Índia
Continua a perseguição contra intelectuais
Em nota datada do dia 13 de outubro, o Comitê Pela Libertação dos Prisioneiros Políticos (CLPP), Nova Deli, denuncia a perseguição que dois intelectuais vêm sofrendo pelo Estado indiano. São eles Prashant Bhushan, advogado sênior do Supremo Tribunal e ativista dos direitos civis, e Soni Suri, uma professora adivasi.
Prashant Bhushan foi agredido por fascistas hindus por expressar sua opinião em prol do direito democrático à autodeterminação dos povos de Jammu e Caxemira. Já Soni Sori teve sérias dificuldades para convencer o Tribunal do perigo iminente para sua vida, pois havia toda a probabilidade dela ser alvo das brutais torturas da polícia criminosa de Chhattisgarh, que já havia lhe condenado e, portanto, não devia ser deslocada de Delhi (onde ela foi presa) para Chhattisgarh.
O monopólio dos meios de comunicação na Índia age como em qualquer outro lugar. No caso de Bhushan, cria uma dicotomia entre o que é “nacional” e “antinacional” e, no caso de Suri, afirma que tem até “maoísta na jogada“, de acordo com uma reportagem – que quase justifica a tortura brutal sofrida por ela na polícia de Chhattisgarh.
Um vídeo divulgado pela insistência de ativistas dos direitos civis na Índia mostra Soni Sori se contorcendo na sala de raio-X de um hospital após as torturas.
O CLPP tem se destacado na defesa dos direitos civis na Índia, particularmente dos presos políticos do Estado fascista hindu. O secretário geral do comitê é Amit Bhattacharyya, que recentemente esteve no Brasil participando de um ciclo de palestras sobre a situação da Índia e a revolução naquele país.
Livres por trás das grades
Com informações de odiodeclase.blogspot.com
O cárcere é uma contingência que pode atingir a vida de qualquer revolucionário, particularmente dos comunistas, e muitas vezes o comportamento atrás das grades separa o joio do trigo. Continuar lutando, manter o espírito livre, mesmo quando o corpo está preso, é uma necessidade.
Os presos políticos da Índia têm dado um valioso exemplo disso. Diversos dirigentes capturados pelo Estado reacionário usam a prisão como trincheira para difundir seus pontos de vista entre os reclusos. Além disso, organizam lutas para que se cumpram os direitos dos presos. Nos últimos anos, inclusive, diversos presos participaram de greves de fome e ocorreram diversas agitações nos presídios. Os naxalitas (como são conhecidos os maoístas na Índia) organizam comitês de presídio que lutam por melhores condições carcerárias e discutem a situação política atual. Existem ainda aulas de formação política para os presos.
EGPL justiça um informante e um falsário
O Exército Guerrilheiro Popular de Libertação, dirigido pelo Partido da Índia (Maoísta), justiçou um chefe de aldeia que era informante da polícia. O delator foi capturado e o justiçamento se deu em 1º de outubro entre os bosques de Porahat e Saranda, no distrito de Singhbhum, estado de Orissa, no sul do país.
No dia seguinte, em outra ação, esta próxima à aldeia Bhiwankojhi, em Kurkheda, na região central da Índia, o EGPL feriu quatro soldados da Força de Polícia de Reserva Central em uma emboscada onde os guerrilheiros provocaram uma explosão que deteve o movimento do comboio de sete veículos. Em seguida, os guerrilheiros dispararam contra os policiais.
No dia 13 de julho, em declaração para um jornal local, o PCI (Maoísta) reivindicou o justiçamento do membro da Assembleia Legislativa, Jagabandhu Majhi — do partido Baju Janata Dal, representante do distrito de Umekote Asamblea — e seu guarda costas.
Majhi foi executado por extorquir a população dizendo-se membro do PCI (M). O partido já o havia advertido várias vezes e não teve opção que não o justiçamento.
PCI (Maoísta) convoca novo bandh
Informações de India Vermella
O Partido Comunista da Índia (Maoísta) convocou uma greve geral (bandh) para o dia 22 de outubro em resposta ao ultimato do Estado indiano para que deponham suas armas. A premiê do estado de Bengala Ocidental, Mamata Banerjee, havia dado um prazo de sete dias para que os maoístas depusessem as armas. Prazo esse que expirou no dia 15 de outubro.
“Fazer do bandh, no sábado, um êxito em Junglemahal, um êxito contra a injustiça imposta aos habitantes da zona” foi o que declarou o Secretário do comitê maoísta Akash, que escapou de uma batida das forças de repressão no dia 22 de outubro.
Segundo o PCI (M), bandos de paramilitares têm feito ações terroristas contra a população. Estas denúncias são repercutidas por organizações defensoras dos direitos do povo.
Ainda em resposta ao ultimato do Estado reacionário, no dia 16 de outubro, os naxalitas afixaram cartazes manuscritos nas paredes do mercado de Bhadutala, em Midnapore ocidental, oeste do país. Os cartazes alertavam os líderes do Congresso Trinamool a assumirem as consequências, caso suas promessas de retirar as forças de segurança e libertar presos políticos não sejam cumpridas.
Seis policiais aniquilados
Policiais morrem em emboscada do distrito de Bastar
A emboscada ocorreu em 16 de outubro, no distrito de Bastar, em Chhattisgarh, no centro oeste do país. Uma equipe da polícia com 16 membros estava a caminho de Netnar quando foi atacada. Um destacamento do EGPL explodiu um artefato de fabricação caseira e abriu fogo contra os policiais que estavam em oito motocicletas. Seis policias, incluindo um inspetor, foram eliminados e outros cinco ficaram feridos.
Granadas em dois quartéis da polícia
Em 25 de outubro, unidades do Exército Guerrilheiro Popular de Libertação realizaram dois ataques a quartéis da Força Central de Reserva da Polícia, com intervalos de cinco minutos entre um e outro.
A primeira ação ocorreu em Maisuma, próximo a Lal Chowk, norte da Índia. Uma granada foi lançada sobre o telhado ferindo 3 policiais, que foram hospitalizados. Logo depois, outra bomba foi detonada no posto de polícia em Batmaloo. Segundo fontes da polícia, ninguém ficou ferido.
Em outra ação, esta em Jharkhand, os maoístas aniquilaram um membro da “ward panchayat” (instituição de governo a nível de aldeia). Naresh Musi, membro do bloco administrativo, foi justiçado na aldeia de Latehar, no estado de Jarkhand, no oeste do país.
Peru
Estado peruano pede ajuda militar ao USA
Informações do blog Dazibao Rojo
Salomon Lerner e Michele Flournoy
No dia 24 de outubro, o primeiro ministro peruano, Salomón Lerner, em visita a Washington, se reuniu com a secretária de defesa do USA, Michele Flournoy, para negociar um acordo para combater o que denominou de “novas ameaças globais”. Prometeu trabalhar para eliminar o que caracterizou como “rescaldos do Sendero Luminoso”.
O principal alvo do Estado peruano é a zona do Vrae – Vale dos rios Apurimac e Ene. Trata-se de uma vasta região de selva no centro-sul peruano e com forte tradição do Partido Comunista do Peru.
Nessa região, em 20 de outubro, o comando das forças armadas peruanas confirmou o aniquilamento de um sargento na zona do Vizcatán. Uma coluna militar foi emboscada perto de Cerro Judas e o sargento foi morto durante o combate.
Filipinas
Emboscada fere dois policiais em Surigao
Com informações de odiodeclase.blogspot.com
O Novo Exército do Povo (NEP) feriu dois policiais numa emboscada em Surigao do Norte. A ação se deu ao longo de Sangay e um número indeterminado de combatentes revolucionários participou do ataque.
Na mesma região, em 3 de outubro, o NEP levou a cabo ações simultâneas contra transnacionais de mineração em Surigao do norte.
Em Ka Artem, por volta das 10:30h, em uma operação de assalto contra a Taganito Mining Corporation (TMC), o NEP incendiou vários caminhões e retroescavadeiras.
As empresas THPAL Corp, Metals Corp, 4K e Mining Corp também foram atacadas por cerca de 200 guerrilheiros.
Para impedir o acesso das forças reacionárias, o NEP bloqueou diversas rodovias da região.
Turquia
Lutadora popular morre por maus tratos no cárcere
Suzan Zengin, ficou mais de um ano presa sem acusação, não foi medicada
O comunicado abaixo nos chegou por correio eletrônico e é assinado pela organização popular Partizan, da Turquia.
A camarada Suzan Zengin faleceu
“Estamos muito tristes em informar ao público internacional progressista que nossa camarada Suzan Zengin faleceu em 12 de outubro de 2011, devido a uma lesão cardíaca. Ela estava na emergência hospitalar há 17 dias. Sua doença foi causada pelas condições intensamente desumanas existentes nas prisões da Turquia.
Na madrugada de outubro de 2009, a casa de Suzan Zengin foi invadida por forças especiais da polícia e ela foi detida e, posteriormente, mantida presa. Por mais de um ano e meio Suzan foi mantida no presídio feminino de Bakirkoy, em Istambul, sem qualquer acusação. Durante seu tempo de prisão, embora sofresse de doença crônica, não foi autorizada a receber qualquer tratamento ou os medicamentos necessários. Assim como muitos prisioneiros políticos democrático-progressistas, Suzan ficou ‘olho no olho’ com a morte, por trás dos muros da prisão escura, todos os dias.
A camarada Suzan tinha identidade revolucionária-socialista e estava sempre ombro a ombro com os trabalhadores e trabalhadoras, ficando ao lado deles durante as mobilizações e resistências. Com sua câmera fotográfica e sua caneta, ela era uma parte inseparável da massa dos distritos e escreveu sobre sua raiva, suas aspirações e esperanças; ela era a voz de quem organizou muitas ocupações e greves por uma vida melhor e um futuro livre. Ela era também uma grande internacionalista, que participou de muitos eventos internacionais e traduziu uma série de livros para o idioma turco, para informar as pessoas na Turquia sobre a libertação nacional e lutas sociais em todo o mundo.
Com 52 anos, muitas vezes enfrentou a desigualdade e a opressão, lutou, foi presa e torturada várias vezes, mas nunca se dobrou ao sistema. Ela acreditava na luta por um futuro livre e ela sabia que isso só pode acontecer se houver uma luta organizada.
A camarada Suzan viverá sempre em nossos corações, na luta que continua!”