista do general da reserva, Andrade Nery, no nº 2 de A Nova Democracia, os imperialistas norte-americanos com este acordo planejam desembarcar 15000 marines em Alcântara. Mas isto não será tarefa fácil para os ianques. O povo maranhense já começa a se levantar contra a dominação imperialista.
No dia 17/11, na cidade de Alcântara, uma romaria reuniu três mil manifestantes em defesa do povo de Alcântara. A romaria durou cerca de 12 horas e percorreu uma boa parte do município. O ato foi organizado pela Comissão Pastoral da Terra, e contou com a participação do MST e do PSTU. O objetivo central da romaria foi chamar a atenção para a difícil situação em que se encontram os moradores de Alcântara. Muitos já foram expulsos de suas antigas casas, quando da construção da base, em 1980. Muitas outras famílias correm o risco de ter o mesmo destino. As condições de vida dos alcantarenses são péssimas. Não podem caçar, pescar ou colher frutos na área da base (que ocupa quase a metade do município e toda sua área litorânea). Já não é fácil entrar na base com brasileiros no controle. Será ainda mais difícil com os norte-americanos. O ato teve grande repercussão nacional e mobilizou muitos moradores de Alcântara que, em sua totalidade, são contra a ocupação ianque.
“Os estudantes impedirão a ocupação do EUA em Alcântara”
Com esta ousada palavra de ordem, cerca de 1500 estudantes marcharam pelo centro da capital São Luís, no dia 27/11. Com bandeiras vermelhas, faixas, rostos cobertos e gritos de guerra desafiando o imperialismo ianque, os estudantes percorreram as principais ruas do centro da capital. A passeata saiu da porta do Cefet e encerrou-se na praça Deodoro. Foi onde ocorreu o momento mais esperado do protesto: foram queimadas, ao som da palavra de ordem “Fora EUA da Amazônia”, duas bandeiras norte-americanas. Participaram da manifestação mais de 12 escolas e universidades. Segundo o estudante Augusto Vieira, um dos líderes do movimento, a luta contra o imperialismo não ficará somente naquela manifestação: “A passeata de hoje, visa mobilizar os estudantes e fazer com que eles disseminem estas idéias nas salas de aula. Posso garantir que novas mobilizações serão realizadas. Com nossa rebeldia e organização impediremos que estes assassinos desembarquem suas tropas em nosso país!”. Além de vários grêmios, DA's e DCE's organizaram a manifestação os movimentos: A voz da Juventude, Estudantes do Povo/Movimento Estudantil Popular Revolucionário e Movimento anarco-punk R2. Houve a participação do presidente da Associação de moradores de Alcântara e de professores. Os estudantes de São Luís estão realmente dispostos a cumprir o que prometem.
Garimpeiros executados em reserva indígena
A Reserva Indígena do Roosevelt, no município Espigão d´Oeste, em Rondônia, tem sido, desde que foi descoberta como área de garimpo, alvo freqüente de investidas da Polícia Federal, que já indiciou 169 pessoas no local envolvidas com a extração de diamantes.
A Reserva pertence à União e foi cedida à tribo Cinta Larga, mas, de acordo com os comerciantes da região, os caciques vêm, à revelia de qualquer lei, acobertando a ação dos garimpeiros, em troca de dinheiro. Quando não há esse tipo de “proteção”, os garimpeiros são executados pelos índios, e, segundo consta, com a conivência da própria Polícia Federal.
No último dia 8 de novembro, os irmãos Claudinei Sérgio Urban, 18 anos, e Sidiney Hermino Urban, 21, foram rendidos por quatro índios e um homem branco, sendo, logo em seguida, executados a tiros. Dois outros garimpeiros que estavam com eles – João Guimarães e Rodrigo Alves, conseguiram fugir. Um inquérito já foi instaurado pelo delegado da Polícia Civil, Raimundo Mendes.
Poucos dias depois, dia 13, Francisco Carvalho de Martins foi seqüestrado pelos Cinta Larga no local. Para libertá-lo, os índios exigiram um resgate à família.
Mais de cinco mil protestam contra a ALCA na Avenida Paulista
“Brasil, Colômbia, Argentina, fora o Imperialismo da América Latina”, gritavam, exaltadas, as mais de cinco mil pessoas que, no dia 31 de outubro, em São Paulo, tomaram a Avenida Paulista em protesto contra a implantação da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) no Brasil. Esta manifestação foi parte dos protestos que ocorreram em todo o continente, por ocasião da reunião dos ministros (responsáveis pelo comércio) dos países americanos em Quito, capital do Equador, para discutir a implementação da ALCA.
Desde as 14:00h, os manifestantes se concentraram na Praça Osvaldo Cruz e seguiram, em passeata, pela Avenida Paulista, até o prédio do Banco Central. No caminho, uma bandeira dos EUA foi queimada em frente ao Citybank. Os quase mil sem-tetos de Osasco, a ocupação “Carlos Lamarca”, além dos estudantes, principalmente da Pontifícia Universidade Católica, Universidade São Paulo e a FAETEC, que também compareceram em grande número, foram os grandes destaques do evento.