Notícias da Guerra Popular

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Índia

Mais de 20 milhões em greve geral


Indianos param o país por 24 horas contra as políticas antipovo do gerenciamento

No dia 28 de fevereiro uma greve geral de 24 horas paralisou diversas regiões da Índia.

A greve, convocada pelas 11 maiores centrais sindicais do país, contou com a adesão de mais de cinco mil sindicatos e organizações de trabalhadores. Segundo informações de agências internacionais de notícias e órgãos da imprensa indiana, essa é, provavelmente, a maior greve ocorrida no país desde a década de 1940. Estima-se que mais de 20 milhões de trabalhadores das principais cidades tenham aderido ao movimento. Há também notícias de protestos e enfrentamentos entre as massas e as forças de repressão nas regiões rurais do país. O movimento contou com o apoio do Partido Comunista da Índia (Maoísta).

Dias antes da deflagração da gigantesca greve, o primeiro-ministro Manmohan Singh fez um apelo aos sindicatos para que cancelassem o movimento, mas a pressão e decisão das massas garantiram o êxito do Bharat Bandh (como os indianos chamam a greve geral).

— Esta é uma ocasião histórica. Pela primeira vez, todos os grandes sindicatos se uniram para protestar contra as políticas antitrabalhistas do governo. Estamos lutando por nossos direitos contra um governo que é antipovo — declarou Gurudas Dasgupta, secretário-geral da União de Sindicatos de Toda a Índia à revista indiana Outlook.

Entre as bandeiras da greve geral estão: o repúdio às medidas antipovo ditadas pelo gerenciamento corrupto de Manmohan Singh, a luta contra a carestia de vida, a luta contra a privatização das empresas e das terras estatais, a luta por direitos trabalhistas como saúde e segurança do trabalho, a luta por salário digno e o estabelecimento de um piso salarial nacional, o fim das terceirizações, entre outras demandas.

A situação dos trabalhadores

Os trabalhadores também protestam contra a inflação, que em dezembro último ultrapassou os 9% e exigem postos de trabalho permanentes para mais de 50 milhões de trabalhadores do chamado “mercado informal”.

Existem dados que indicam que cerca de 400 milhões de pessoas (mais de duas vezes a população do Brasil) vivam com menos de dois dólares por dia (algo próximo de R$ 3,50 em 28 de fevereiro de 2012). Outros estudos apontam que mais de 250 mil camponeses arruinados, expulsos de suas terras por empresas transnacionais, duramente perseguidos pelas forças de repressão, se suicidaram de 1995 até os dias atuais.

Algumas notícias da greve

Com informação das revistas indianas Times of India e Outlook

Em Calcutá, a paralisação dos bancos chegou a 100%, o comércio e outros estabelecimentos também foram fechados. As ruas ficaram praticamente desertas nos maiores centros comerciais.  Inúmeras empresas privadas fecharam as portas atendendo ao chamado dos sindicatos. Nas maiores cidades, vários setores como bancos, empresas de telecomunicações, mineradoras, indústrias metalúrgicas e portos foram afetados.

Mais de cem trabalhadores foram detidos pelas forças de repressão após interromperem o tráfego ferroviário e rodoviário em Bengala Ocidental. Nessa região ocorreram diversos enfrentamentos entre camponeses e as forças de repressão que resultaram em vários camponeses e policiais feridos.

No estado de Andhra Pradesh, um grande protesto popular contra os altos impostos e o alto custo de vida tomou as ruas. O comércio fechou em vários distritos.

Em Tripura, norte do país, a maioria dos estabelecimentos comerciais, escritórios, instituições de ensino e bancos foram fechados durante a greve. As ruas ficaram desertas durante as 24 horas de Bandh.

No estado de Orissa, as ferrovias e rodovias foram paralisadas. Taxistas e condutores de riquixás também aderiram aos protestos. Os trens ficaram parados e os manifestantes tomaram as linhas férreas em grandes passeatas.

Bancos e companhias de seguros foram fechados no estado de Himachal Pradesh, nordeste do país. Os hotéis também foram fechados e os trinta mil trabalhadores da Himachal Transport Corporation se uniram aos protestos.

Em Chhatisgarh, os trabalhadores das minas de bauxita no distrito de Mainpat paralisaram os trabalhos. Reunidos em grupos com bandeiras e faixas, os mineiros de Mainpat protestaram contra as medidas antioperárias do governo. Dezenas de caminhões que transportam bauxita foram detidos pelos grevistas que deram grandes prejuízos às empresas que exploram a região.

Os trabalhadores de minas de ferro de Kirandul e Bacheli também aderiram ao movimento em Dantewada, também no estado de Chatisgarh.

Nas áreas rurais, milhares de camponeses marcharam nas ruas contra o genocídio perpetrado pelo velho Estado nas regiões tribais e povoados e saudaram a greve dos trabalhadores nas cidades.

Liberdade para Soni Sori e Lingaram Kadopi!

Com informações de cebraspo.org.br


Soni Sori

Lingaram Kadopi é um jovem jornalista. Em abril de 2010, Lingaram participou do ‘Tribunal popular independente sobre aquisição de terras, apropriação de recursos e Operação Caçada Verde’, em Nova Delhi. Ele documentou as atrocidades da polícia e das forças paramilitares e incluiu no seu trabalho apresentado a gravação das histórias contadas pelo povo, cujas casas foram queimadas e destruídas pela polícia em uma operação de três dias, em março de 2011.

Em setembro de 2011, Lingaram foi preso, acusado de ‘proteger’ os maoístas ao coletar dinheiro para o desenvolvimento da luta revolucionária em Chattisgarh.

Soni Sori, uma professora primária, filha do povo adivasi, é tia de Lingaram. Ela foi presa em 4 de outubro de 2011 em Delhi sob acusação de estar envolvida com os maoístas.

Soni Sori foi cruelmente torturada e abusada sexualmente sob custódia policial. Quando levada diante de um magistrado, os policiais refutaram suas denúncias de tortura dizendo que ela própria teria provocado os ferimentos em seu corpo. Médicos independentes constataram profundas marcas de tortura em Soni Sori e enviaram um relatório à Corte Suprema, em que afirmaram ter encontrado até mesmo duas pedras inseridas em seu órgão genital e outra dentro de seu reto.


Lingaram Kadopi

Em debate realizado no dia 26 de janeiro, na Escola de Estudos Orientais e Africanos (SOAS Vernon Square Campus), da Universidade de Londres, a advogada e professora da Westmisnter University, Radha D’Souza; Richard Harkinson, da London Mining Network; Ramesh Gopalakrishnan, da Anistia Internacional e o professor Jonathan Parry discutiram a opressão crescente do Estado indiano e convocaram os presentes a participarem  da campanha pela libertação de Soni Sori e Lingaram Kadopi.

A campanha internacional reivindica: punição imediata para os torturadores de Soni Sori; libertação imediata de Soni Sori e Lingaram Kodopi e a retirada das falsas acusações contra eles.

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos convoca as organizações democráticas e populares a participarem das ações da campanha no Brasil.

Mais informações: Anistia Internacional

http://tinurl.com/amnesty-soni-linga

Wikileakes cable:

http://wikileaks.org/cabe/2010/01/10MUMBAI12.html

Ataque contra forças de repressão fronteiriças

Com informações de indiavermella.blogspot.com

No dia 11 de fevereiro foram noticiadas quatro baixas de oficiais do Batalhão de Segurança da Fronteira (BSF, sigla em inglês) no estado de Orissa, Bengala Ocidental.

Quatro oficiais da polícia, incluindo um comandante, foram aniquilados e outros dois foram feridos pela explosão de uma bomba instalada pelo Exército Guerrilheiro Popular de Libertação (EGPL) no distrito de Malkangiri.

Os policiais do BSF viajavam em um veículo militar e se dirigiam a uma reunião das forças de repressão no distrito de Panchayat, no mesmo estado, quando foram atacados.

Ataque a delegacia

Com informações de indiavermella.blogspot.com

Em 23 de fevereiro, combatentes do EGPL realizaram um vigoroso ataque contra a delegacia de polícia de Balumath, no estado de Bihar, leste da Índia.

Os guerrilheiros realizaram vários disparos contra o prédio e em seguida atacaram um acampamento das forças de segurança, no distrito de Latehar.

Segundo informações da polícia veiculadas na imprensa indiana, em uma outra ação, os combatentes explodiram a casa de um membro do Panchayat (instituição equivalente ao governo municipal) em Latehar.

Peru

Guerrilheiros atacam posto policial em Cusco

Com informações de correovermello-noticias

Na madrugada de 9 de fevereiro um posto da Polícia Nacional do Peru foi atacado na localidade de Pujyura, no departamento andino de Cusco.

Os guerrilheiros dirigidos pelo Partido Comunista do Peru – PCP atacaram o posto policial com armas automáticas e granadas de mão, deixando dois policiais gravemente feridos.

No momento do ataque havia 14 policiais no posto. O combate, iniciado à 1h da madrugada, perdurou até as 5 horas.

Efetivos das forças de repressão foram enviados para rastrear a área em busca dos guerrilheiros e não tiveram sucesso.

Capitão do exército aniquilado

Com informações de correovermello-noticias

Um capitão do exército reacionário foi a mais recente baixa após novo ataque do Exército Guerrilheiro Popular contra a base militar Unión Mantaro, na província de Huanta.

Outro militar ficou seriamente ferido durante o ataque a essa base que já foi alvo de outros ataques dirigidos pelo PCP nos últimos dois anos.

Uma fonte militar confirmou à agencia AFP que informações sobre o ataque foram difundidas em Lima pelo canal N de notícias e pela rádio RPP.

Filipinas

NEP ataca destacamento do exército reacionário

Com informações de ndfp.net

Em 3 de fevereiro, uma coluna do Novo Exército do Povo — NEP atacou um destacamento do 77 º Batalhão de Infantaria do exército reacionário filipino em Kalinga, norte do arquipélago. 

Durante a madrugada os guerrilheiros abriram fogo contra os soldados no interior do acampamento, deixando vários feridos.

A região onde se deu o ataque conta com forte aparato de repressão por se tratar de uma zona estratégica para o controle do velho Estado. São recorrentes as notícias de atrocidades cometidas pelo exército reacionário contra os moradores da região. Recentemente um dos destacamentos do 77º Batalhão foram enxotados por camponeses de aldeias locais por cometerem crimes contra o povo.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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