Índia
Paramilitares aniquilados pela guerrilha
No fim de abril, combatentes do Exército Guerrilheiro Popular de Libertação – EGPL, dirigido pelo Partido Comunista da Índia (Maoísta), provocaram mais três baixas entre os membros do grupo paramilitar Salwa Judum, na aldeia de Tadkoli, distrito de Bijapur, estado de Chhattisgarh, região central do país. Os corpos dos três foram encontrados na floresta de Cherpe.
O Salwa Judum, ou “Campanha pela Paz”, é um grupo paramilitar contra-insurgente especialmente organizado pelo governo indiano para combater os naxalitas (como são conhecidos os militantes do PCI (Maoísta)). Tal grupo é inspirado nas “aldeias estratégicas” criadas pelo exército ianque durante a agressão ao Vietnã nos anos de 1960. Essa política fascista se baseia na utilização de civis, através de cooptação, torturas, assassinatos e ameaças, para combater a guerra popular. O Salwa Judum é responsável por numerosas mortes nas zonas onde atuam os maoístas.
Selvageria do Salwa Judum em vídeo
Vídeo denuncia atuação de grupo paramilitar na Índia
Vídeos com imagens de atrocidades cometidas pelo grupo paramilitar Salwa Judun e pela polícia indiana no dia 8 de janeiro de 2009 estão sendo veiculados na internet.
Os vídeos retratam a ação conjunta dos paramilitares e policiais que resultou no assassinato de 19 pessoas no distrito de Dantewada, em Chhattisgarh, sob a alegação de “serem naxalitas”.
As imagens, postadas na internet em 19 de março deste ano, mostram jovens e adultos fuzilados na selva, com seus amigos e parentes chorando. Na época, organizações de defesa dos direitos do povo da Índia denunciaram que o verdadeiro motivo dos assassinatos foi despejar os aldeões da região para as empresas mineradoras.
Até o fechamento desta edição, os vídeos podiam ser vistos no seguinte link: http://revolucionnaxalita.blogspot.com.br/2012/05/una-muestra-de-los-crimenes-de-salwa.html
EGPL expropria veículos de construtora
Panfletos, maoístas, convocam para os atos do 1º de maio
Em 29 de abril, uma ação do EGPL no distrito de Rajnandgaon, no estado de Chhattisgarh, aniquilou um informante da polícia. No dia seguinte, os maoístas expropriaram quatro veículos de uma grande empresa construtora em Khandgaon. Durante essa ação os combatentes do EGPL deixaram panfletos atacando o velho Estado e fazendo um chamado ao povo para participar dos atos convocados para o 1º de Maio.
Baixas policiais
Ataque contra policiais da CISF, em Dantewada
Seis policiais da Força de Segurança Industrial Central – CISF foram aniquilados em uma emboscada do EGPL na noite de 12 de maio em Dantewada, Chhattisgarh. Os agentes, entre eles um chefe de polícia, estavam em um veículo patrulhando a Corporação Nacional de Desenvolvimento Mineral quando foram atacados pelos maoístas, que também tomaram as armas dos policiais para a guerra popular.
No dia 22 de maio o policial Dhan Singh Thakur foi aniquilado e outro, Hemla Dhasru, ficou gravemente ferido após a explosão de uma mina plantada pelo EGPL em um heliporto do distrito de Bijapur, em Chhattisgarh.
Ataque contra casa de ministro
No dia 17 de maio, combatentes do EGPL atacaram a casa de Lata Usendi, ministro de bem-estar, no distrito de Kondagaon, em Chhattisgarh.
Um policial de guarda, membro do serviço de escolta do ministro, foi morto durante o ataque. No momento da ação, o ministro não se encontrava em casa. Os combatentes do EGPL tomaram as armas do policial morto para a guerra popular.
Informante é aniquilado
Em 22 de maio, blogs que divulgam as notícias da guerra popular na Índia, como o odiodeclase e o revolucionnaxalita.blogspot.com, divulgaram que combatentes do EGPL aniquilaram um empreiteiro e chefe de uma antiga aldeia tribal na região de Mudulipada, distrito de Malkangiri, en Odisha, que era informante da polícia. O informante, identificado como Budra Dhangda Majhi, era empreiteiro de uma construção na região.
Peru
Exército bombardeia vilarejos
Com informações de correovermello-noticias
No dia 9 de maio, jornais de Lima repercutiram denúncias de habitantes da zona do Vale dos Rios Apurímac e Ene – Vrae e locais adjacentes, sobre bombardeios realizados por aviões do exército reacionário peruano sobre chácaras, granjas e fontes d’água.
Royan Esquivel, presidente da comunidade La Libertad, junto com o diretor da IE 31549, Rafael Reymundo, o promotor comunal, Roger Huanangoy, entre outros, acompanhados pelo advogado Helio Vílchez, indicaram que ações sanguinárias como essa têm aterrorizado os moradores da região, principalmente crianças. Denunciaram também atrocidades cometidas pelos militares nas operações anti-guerrilha.
Diversos meios de comunicação assinalam o fracasso de um suposto operativo de comando da marinha contra uma reunião de dirigentes da guerrilha, que se retiraram da área ao detectarem a presença militar. Frustrada a operação, “os comandos, incluindo agentes encobertos da DEA, retornaram a Mazamari, onde aguardaram novas ordens por parte de seu comando”, afirmou o Correo Vermello.
Confrontos em Vizcatán
No fim do mês de abril e início de maio, agências de notícias internacionais registraram confrontos entre combatentes do Exército Guerrilheiro Popular – EGP, dirigido pelo Partido Comunista do Peru – PCP, e as forças armadas reacionárias em Vizcatán.
Em 28 de abril, dois policiais e um soldado do exército reacionário foram aniquilados e outros dois policiais ficaram feridos em um confronto na região do Vale dos Rios Apurímac e Ene – Vrae.
O ataque guerrilheiro foi desferido quando as forças armadas reacionárias realizavam uma patrulha de busca a dois suboficiais da polícia desaparecidos na zona de Alto Inkaari que também haviam sido alvo de ataques do EGP.
EGP derruba helicóptero
Peru: helicóptero abatido no Vrae pelos combatentes do EGP mata suboficial das forças reacionárias
No dia 10 de maio foi noticiado um ataque do EGP a um quartel em Quelloún, em La Convención. O alvo da guerrilha havia recebido reforços no último período.
Fontes policiais declararam que uma coluna guerrilheira que opera no Vale de San Miguel foi responsável pelos ataques.
Também no dia 10 de maio a imprensa peruana repercutiu as declarações de um comandante de polícia que pilotava um helicóptero que caiu em Satipo, Junín. Ele afirmou que não se tratou de um acidente, mas sim de um ataque do EGP.
Militares ameaçam famílias pobres
Montezuma Cruz, de Chinchero, Vale do Rio Urubamba, Peru
Agressões das Forças Armadas peruanas em Kiteni e Echarati, na região de Cusco, revoltam a população e surpreendem a própria imprensa. O exército enviou soldados para um “centro de operações com apoio da Defesa Civil”. Por trás dessa manobra, o objetivo é atacar militantes do PCP, supostamente sob a liderança de Martín Quispe Palomino, o ‘Camarada Gabriel’.
Na caçada, o exército reacionário não identifica plenamente a população pobre da região, cuja vida é praticamente “ilhada” na floresta de Cusco. Em editorial, El Diario del Cusco protestou contra a situação, deixando claro que o líder Gabriel acredita em sua luta e “ela é digna, porque o Estado não tem presença efetiva, nem coordenada na região.”
Se viviam em situação de penúria, sem energia elétrica e sem comunicações, os moradores vivem agora intranquilos por causa de abusos e da crueldade militar. Há denúncias de invasão de casebres pobres de camponeses. Por esse motivo, o jornal alertou que as Forças Armadas correm o risco de se tornarem “inimigas do povo, dos que buscam refúgio e só encontram agressões e falta de respeito”, como se as forças armadas reacionárias já não fossem genocidas e antipovo bem antes disso.
Há muitos anos, queixa-se o jornal cusquenho, o Estado peruano “não exerce qualquer tipo de presença na região”, e agora dirige ataques diretos à população. “Não vamos permitir isso”. Apesar de manifestar confiança nas Forças Armadas, El Diario del Cusco lamenta: “Não é possível que os militares, desde Lima, só acusem a população de estar em conluio com os senderistas, quando tem demonstrado que sua presença é agressiva”. E conclui: “Não esperem apoio, pois só encontrarão mais inimigos, inclusive fantasmas onde eles não existem.”