Ato unificado das universidades em luta de São Paulo
Ato unificado pela democracia nas universidades
No dia 10 de dezembro, estudantes da, USP, Unifesp, Unicamp, Unesp, PUC, Fundação Santo André e FATEC realizaram um ato unificado contra todo tipo de opressão e repressão dentro e fora das universidades.
Palavras de ordem pelo fim do vestibular e da permanência estudantil, contra a mercantilização da educação, contra a terceirização, a homofobia e repressão policial aos movimentos estudantis e populares deram o tom do ato, que se iniciou no MASP (Museu de Artes de São Paulo) na Avenida Paulista (região central de SP).
Nas intervenções, representantes das universidades fizeram denúncias específicas da política estadual para educação e da repressão, como na USP, onde mais de 20 estudantes estão sendo processados por ocupar um espaço de moradia estudantil e lutam para que a universidade seja verdadeiramente pública. Na Unicamp vários tipos de manifestações artísticas vem sendo barradas por via de força policial, e na Unifesp, recém-saída de uma greve, houve repressão por parte da Guarda Civil Metropolitana em Guarulhos e da PM em São Paulo.
Os estudantes saíram em passeata pela Avenida Paulista e em seguida pela Avenida da Consolação, fazendo panfletagem chamando os trabalhadores a participarem do ato. Houve alguns embates com a polícia, que em um momento chegou a usar spray de pimenta contra alguns estudantes, mas nada que tumultuasse a passeata, pois era muito grande a disposição dos manifestantes. Chegando em frente a Universidade Mackenzie, os manifestantes gritaram a palavra de ordem: “Oh, chanceler da opressão, homofobia não é direito não!” (em repúdio a declaração do chanceler do Mackenzie, que declarou que todos têm direito de ser homofóbicos).
Muitas pessoas que estavam nas ruas voltando do trabalho apoiaram a manifestação. Uma senhora de aproximadamente 60 anos se juntou à passeata e falou no megafone: “Vocês são jovens, devem tomar as ruas sim e ir pra luta, não devem desistir da luta nunca”, e seguiu até o fim do ato na Praça da República (centro de São Paulo), em frente a Secretaria de Educação. Lá, os estudantes penduraram faixas e cartazes nas grades e finalizaram o ato com uma reunião onde discutiram a ampliação desses atos para o ano que vem.
NOTA: No dia 2 de dezembro, quinta feira, por volta das10hs o estudante da FFLCH/USP, Samuel de Souza morreu após passar mal em frente a reitoria da USP. A Reitoria, o Resgate e o Hospital Universitário, foram chamados para garantir a vida do estudante, porém não apareceram a tempo, o que levou o rapaz a falecer. Samuel era morador do “CRUSP”, local onde a reitoria vem sendo bastante ágil para perseguir todos os moradores e omissa para salvar a vida de um de um deles.
Metroviários de São Paulo botam oportunistas para correr
Carla Silva
No sindicato dos Metroviários de São Paulo, nos dias 11, 12 e 13 de setembro, os trabalhadores e operários derrotaram o peleguismo do pecedobê de forma contundente, varrendo-o com 53% dos votos, em uma eleição marcada pela decisão de toda categoria.
Os números da eleição: Chapa 1 (CTB e CUT, pecedobê/PT) 2321 votos; Chapa 2 (“A hora de mudar”: PSTU, PSOL, independentes, CSP-Conlutas/ Intersindical) 2650 votos; brancos, 28; nulos, 187; num total de 5.186 votantes de um número de 6.300 sindicalizados e de uma categoria com cerca de 8.700 trabalhadores. Portanto, uma eleição na qual a esmagadora maioria comparecu, além de fazer questão de acompanhar a apuração ver de perto o desespero do pelegão Wagner Gomes, presidente derrotado do sindicato e da CTB (Central de Trabalhadores do Brasil – pecedobê). Ele foi aos prantos quando ainda faltavam duas urnas para apurar. Na madrugada do dia 14 de setembro, deu-se por encerrada a apuração, pondo fim em 20 anos de domínio do reviosinismo e comodismo do pecedobê na categoria.
Em 06 de novembro de 2010, a sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo foi o palco da posse da nova diretoria para o triênio 2010/2013. O novo presidente, Altino de Melo Prazeres Junior, e os membros da Chapa 2, foram empossados pelo presidente da Fenametro, Wagner Fajardo, numa mesa bem ampla, que contava com representantes do PSTU, PCB, PSOL, CSP- Conlutas, Intersindical, Liga Operária, Pastoral Operária, além de sindicalistas de outros estados. O secretário geral, Paulo Pasin, fez uma homenagem póstuma ao companheiro Martinho Domingos Valente Alberte, metroviário de Belo Horizonte, vitimado por inaceitável “acidente de trabalho”.
Os trabalhadores presentes na posse da nova diretoria acompanharam atentamente as intervenções de cada orador e com muito entusiasmo saudaram a nova diretoria, com o discurso de encerramento feito pelo novo presidente do sindicato, que agradeceu a todos os presentes e conclamou a unidade na luta e na ação, declarando as portas da entidade abertas à categoria e a todos que queiram lutar. Antes do início da festa, foi entoado por todos o hino A Internacional, que é cantado por todos os operários e trabalhadores do mundo.
Diretoria do Sintusp reeleita com 76% dos votos
Nos dias 24 e 25 de novembro de 2010 foi realizada a eleição para a diretoria do Sindicato dos trabalhadores da Universidade de São Paulo – Sintusp. Dois grupos disputavam a eleição. A Chapa 1, : “Piqueteiros e Lutadores – Sempre na Luta” (trabalhadores independentes e militantes da LER-QI e CSP-Conlutas), que abrange um amplo setor de ação da categoria, agregando e unindo os funcionários da USP e que ao longo de mais de 20 anos vem tendo uma postura classista e combativa no sindicato, obteve 76% dos votos válidos. A chapa 2, “Alternativa na Luta” (PSOL – Intersindical), composta por ex-dirigentes do sindicato com ampla rejeição entre os funcionários, obteve 24%.
A diretoria do Sintusp vem colecionando inquéritos e processos ao longo dos anos devido a sua postura de trabalhadores e de melhorias para todos que são atendidos pela USP. Além disso, atua em unidade com as causas dos estudantes. Um exemplo é a defesa dos 20 estudantes ameaçados de expulsão por terem lutado em defesa da melhoria da Universidade e apoiado a greve dos trabalhadores. Como AND noticiou na edição 73, reitor da USP, João Grandino Rodas recorreu a um decreto do gerenciamento militar para punir os estudantes.
Na verdade, a diretoria do Sintusp vem provando de todos os venenos que a reação e seus gerentes e agentes espalham pelo Campus e com isso vem obtendo amplo apoio de entidades e movimentos classistas e combativos, tanto na defesa de seus dirigentes demitidos por motivos políticos, como Claudionor Brandão e Givanildo Oliveira dos Santos, quanto na denúncia das perseguições políticas, como quando da suspensão da funcionária Patrícia (da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – FFLCH), que participou da última greve da categoria.
Embora com esse volume de trabalho e com um alto grau de reconhecimento na categoria, PSOL e Intersindical registraram uma chapa branca para “melar” a eleição. Entretanto, não atingiram seu objetivo, mesmo mesmo com os ataques histéricos de alguns de seus militantes, e levaram uma surra de votos.
Aos trabalhadores que venceram mais essa batalha contra o governo, a reitoria e seus lacaios, cabe seguir lutando contra o sucateamento das universidades, a terceirização e pela isonomia quebrada nessa última campanha salarial, forma que o reitor Rodas encontrou para dividir os trabalhadores.