Diego Novaes
Os cabeças de chapa do partido único
No início e em meados de junho, os grupos de poder e facções do partido único realizaram congressos para sacramentarem os nomes dos seus cabeças de chapa na corrida da farsa eleitoral. Apresentam-se os candidatos a serviçais do imperialismo, do latifúndio e da grande burguesia burocrática. Afinal, é disso que se trata mais este sufrágio farsesco que se avizinha, sobre o qual tanto se fala e o qual o povo brasileiro deve boicotar quando chegar o dia da convocatória às urnas. Serra, Dilma, Marina… todos já estão desfilando empavoados, acotovelando-se na TV, nos palanques e nas reuniões de portas fechadas com as forças reacionárias em busca de sua preferência, cada qual com a fantasia que lhe cai melhor para desfilar no bloco da farsa eleitoral. Dilma foi a que mais apelou, tentando surfar nos índices de aprovação do eleitorado a Luiz Inácio corneteados pelos institutos de pesquisa com metodologias para lá de duvidosas, buscando mesmo se apresentar como a versão feminina do atual chefe da gerência petista: "Não é por acaso que depois desse grande homem o nosso Brasil possa ser governado por uma mulher. Uma mulher que vai continuar o Brasil de Lula, mas que fará um Brasil de Lula com alma e coração de mulher". Aos ouvidos do povo, "continuar o Brasil de Lula" não soa como promessa; soa como ameaça. Ameaça de mais políticas antipovo, que na verdade é o que vem por aí seja lá qual for a falange do partido único que chegar na frente.
Urnas eletrônicas: fraudes em meio à farsa
Bastaria um pouco de tempo para alguém com conhecimentos não muito avançados em informática para adulterar os resultados de uma votação em massa manipulando as urnas eletrônicas. A artimanha consistiria em instalar um dispositivo que passaria despercebido por qualquer fiscalização, varredura, checagem e precauções que tais. Esta foi a conclusão a que chegou um grupo de pesquisadores da Holanda, do USA e da Índia que conseguiram levar a cabo um estudo independente sobre as urnas eletrônicas usadas na Índia, semelhantes àquelas usadas na semicolônia Brasil, das quais os chefes políticos e técnicos menos comprometidos com a seriedade tanto se vangloriam. A gerência indiana, como a do Brasil, recusa-se a ceder esses aparelhos para a realização de estudos independentes, de modo que os pesquisadores tiveram que conseguir uma urna de maneira clandestina para que a pesquisa pudesse ser levada a cabo. O trabalho contou com técnicos renomados, como o professor da Universidade de Michigan Alex Halderman, e o militante holandês Rop Gonggrijp, cujo trabalho resultou no banimento das urnas eletrônicas na Holanda. Após o estudo, eles afirmaram que o sistema de armazenamento eletrônico direto do voto é altamente vulnerável a adulterações. É mais uma nuance dos processos eleitorais burgueses, que já constituem uma farsa em si mesmos.