Notas

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Velho Estado cria mais um seguro para o latifúndio

Na quarta-feira dia 17 de março a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei complementar que chegou da gerência petista solicitando a criação de um tal “Fundo de Reparação de Perdas por Sinistros”, vulgo “Fundo de Catástrofe”, voltado para o latifúndio de novo tipo, o agronegócio, a título de oferecer um seguro complementar para o já existente seguro rural.

A artimanha consiste em garantir os lucros dos latifundiários nos casos de secas, cheias, pragas e outras contingências. O seguro rural já garantia o acesso do agronegócio a crédito em caso de intempéries e que tais. Agora, querem lhe garantir a grana da produção agrícola, agropecuária e até florestal dos ricos donos de terras, aconteça o que acontecer. Enquanto isso, para os camponeses pobres em luta pela terra sobra repressão, com assassinatos e prisões das lideranças do povo.

O placar da votação na câmara baixa do podre legislativo sermicolonial dá conta de a quem servem as instituições do velho Estado: foram 329 votos a favor de mais esta benesse para a oligarquia agrária, e apenas um contrário. Serão R$ 4 bilhões em recursos do povo disponibilizados para o latifúndio só em um primeiro aporte. O ministro da Agricultura de Luiz Inácio, o latifundiário Reinhold Stephanes, já pressiona para que o Senado também aprove o “Fundo de Catástrofe” ainda no primeiro semestre deste ano, a fim de que mais esta picaretagem da gerência petista entre em vigor o mais depressa possível, para felicidade geral dos inimigos dos trabalhadores do campo.

Blair, atual ‘consultor’ dos monopólios

O ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha Tony Blair, velho algoz do operariado britânico e antigo comparsa de Bush na invasão do Iraque, agora figura diretamente na folha de pagamento dos monopólios. Depois de servir de cúmplice no massacre do povo iraquiano empreendido pelos ianques e no assassinato do presidente Saddam Hussein, Blair agora trabalha de lobista para transnacionais como a sul-coreana IU Energy Corporation, uma das corporações que estão de olho nos espólios da rapina empreendida pelo imperialismo no Iraque.

Ao prestar contas sobre seu emprego a uma comissão do parlamento britânico que analisa as ocupações de ex-ministros, ele disse que manteve silêncio sobre o acordo milionário assinado com a petrolífera asiática a pedido dos seus contratantes, que estariam receosos quanto a “sensibilidades do mercado”.

Outra prestação de serviço sua que veio a público foi uma “consultoria” para a petromonarquia do Kwait, para a qual produziu um relatório sobre a situação do setor mundial de petróleo para os próximos 30 anos, o que lhe rendeu nada menos do que a bagatela de 1,1 milhão de euros. Blair já faturou 22 milhões de euros desde que deixou a chefia do imperialismo britânico. Agora, em abril, ele fatura mais um troco de US$ 535 mil com duas palestras em Cingapura e na Malásia, nas quais vai ensinar a endinheirados como ganhar ainda mais dinheiro, e da maneira mais fácil e rápida que o sistema de exploração do homem pelo homem tem para oferecer.

Luiz Inácio ajuda, e fortuna dos mais ricos dobra em apenas um ano

A gerência petista é mesmo “uma mãe” para os ricos. Segundo a lista anual da revista ianque Forbes, a semicolônia Brasil tem 17 bilionários, quatro a mais do que o registrado na listagem anterior, entre construtores, banqueiros, usineiros e outros típicos inimigos do povo que vêm sendo beneficiados pelas políticas da gerência petista.

E mais: a riqueza acumulada por essa gente em meio à miséria das massas cresceu 120% no intervalo de um ano, sendo que a fortuna de Eike Batista — o mais rico do Brasil e o oitavo mais rico do mundo — foi a que mais aumentou entre os dez mil bilionários de todo o mundo listados pela Forbes: ele acumulou nada menos do que US$ 19,5 bilhões só de 2008 para 2009 .

Segundo a revista, o homem mais rico do planeta é o mexicano Carlos Slim, magnata das telecomunicações que no Brasil controla as operadoras Claro e Embratel. Ele — e não o povo mexicano, como se alardeia — foi o maior beneficiário da privatização da telefonia mexicana, há 20 anos. Slim tem na sua folha de pagamento o notório corrupto José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil de Luiz Inácio que, uma vez defenestrado da gerência petista, passou a se dedicar exclusivamente à atividade na qual é especialista: usar sua influência junto à burocracia estatal e o acesso que tem a informações privilegiadas para prestar “consultoria” a empresários em busca de maiores facilidades para explorar e saquear o povo brasileiro, ajudando a financiar as milionárias campanhas eleitorais do oportunista PT. A troco do soldo pago por Slim, Dirceu presta o inestimável serviço de fazer lobby junto às agências ditas “reguladoras” do Brasil.

Mais um engodo “verde”

Aproxima-se mais um sufrágio farsesco na semicolônia Brasil, e os partidos eleitoreiros, mesmo aqueles que se apresentam sorrateiramente como “alternativas” de voto para o povo farto de tanto fascismo e corrupção, aceleram os pactos com as oligarquias semifeudais e a grande burguesia para se viabilizarem como postulantes ao gerenciamento do velho Estado brasileiro.

A exemplo do PT, que cogita convocar o banqueiro Henrique Meirelles para compor a chapa com Dilma a fim de oferecer uma garantia a mais para a renovação de seu compromisso com os monopólios, o Partido Verde, os dos reacionários ecologicamente corretos, quer agora o fundador da transnacional Natura como vice na chapa de Marina Silva. Guilherme Leal, dono de uma fortuna de US$ 1,2 bilhão, já se filiou ao PV, ingressando na picaretagem sufragista aos 60 anos de idade a fim de se cacifar politicamente para atuar com mais eficiência nos arranjos entre a burocracia estatal e a “iniciativa privada”, conforme ele próprio explicou ao jornal Folha de S.Paulo, dizendo que “um banquinho com três pés não se sustenta se um não estiver funcionando a contento”. O terceiro pé do banquinho sujo referido por Guilherme é a chamada “responsabilidade social das empresas”, empulhação que visa mascarar as contradições de classe, vestindo de amigos do povo logo os seus maiores inimigos: os monopólios. É esta a fantasia que o PV quer vestir para desfilar no bloco da farsa eleitoral.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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